JIN

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Jungkook não conseguiu mais do que um olá estrangulado para mim quando entramos ou saímos do complexo. Isso era se passássemos um pelo outro. Eu estava começando a suspeitar que a masculinidade tóxica era forte nele. Foi a única conclusão lógica que pude ter. Eu sabia que tinha cometido um erro ao deixar a excitação levar o melhor de mim no carro, mas não importa como virei essa interação em minha cabeça, só podia ler a excitação combinada em sua expressão.

Malditos garotos heterossexuais.

Acordei na manhã de sábado com a ereção matinal em fúria e a lembrança nebulosa de um sonho em que mãos grandes puxaram minha calcinha para o lado e um pau grosso deslizou em minha bunda. A ereção matinal não descreveu com precisão o estado do meu pênis, que latejava, doía e vazava dentro da minha calcinha. Eu estive perto de gozar, se a sensação de minhas bolas fosse alguma indicação. Bem, isso e meu coração disparado.

Meu telefone gritando na minha cabeça foi o que finalmente me tirou do meu sonho. Talvez fosse melhor, porque eu tinha certeza de que o homem acima de mim tinha um rosto familiar. Um rosto com barba, cabelos curtos e uma carranca permanente. Embora no meu sonho, ele definitivamente não estivesse carrancudo quando deslizou dentro de mim.

– Jin? ‒ Uma voz chamou de longe. ‒ Jinnie?

Merda. Eu tinha me perdido em pensamentos depois de ter furado a resposta no telefonema. ‒ Cal?

Ele parecia hesitante ao responder. ‒ Sim, desculpe, acordei você? 

– Uh-huh. Está bem? Tudo certo? ‒ Não era típico de Caleb me ligar às... Olhei para o relógio para descobrir que mostrava um pouco antes das oito de uma manhã de sábado.

– Papai foi chamado ao trabalho hoje para uma emergência. Acabou assim que ele disse que me deixaria no caminho dele, se você não estiver ocupado.

Usei minha mão livre para esfregar o sono dos olhos. ‒ Sim, Cal, peça para ele te trazer. Você sabe que é sempre bem-vindo aqui. ‒ Mesmo se eu tivesse um cara na minha cama no momento, ele teria sido expulso sem cerimônia sabendo que Caleb queria um lugar para ir passar o dia.

O sorriso de Caleb era claro em toda a linha. ‒ Obrigado, Jinnie. Vamos sair assim que o papai sair do banho.

– OK. Você tomou café da manhã? ‒ Pergunta estúpida. Não havia nenhuma maneira de Travis deixar seu menino sair de casa sem comer, e eu sabia disso. Mas achei que precisava perguntar.

– Sim! Papai fez panquecas.

O homem o estragou, mas Caleb mereceu. ‒ OK. Então, vou tomar um banho e comer antes de vocês chegarem.

Enquanto corria para o chuveiro, minha ereção de mais cedo quase esquecida, lembrei-me que por impulso comprei uma surpresa para Caleb que estava esperando o momento certo para lhe dar. Já que ele perdeu um dia de fim de semana com seu pai, esta seria a oportunidade perfeita.

Eu consegui tomar banho, me vestir, tomar um café da manhã rápido e encontrar o presente que guardei no armário de casacos antes de eles chegarem. Travis acompanhou Caleb até a minha porta, seu andar confiante eram como a noite e o dia desde o dia em que ele apareceu no consultório como o mais novo paciente de Caleb.

Esperei pacientemente enquanto Travis beijava a cabeça de Caleb e se desculpava ‒ de novo ‒ por ter sido chamado para trabalhar em um sábado. Eu me afastei, sorrindo para os  dois, enquanto uma pontada de ciúme bem no fundo deu um nó no meu estômago. Eu queria isso, e tudo o que tinha a meu favor era um vizinho rabugento que nem conseguia olhar na minha direção. Eu realmente precisava sair mais.

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