Rosas, violetas, açafrão

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_pov gabrielle_

Perdi- me entre os textos da Ilha sobre as carreiras, histórias e toda a magia que cercava ali, aparentemente a Ilha havia sido construída a pouco tempo para os gregos em cerca de 10 anos o conhecimento da Ilha tomou conta das ruas de Atenas e junto a isso o preconceito e ódio de muito dos acadêmicos de Atenas que não compreendiam os avanços que eram exportadas de dentro das fortalezas da ilha representavam. Porém, a ilha tinha quase meio século de história pois era construída sobre alguma magia misteriosa que permitia o avanço dos estudos e construções enquanto a linha do tempo normal passava, ou seja, durante um ano na ilha o tempo passavam como 5 anos fora dela.

Isso explicaria o fato de Xena ter estado presente a "cinquenta" anos atrás na construção da ilha porém manter a mesma idade sem essa adição de tempo. A tão recente conquista da ilha era na verdade um capitulo ensinado aos novatos como as ações gloriosas de nossas fundadoras. A Ilha conta com 3 portos para comercio externo com a Pérsia, Índias e Grécia onde eram comercializados seda, especiarias e diferentes conhecimentos eram traduzidos além dos programas de recrutamentos e intercâmbio era lindo a tamanha rede de contatos construídas ao redor de simples conceitos de Irmandade, aceitação e amor pelo conhecimento. Continuei estudando enquanto esperava Xena, me perguntava onde ela andava que ainda não retornara.

 Adormeci sem perceber, pensando onde anda você

Acordei com Xena me chamando baixo, nem havia percebido ela chegou ou quando adormeci. Logo, após ter finalmente despertado completamente me juntei a ela na sala principal, curiosa para saber de sua demora e finalmente poder comemorar junto a ela a minha admissão para o Departamento de Literatura e Historiografia. Me aproximei vendo seu semblante levemente preocupado e cansado.

G: Xena, tudo bem? Xena...

Ela demorou a responder o que estranhei imediatamente. 

X: Oi... Perdão ocorreu uns imprevistos e apenas enfim nada muito importante.

Sentei-me ao seu lado puxando-a para meu ombro em um semi-abraço, seus olhos azuis estavam tão claros mas havia a presença de algo que eu nunca tinha percebido antes: Medo.

 G: E como eu posso ajudar?

X: Apenas fica aqui... gosto da certeza de ter você a salvo.

Ela deitou sobre meu colo me encarando como se decorasse cada detalhe, sabia ela que eu fazia isso também em um acordo silencioso de lutar pela a permanência desse querer.

Selei nossos lábios em honra aos nossos sentimentos cada dia mais fortes, como ondas de um mar revolto que aterroriza aos familiares dos que estão no mar, como o bater de asas de uma borboleta em busca de repousa em uma bela flor, o coração daqueles que sabem o que é lutar para conquistar a cura das coisas que só o tempo sara. 

G: Nunca vou sair do seu lado.

X: Nem eu do seu.

Nossas mãos se enlaçaram, admirei ela por mais um momento desfiz o enlaço e deslizei minha mão entre seus cabelos levemente bagunçados. Ela temia me perder e eu a ela,  eu amava me perder nela e assim ela também.

G: Você pode dividir suas preocupações comigo, minha ágape.

X: Muitas coisas acontecendo na cidade, temo não ter tempo para organizar o que preciso, hoje enviei uma garota para a ilha ela estava sendo usada de moeda em uma transação entre a família dela e a de um homem da academia,  isso me embrulhou o estomago ver uma moça tão jovem conhecendo a maldade humana. E pensar que não é a única e que muitas terminam por se conformar, aceitar, naturalizar e passar adiante esses comportamentos.

G: Sua parte esta feita, você a colocou em uma comunidade que vai mostrar que isso não é natural e quando ela voltar a Atenas saberá se defender e ensinar sobre tudo o que o mundo de verdade é, assim como fez por mim.

X: É verdade.

Seu olhar desviou entre meus lábios e meu pescoço, ergueu a mão alcançando meu rosto me trousse para perto 

X: Serei sua até o...

G: shii, não. Não vamos pensar nisso, agora só quero pensar em eu e você comemorando as boas notícias do dia.

X: Alguma sugestão?

Ela sentou ao meu lado me encarando no fundo dos olhos, vi teus olhos tão claros escurecerem como se travasse uma batalha entre a razão e a emoção. Sentei-me em seu colo, passei  minhas mãos por seus ombros me aproximando cada vez mais, até de tão perto nossos cílios quase de batiam.

G: Você que manda, General.

Vi seus semblante transmutar, da mulher de rosto abatido para o reflexo mais puro da luxúria, suas mãos me perpassaram meu corpo, ela sabia que me tinha, ela sabia muito bem o que fazer pra me render a ela. Seu aperto firme em minhas coxas me tiraram de eixo, meus pensamentos divagaram vi as estrelas, vi-a mapear cada ponto de minha pele com sua boca, cada beijo, cada resto de folego que teimava sair de meus pulmões.

Me conduzia em passos frenéticos, tão viciantes, tão soltos, como coisa de outra vida, vida de outra chama, ouvi sussurrar meu nome e quase enlouquecer era dócil querer mais da fera que lhe apossava a pele, me embebendo toda me deixando tonta, eu só a queria e queria em mim, conduzindo essa energia esse calor.

Puxei para perto mais perto para não deixar escapar nem um parte dela de mim. Amava seu rosto me olhando como se somente eu existisse meu ego atravessava minha carne, ela me devorava como ultima pagina de livro, me perdia em cada pressão de seus dedos, arrepio escuso de minha alma.

Somente a queria e nada mais.

E lembre-se de quanto a quero.

Ou já esqueceu? Pois vou lembra-lhe

Os nossos momentos de amor.

Quantas grinaldas, no seu colo,

— Rossas, violetas, açafrão —

Trançamos juntas! Multiflores

Colares atei para o tenro

Pescoço de Átis; os perfumes

Nos cabelos, os óleos raros

Da sua pele em minha pele!

[...]Cama macia, o amor nascia

De sua beleza, e eu matava

A sua sede" [...}

Brincando com seu cabelo em meus dedos, deitadas no chão da sala cheio de risos frouxos, Xena fez menção de levantar  rapidamente, recolhi e a vi caminhar com seu corpo exposto, pelos os deuses aquela mulher ainda me mataria com aquele caminhar. Ela foi até a sala de estudos e voltou com um embrulho em suas mãos, abri a caixa e junto a ele um diário em branco, uma aliança  com orquídeas desenhadas em ouro. 

X: Espero que sempre se sinta livre para descrever o mundo por meio de tuas palavras, que sempre dialoguemos sobre o que nós aflinge e que sempre eu te tenha aqui assim comigo. Eu te amo

Ela falou de maneira compassada, apaixonada, paralisei, ela me encarrou, fechou os olhos como se temesse eu não responder.

G: Eu também  te amo, minha ágape.

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oioi como estão?



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⏰ Última atualização: Apr 17 ⏰

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Sure, whatever you say // Xena e GabrielleOnde histórias criam vida. Descubra agora