Capítulo 4.

13 2 0
                                    


Esme Monroe


Esme estava literalmente com a cara na lama, era uma segunda-feira terrível, daquelas que a gente acorda se sentindo péssima, depois de um fim de semana cheio de emoções conflitantes. Não tinha certeza se tinha ânimo para ir à faculdade.

Mas ela não podia se dar ao luxo de reclamar, afinal tinha conseguido uma bolsa de estudos e isso era uma grande oportunidade. Então se levantou e tentou se animar da melhor forma possível para enfrentar esse dia.

Maisie conseguiu colocar sua moral um pouco lá em cima, amava essa mini adulta, como uma pré adolescente sabia de tantas coisas mesmo sem ter experiência.

Despertou dos seus devaneios e correu para o banho, lavar toda a angústia que a aflige é uma boa maneira de iniciar o dia.

Saiu enrolada na toalha e se moveu para o quarto, vestiu suas peças íntimas e optou por um short-saia, um cropped branco e um casaco aberto de crochê verde claro e por último sua vans branca. Pegou sua ecobag média e guardou seus materiais, fez tudo com calma sem o medo de se atrasar.

Chegou na cozinha e notou que, surpreendentemente, as irmãs estavam acordadas, o aroma do café recém-coado preenchendo o ar.

— Por que vocês estão acordadas tão cedo? — Esme perguntou, uma sobrancelha arqueada em curiosidade.

Maisie, com um sorriso que iluminava seu rosto, respondeu: — Enquanto você tomava banho, tive a ideia de prepararmos um café da manhã especial com o que temos. Queríamos te animar e desejar um bom dia!

Elisa, levantando-se da mesa com um prato na mão, interveio: — Na verdade, eu que fiz quase tudo. Não tenho certeza sobre a torta de maçã, mas foi um esforço coletivo.

Esme, com um sorriso tímido e olhos brilhantes, disse: — Vocês não precisavam ter se incomodado...

Elisa se aproximou e a envolveu em um abraço apertado. — Precisávamos sim. Vimos como você estava abatida ontem à noite. Ficamos acordadas preparando tudo, especialmente a torta e as torradas, só para te ver sorrir novamente. E eu te devo isso, depois de você ter me defendido naquela festa.

Maisie, fingindo indignação, exclamou: — Espera, isso é um abraço de irmãs sem mim? Por que ninguém me chamou?

Esme, rindo, abriu os braços: — Para de fazer bico e vem logo para o abraço!

Esme estava com um sorriso no rosto; suas irmãs tinham conseguido fazer com que ela tivesse um bom dia. Ela tomou o café da manhã com elas, depois se despediu, pegou sua bicicleta e seguiu rumo à faculdade.

Ao chegar, foi só uma questão de tempo até sentir seu celular vibrar com o toque de um seriado que assistia.

Ao procurar na bolsa, viu que era Mila e atendeu:

— Alguma coisa errada?

— Não vou hoje, amiga. Estou esperando minha vez na consulta e depois pegar um atestado. Eu levantei com azar hoje e me queimei fritando ovo. Nem adianta me julgar porque sinto de longe você fazendo uma careta. — Respondeu Mila.

— Olha... primeiramente, vou enfrentar o mundão sem você aqui na faculdade e, segundamente, quem se queima fritando ovo? Tome mais cuidado, sua lerda!

— Ei, me respeite! Preciso ir, te ligo mais tarde e você me conta como foi hoje.

— Aham, distraída, vou contar. Até mais tarde.

Esme encerrou a ligação e guardou o celular na bolsa. Pelo menos ela não era tão sozinha; tinha alguns amigos além da Mila no curso e em outros.

Ao entrar e passar pelos corredores do seu bloco, Esme avistou Tammy, que também cursava escrita criativa.

— Preparada para hoje? — perguntou Tammy, aproximando-se de Esme.

— E por que eu não estaria? — rebateu Esme, sorrindo e estranhando a pergunta da amiga.

Elas entraram na sala e sentaram-se juntas. A aula sobre storytelling já havia começado.

Esme sentia-se inspirada a cada palavra da tutora e notou que Tammy também estava atenta, anotando palavras-chave em sua agenda. Ela fez o mesmo.

Com o término da aula, dirigiram-se à biblioteca.

Assim que chegaram e se acomodaram numa mesa próxima à janela, com uma vista encantadora do campus, Esme, ansiosa, decidiu abordar o assunto que a inquietava.

— O que você quis dizer com "tá preparada para hoje"? — indagou Esme, gesticulando em direção a Tammy.

— Eu só perguntei porque senti que o clima no carro ontem não estava bom... — respondeu Tammy, cautelosa.

— Ah... é a Willow. — Esme fechou a expressão.

— De novo? Essa mulher não tinha parado de te incomodar? — Tammy expressou surpresa.

— Como você soube que ela tinha parado?

— Mila me contou sobre vocês no ensino médio, e eu deduzi isso também no último ano.

— Eu realmente não esperava encontrá-la estudando aqui...

— Esqueceu que esta é uma faculdade particular e para ricos, garota?

— Eu sei, mas o que me incomoda é que nos últimos dias ela se aproximou demais de mim. Não fui àquela festa pela festa em si, mas por ela... Tivemos nossa primeira vez, que foi incrível, mas depois ela foi tão insensível comigo, Tammy. — Esme desabafou.

— Caralho, eu realmente estava por fora de tudo. Passei perto do bloco dela e a vi sorrindo aos quatros ventos e abraçada com uma ruiva sem sal. — Tammy relatou. — Mas é a Willow, né? Esse é o jeito dela... Você ainda acha que ela vai se desculpar?

— Sinceramente? Não sei... Afinal, fui substituída bem rápido. — Esme bufou, cruzando os braços sobre a mesa.

— Mas notei que ela está bem diferente da menina que conhecíamos no ensino médio. Não é mais aquela patricinha de mundo cor-de-rosa, amiga. — Tammy confessou, olhando pela janela.

— É, eu também percebi... — Esme baixou a cabeça, pensativa batucando os dedos sobre a mesa.

Minha Inimiga Está Apaixonada Por Mim! (LIVRO ORIGINAL)Onde histórias criam vida. Descubra agora