Seventh

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Rosé's pov

Isso é tão bom. Apenas sentir o vento em minha face, bagunçando os fios de meu cabelo. É incrível estar em um lugar aberto assim. Casais fazendo piquenique, crianças brincando com seus cachorros, apenas vivendo como se não houvesse o amanhã.

Me deito em cima da grama, coloco as mãos atrás de minha cabeça e fecho os olhos, aproveitando a paz inexplicável que isso me proporciona.

...

Bateu uma fome ago-

Antes de terminar minha linha de pensamento, sinto uma presença muito, mas muito próxima a mim. Ao abrir os olhos, não enxergo direito a forma a minha frente por estar contra o sol. Assisto a pessoa engatinhar em minha direção. O público que antes estava em volta, agora sumira. Conforme se aproxima, minhas orelhas começam a queimar, minhas bochechas ruborizam e minhas pernas tremem. Não tenho controle do meu corpo. 

É uma mulher, agora vejo. Ela apoia as mãos na grama tão perto do meu corpo que sinto seus dedos roçarem em minha pele exposta. Desliza uma mão para minha cintura e segura firme, enquanto a outra deixa de apoio perto de meu ombro. Seu rosto está borrado e, quando ela se inclina em minha direção e fica a centímetros de meu rosto, fecho os olhos em resposta. Meu corpo estremece ao sentir sua respiração no lóbulo da minha orelha, causando algo... quente, em uma certa região. Tudo que escuto é sua voz baixa dizendo: 

Sua refeição está pronta, Park.

Engulo a saliva presente em minha boca, ansiando por algo que não faço ideia do que seja ao escutar a frase que soou como duplo sentido. Quando sinto seu rosto se afastar um pouco do meu, abro os olhos, me deparando com um sorriso sacana familiar. Meus olhos se arregalam em sua direção. 

Mas que porr-

Me sento rapidamente na cama, ainda não conseguindo distinguir o sonho de realidade. Meu coração bate feito um louco, pensando em segundos atrás no corpo próximo ao meu. Por quê está tão quente aqui?

Fico alguns segundos encarando minhas mãos sobre a coberta. Meus batimentos continuam acelerados, minha boca salivando por algo talvez não tão desconhecido por mim. Coloco a palma da mão em minha bochecha, sentindo extremamente quente, evidenciando que sim, eu estou vermelha.

Cubro meus olhos entre os dedos, sentindo uma vergonha avalassadora. Como vou encarar ela? Céus, eu quero me enfiar em um buraco!

Continuo uns minutos assim, focando em me recompor. Pra que sonhar com essas coisas, Roseanne? Sério. Essa é uma das coisas sobre mim que é irritante as vezes. Costumo lembrar de meus sonhos em boa frequência, sendo eles na maioria esquisitos. Nunca sonho com essas coisas, então por que justo agora?

Respiro fundo, jogando esses pensamentos para o outro lado de meu cérebro. Retiro as mãos do rosto, me alongando em seguida. Preciso levantar, estou com fome e, principalmente, estou com muita sede. Olho para a mesa ao lado, indicando que são duas e meia da tarde. Dormi por quatro horas. Óbvio que pra repor, preciso de mais horas de sono, mas esse não é o ponto. Desde... aquilo, mal preguei os olhos. Quando conseguia ter três horas seguidas de sono, tinha algum pesadelo. Estou surpresa, mas jamais reclamando. Por mais que esse sonho tenha sido um tanto quanto absurdo.

Levanto na falha tentativa de afastar essas memórias. Direciono meu olhar para a cama, agora as cenas de mais cedo invadindo sem dó e piedade minha cabeça. 

Aaaaaaaaahhh!!!!

Eu vou surtar! De novo chorei e tive uma crise. Pior, eu lembro de ficar abraçada a ela. A noite toda.

(Hiatus) Where is Rosé? | Imagine RoséOnde histórias criam vida. Descubra agora