Senti nell'aria c'è già
La nostra canzone d'amore che va
Come un pensiero che sa di felicità
Senti nell'aria c'è già
Un raggio di sole più caldo che va
Come un sorriso che sa di felicità
"Felicità ── Al Bano & Romina Power"•••
Gabriel tinha saído cedo do apartamento naquela manhã, estava na academia desde ás 7h, pouco antes tinha dado uma volta pelo quarteirão, estava acostumado a correr naquele horário, ajudava a esquecer de coisas que o atormentavam durante a noite que não tinha dormido quase nada, preocupado demais com o celular de Chiara, que explodira de mensagens quando a noite anterior chegou, todas elas pertencentes a só um número. Augusto tinha chegado em Londres mais cedo, adiantou o vôo na esperança de encontrar a garota ainda no apartamento, mas a ficha não parecia ter demorado a cair. Tudo que era dela, estava agora na casa de um outro alguém, que nem mesmo conseguia imaginar quem era.
Ao entrar no apartamento, sentiu o cheiro fresco de algo que nem imaginava o que poderia ser, a sala estava iluminada, as cortinas abertas deixavam o sol fraco da manhã entrar no ambiente. O aquecedor ligado, porque apesar do sol, o frio ainda era um tanto predominante em Londres, já estavam acostumados com aquele clima esquisito, ao ponto de pouco se importarem. O cheiro vinha da cozinha, assim como alguns barulhos de passos, deixou as chaves em cima da mesa de centro e caminhou com um sorriso no rosto, por cima do balcão pôde ver Chiara. A mulher usava um short de moletom, uma camisa preta com a imagem da banda queen nas costas, pisava só de meias no chão e os cabelos castanhos eram como uma cascata que caía sobre suas costas, desenhando mais ainda o corpo de estatura menor.
── Bom dia, Chiara ── a brasileira deu um pequeno pulo, se virando com a mão no meio do peito, os olhos um pouco arregalados pelo susto que tinha tomado tão repentinamente ── Desculpa por te assustar ── deu uma pequena gargalhada, vendo a expressão da mais velha se suavizar ── O cheiro está ótimo.
── Estou fazendo o café da manhã, espero que você aprecie meus dotes culinários, não são incríveis, mas garanto que não te darei uma intoxicação alimentar ── riu, colocando uma das mãos na cintura, enquanto se virava para voltar ao que fazia antes ── Está com fome? ── perguntou com a voz suave, o cabelo caindo levemente no ombro esquerdo, quando se virou para olhar o piloto novamente. Os lábios estavam avermelhados, os cílios perfeitamente desenhados, sobressaindo suas pálpebras. Gabriel sorriu de forma involuntária, admirando a beleza que Chiara tentava esconder do mundo, usando maquiagem, quando não precisava de nada, apenas de um sorriso e um cabelo caindo sobre o ombro, de forma tão natural ── Tem café, bolo de limão, ainda está meio quente, tirei do forno a alguns minutos, eu fiz geleia, não achei que desse pra fazer tanta coisa e em tão pouco tempo, mas consegui e espero que esteja faminto, não iria conseguir comer sozinha.
── Eu estou com fome e parece estar uma delícia, acho que não poderei te deixar ir embora depois disso ── confessou, atravessando o balcão para que pudesse se aproximar da mulher, contendo a vontade de tocar nos fios castanhos com ternura ── Obrigado por fazer o café.
── Obrigada por me convidar para ficar aqui, foi incrível da sua parte ── e então ela deu aquele sorriso que fazia o coração de Gabriel palpitar, um jeito esquisito de se sentir em relação a uma amiga ── Agora senta, eu vou colocar a mesa.
── Deixa que eu coloco, você já teve o trabalho de cozinhar ── pediu, puxando uma das cadeiras para que ela se sentasse. Chiara hesitou, olhando para o piloto, mas logo cede, se sentando e jogando o cabelo castanho novamente para cair por suas costas. Gabriel desejou que ela não tivesse o escutado suspirar tão profundamente enquanto se virava.
…
A manhã passou lentamente, as risadas na cozinha pareciam ecoar por todo o apartamento que antes era vazio demais, solitário demais em horários como aquele. Mas Chiara parecia iluminar qualquer lugar que pisasse, Gabriel reparara isso no segundo em que escutou a risada dela sendo verdadeira pela primeira vez desde que tinham chegado. Comeram entre conversas, em nenhum momento o assunto escorregou para Augusto, desejava que continuasse daquela maneira para sempre, não conseguia pensar no homem e não sentir raiva por ter tirado tanto tempo de felicidade da Belmonte.
