Fourteenth

366 32 48
                                    


Rosé's pov

Escuto uma voz no fundo, sendo totalmente familiar e conhecida por mim. Permaneço de olhos fechados, apreciando aquela melodia, mesmo não prestando atenção nas palavras em si. É bom estar presa nessas duas realidades. Sei que estou prestes a acordar de fato, mas decido aproveitar os poucos segundos que me restam.

A voz fica um pouco mais alta, e é quando resolvo abrir os olhos. Há uma forte claridade aqui, então demora um tempo para me acostumar. Assim que o faço, noto um espaço vazio a minha frente.

Onde ela está?

Me pergunto, sentindo um leve desapontamento e tristeza. Estico o braço, passando a mão no local vazio e amassado. Está frio, faz um tempo que ela levantou.

Me viro de barriga para cima e espreguiço os braços, olhando a hora no relógio em seguida.

Oito e vinte. Bem cedo, devido a hora que dormi.

Memórias da madrugada brotam em minha mente, causando um misto de sensações boas. Cubro meu rosto com o lençol e balanço os pés, em euforia.

Não acredito! Ela me beijou! Ela realmente fez isso!

Deixo um riso bobo escapar, revivendo a cena em minha cabeça e causando aquele caos em meu estômago. Fecho os olhos em resposta, tentando me convencer de que tudo foi real.

Fico alguns minutos enrolando e pensando no quão idiota eu estou por ela, até criar coragem de levantar da cama. Passo no banheiro para fazer minhas higienes básicas da manhã, do tipo escovar os dentes e lavar o rosto. De resto não precisa de muitos comentários.

Talvez eu seja meio cega, ou fosse o sono, mas S/n estava agora na mesma sacada de horas atrás. Seu tronco inclinado para frente, os braços apoiados no metal e os olhos em direção a cidade. Parecia reflexiva. Deve ter encerrado a possível ligação, então resolvo me mover até ela.

Confesso que estou ansiosa e não sei bem como dialogar depois do ocorrido. Só agir normal, certo? Tipo:

'Ei, bom dia, o beijo foi massa, né?' 

ou 

'E aí, dormiu bem? Porque eu dormi maravilhosamente bem depois daquela sessão prática e eficaz de terapia, como se minha alma fosse a paciente e sua boca a psicóloga.'

Ou fosse melhor ficar quieta, ela não merece um texto imenso, filosófico e bem homossexual essa hora da manhã. Digo, ela merece, mas.

Ah, que se dane.

Passo entre as portas de vidro, me apoiando ao seu lado na grade e admirando sua face. A cor do sol favorece sua pele levemente bronzeada.

Encontrei a oitava maravilha e ela tem uma personalidade duvidosa e uma aura pura.

— Bom dia, Park. — Diz, me olhando de canto e curvando os lábios sutilmente para cima.

— Bom dia, Kim. — Retribuo o sorriso e volto meu olhar para o céu. — Acordou cedo. Tá tudo bem?

— Sim, acho que é o costume. Sabe, geralmente vou trabalhar essa hora, mas...

— Ah. Sobre isso-

— Tudo bem, eu tenho algum dinheiro guardado, consigo algum outro emprego. Era esgotante, de qualquer forma.

— Bom, tudo bem, mas...

— Tentei fazer um café da manhã, mas derramei um monte de coisa. Acabei limpando e só comprando algo. Tudo bem? — Estreito os olhos em sua direção por ser cortada duas vezes, mas só vejo uma cara de paraíso olhando para algumas pessoas distantes nas ruas. Inacreditável. Apenas solto uma risada e pergunto:

(Hiatus) Where is Rosé? | Imagine RoséOnde histórias criam vida. Descubra agora