Tenth

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Rosé's pov

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Após ajeitar a máscara, S/n me guia mais a frente na arquibancada. É um canto bem discreto e consigo ter uma boa visão da quadra. Ela saiu, avisando que ia terminar de se trocar no vestiário, mas, antes, a parte que achei adorável e mais um motivo para meu colapso, foi ela perguntando se estava tudo bem, mostrando estar preocupada com o fato de eu estar sozinha aqui. Apenas respondi que sim, qualquer coisa dá para sair correndo, eu acho.

Não é como se eu tivesse muita opção, de qualquer forma. O quê não faria diferença também. Minha mente traiçoeira quer ficar ao lado dela, e sei muito bem o porquê. Não sei quanto tempo mais vou poder 'fugir' dos meus problemas. Problemas entre muitas aspas e ao mesmo tempo em caps lock gritando e assombrando minha cabeça.

Mas do que isso importa quando se pode admirar mulheres jogando vôlei?

Corrigindo, admirar ela jogando vôlei.

Eu sou boa em esconder coisas dos outros, só não de mim mesma. Mas dá algo só de pensar em admitir quaisquer que sejam esses... possíveis sentimentos. É um avanço, mas tenho medo do futuro e do risco que ela pode correr enquanto nada disso está resolvido.

Independente do passado e do presente, ainda está recente e capaz disso ser só uma atração, não quero ter que me iludir ou machucar ela de alguma forma.

Tópicos sensíveis a parte, a dita cuja entra na quadra, agora com um par de joelheiras nos joelhos e seus tênis brancos, que por sinal são lindos.

Só não mais que ela.

Que droga, eu tô decaindo demais. Preciso freiar esse meu caminhãozinho ou ele vai capotar e nem areia tem.

Me ajeito no banco e a observo. Ela está atenta no que a treinadora tá falando, com uma cara séria mas extremamente fofa. Depois de dispersarem, ela se posiciona no meio da rede para algum aquecimento. Creio que de ataque, mas ela não tá atacando e sim levantando.

Levantadora, né? Só conheço duas posições e essa é uma delas, que inclusive admiro quem faz. Realmente, a admiro muito.

Deixo um sorriso escapar e abaixo a cabeça com vergonha, mesmo estando de máscara.

Céus, pareço uma esquizofrênica.

Nego com a cabeça e volto meu olhar para ela, sentindo meu coração errar uma batida quando nossos olhares se cruzam por um breve instante. Eu posso estar maluca, pode ser o grau do óculos – que é quase nulo –, mas vi um curvar de lábios da parte dela.

Eu gosto de implicar com ela, mas também gosto tanto desse lado tímido. É algo apaixonante.

Talvez essa palavra ainda seja um pouco forte, mas e daí?

Vejo que uma menina alternou seu olhar entre S/n e eu e estreito os olhos, mas com medo. Será que está óbvio que sou uma celebridade? Isso vai ser péssimo, espero muito que não seja o caso.

Quando começam a jogar entre si, fazendo algumas trocas de posições esquisitas e que não faço a menor ideia de como funciona, essa mesma menina, de cabelo preto insuportavelmente hidratado e dona de um sorriso lindo, se aproxima de S/n perguntando alguma coisa para ela. Apenas observo a interação de longe, suspeitando a forma que ela fala com S/n.

Ao menos parece ser em relação ao jogo, ela parece um pouco perdida.

Confesso que ver a S/n explicando como ela deve se posicionar me deixou fascinada, como se estivesse vendo a premiação de um oscar. Apenas assistir ela falar de um assunto que sabe tão bem me causa algo bom dentro do coração. Uma admiração, possivelmente.

(Hiatus) Where is Rosé? | Imagine RoséOnde histórias criam vida. Descubra agora