Durante a tarde, o celular da mulher deixou de tocar, jogado em cima do sofá como se não existisse e em poucos minutos todas as mensagens foram apagadas pela pessoa do outro lado da tela, Bortoleto pôde escutar o suspiro de alívio que deixou os lábios da brasileira, que agora olhava concentrada para o notebook que tinha no colo, sem precisar se preocupar com quem antes tomava conta de sua cabeça e coração. A acastanhada trabalhava em silêncio, sentada no lado oposto do sofá, fones de ouvido, cabelo preso em um coque e usava também óculos de grau, que caíam perfeitamente no seu rosto delicado. Gabriel se viu olhando para ela e sorrindo, não se importando com o filme que antes passava na televisão.
A campainha tocando foi o que despertou seu transe, Belmonte não parecia ter escutado, concentrada demais no trabalho que fazia no computador. Bortoleto se levantou, não se importando em calçar nada nos pés, caminhou de meias até a porta, abrindo-a depois de ver Felipe pelo olho mágico.
── Espero não estar atrapalhando nada ── o outro brasileiro sorriu, insinuando o que quer que fosse com o olhar. Parecia esquecer o quanto o amigo não se importava em trazer qualquer mulher que fosse até seu apartamento ── Quer sair hoje à noite? Me chamaram para ir em um clube, mas não quero aparecer sozinho lá. Augusto quem fez o convite.
Gabriel sentiu algo estranho ao escutar aquele nome, sabendo que uma raiva forte estava dentro de seu peito e que dificilmente deixaria de existir depois de saber de tudo o que tinha feito Chiara passou. Deu espaço para que o amigo entrasse e fechou a porta, sem falar nenhuma palavra enquanto caminhava até a sala, Belmonte ainda trabalhava no aparelho, não percebendo a terceira presença na sala. Felipe deu um olhar confuso para o brasileiro mais novo, que não deixou de sorrir, enquanto caminhava até a cozinha.
── Ela está passando um tempo comigo, não faça muitos questionamentos, principalmente se forem direcionados a ela ── falou para o mais velho, se sentando em uma das cadeiras da mesa, indicando que o outro se sentasse em sua frente ── Terminou com Augusto e eu não quero nem ver aquele cara na minha frente, talvez mais pra frente você possa saber, mas sinto muito, não pretendo estar no mesmo lugar que ele tão cedo.
── Você está ficando com a Belmonte na cara dura? ── Felipe perguntou, uma expressão de surpresa no rosto ── Não perdeu tempo mesmo, não é Bibi? Eles terminaram o quê? Cinco dias?
── Não estamos ficando, Felipe. Eles terminaram e moravam juntos, o apartamento dela está em reforma e eu achei injusto deixar ela em um hotel por tanto tempo, então pedi para ela ficar aqui, é bom ter companhia ── murmurou, um sorriso no rosto ao lembrar de como a manhã tinha sido leve ── Augusto não pode nem sonhar com isso, não quero ele vindo atrás dela, nem agora e nem nunca, estou a isso aqui ── fez um gesto com os dois primeiros dedos da mão, representando uma fina linha ── De dar um recado pessoalmente para ele.
── Ok, não sei o que ele fez, mas para te deixar assim, deve ter sido muito sério, não vou até esse clube nem fodendo ── negou com a cabeça, olhando em direção a sala de estar ── Superou a paixonite por ela?
Gabriel se virou para o amigo, uma expressão de tédio no rosto, o sorrisinho nos lábios do brasileiro mais velho era tortuoso demais. Se arrependeu de ter contado a pequena queda que tinha pela mais velha, mesmo que fizesse alguns meses desde a conversa esquisita que tiveram sobre aquele assunto.
── Só fique quieto, cara.
Drugovich riu alto jogando o corpo para trás. Sabia que mais cedo ou mais tarde, aqueles dois estariam nos braços um do outro e torcia para que isso acontecesse o mais rápido possível, já estava cansado de ver os olhos de corça que Gabriel tinha ao olhar para a Belmonte.
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THE WAY YOU WANTED | Gabriel Bortoleto
Fiksi PenggemarNunca havia realmente conhecido a vida, presa a algo que estava fadado ao naufrágio. Tinha um oceano diante de seus olhos, mas não tirava os pés da areia que cada vez mais afundava seu corpo. Chiara segurava uma corda mesmo que não tivesse força o s...