Eleventh

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Alerta❗: Gatilho. Tentei fazer o mais leve possível, mas pode desencadear algo por conter cenas perturbadoras. Caso tenha alguma coisa ou não goste, não leia.

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S/n's pov

Enquanto escalo aquela torre de quadrados que tem na praça, meus pais observam de longe, tirando fotos. Não me importo, pois estou muito concentrada em chegar no topo. Subo, um pé de cada vez, me pendurando ou passando para outro quadrado, aumentando a diversão. Só que tem uma coisa estranha:

Não tem fim.

Subo incansavelmente, tentando alcançar o ápice do brinquedo, mas falho. Isso me frustra, tanto que decido tentar voltar. Mas o chão está muito distante agora.

Cadê meus pais?

Tento ver ao redor da praça vazia. Nenhum sinal de pessoas, apenas uma grama, que antes era um verde vivo, agora ficando com um aspecto seco, horrível. O céu que estava azul e aberto, agora fechara com nuvens cinzas e carregadas. Sinto um arrepiar na espinha, uma voz sussurrando no fundo de meu inconsciente para eu pular.

Não quero pular.

Olho apavorada para o chão que fica cada vez mais distante. Volto o olhar para o céu, presenciando uma possível tempestade se formar. Se viesse, eu seria atingida por algum raio. Tinha certeza daquilo.

Respiro fundo, sentindo estremecer cada fibra de meu corpo em pavor e aflição. Minha perna falha para meu desespero. Tento me segurar em algum lugar, mas tudo que acontece é meu pé escorregando no metal liso. Só enxergo uma paisagem borrada, com o vento ferozmente batendo em meu rosto. Escuto um estalo seguido de uma dor aguda em minhas vértebras cervicais. Estou deitada, então por tenho uma visão das minhas costas desse jeito?

É confuso, agora me enxergo em outra perspectiva.

Estou de pé, em frente a versão mais nova de mim. E ela está morta. O pescoço torto, alcançando os ombros com facilidade, o braço ao contrário, mostrando uma fatura exposta no cotovelo, abaixo da  barriga. Sangue escorrendo de seus ouvidos e testa, onde há um grande rasgo, revelando a carne viva ainda pulsando. Meu estômago se embrulha com a cena e quero vomitar.

Ver meus olhos sem vida, mas com uma expressão tão assustada, me deixa horrorizada.

Sigo a direção do olhar de meu cadáver.

Nada.

Ao me virar de volta, não tenho reação. Sinto não só uma, como vários objetos cortantes rasgando a pele de meu corpo, me fazendo sentir a tortura da carne a mostra e arrancada, a dor agonizante e interminável. Eu tentava gritar, pedir socorro, mas minha voz não saía.

Minhas cordas vocais doem, doem de tentar gritar, mas, além disso, um líquido escorre em minha garganta lentamente.

Conforme meu corpo cai no chão, meus olhos pesam, a inconsciência tomando conta.

Quando estava prestes a apagar, escuto vozes no fundo, dizendo:

"Sente isso? É apenas uma demonstração do que merece;"

"Você é uma falha;"

"Nunca terá felicidade, desde que o matou;"


(Hiatus) Where is Rosé? | Imagine RoséOnde histórias criam vida. Descubra agora