Twenty

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Rosé’s pov
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Acordo ao sentir uma movimentação em cima de meu corpo. Meus olhos demoram para se ajustar à claridade que escapa da pequena fresta da cortina. Assim que enxergo normalmente, encontro outro corpo colado ao meu, ao lado da maca do hospital. Sua cabeça está apoiada em meu peito. O cabelo levemente bagunçado, provavelmente do cafuné que eu fizera antes de adormecer, e um bico fofo nos lábios. Seu braço machucado cruza minha cintura, a segurando em uma espécie de abraço protetor.

Me deleito dessa visão por alguns bons e longos segundos. Minha mão involuntariamente vai de encontro ao seu rosto, retirando as mechas que caem sobre ele. O indicador corre em sua testa suavemente, traçando um caminho de sua sobrancelha até a ponta de seu nariz.

Tu es la plus belle personne que j'ai jamais vue… — Sussurro, na tentativa de soar quase inaudível. Sinto que preciso a elogiar sempre que posso, e mesmo que ela não escute, quero que até os pequenos átomos existentes nesse quarto de hospital saibam.

‘Você é a pessoa mais linda que eu já vi’.

Seu corpo se remexe, dando indícios de que está prestes a acordar. Desvio rapidamente a atenção para o relógio, com medo de ter a acordado sem um descanso devido.

Onze e vinte e sete.

Deu para descansar um pouco, pelo menos.

— Mm… bom dia, Rosie. — Escuto o tilintar de sua voz rouca ecoar em meus ouvidos, trazendo consigo uma paz imensurável e um coração acelerado.

— Bom dia, chérie. — Sorrio ao que ela ergue sua cabeça, alongando para os lados em uma tentativa de espreguiçar. Ela boceja, olhando a hora.

— Nossa, passou rápido. — Seu olhar se encontra com o meu. Ela nota o pequeno sorriso estampado em minha face e o retribui.

— Conseguiu descansar um pouco? — Franzo as sobrancelhas, preocupada.

— Uhum, até que seu corpo é confortável. — Diz, se sentando na ponta da cama e esticando as costas.

— Suas costas não parecem dizer isso.

— Elas apenas se acostumaram com os luxos dos colchões. Nem sempre ficar em um lugar confortável te traz um conforto mental.

Elevo as sobrancelhas em sua direção.

— Então eu te dou um conforto mental? — Implico com a mesma, como se isso não estivesse me fazendo explodir de felicidade internamente.

— Não falei isso. — Suas bochechas ficam ruborizadas. Antes de eu a retrucar, a enfermeira entra no quarto.

— Ah, acordaram na hora certa!

S/n se levanta, ajeitando suas vestes antes de se ajustar mais próxima a jovem moça.

— E então? — Ela pergunta.

— Ela está liberada para ir para casa, mas preciso falar o resultado do exame antes.

— Claro, pode prosseguir. — Digo, esperando pacientemente.

— O desmaio ocorreu de forma psicogênica. Creio que não seja um tipo de transtorno, o que leva a um estresse emocional pós evento traumático que desencadeou. Tende a ocorrer ao ativar gatilhos, que corresponde com o que a senhorita Kim dissera mais cedo. Passei alguns remédios que podem ajudar para esse controle de estresse excessivo, e também para ajudar no ferimento da Kim, devido aos pontos.

Ela entrega um papel, que há escrito tudo o que ela disse, porém mais detalhadamente.

— Agradeço, doutora. — Pego o papel em minhas mãos, sorrindo gentilmente para a mesma.

(Hiatus) Where is Rosé? | Imagine RoséOnde histórias criam vida. Descubra agora