Aqui no CT, um pequeno riacho bem discreto, muitos ignoram sua existência. Assim, sempre que algo me incomoda, procuro me isolar neste local. Aqui é meu refúgio, sereno e propício para relaxar e contemplar. Sentada numa pedra à beira d'água, sinto a suave carícia do vento na minha pele.
- Oi, Bella! - Apenas uma pessoa me chama assim. Eu me viro e dou de cara com Guilherme, que sorri.
- Sério cara? Como você chegou aqui? - Pergunto, claramente irritada.
- Estava apenas caminhando. Não tenho certeza de como vim parar aqui - ele responde.
- Ah, claro! Some daqui! Você é insuportável.
- Você está bem? - Sua pergunta me pega desprevenida.
- Me deixa em paz! Que saco!
- Você é sempre tão adorável? - Ele pergunta de maneira irônica.
- Como é? - Fico ainda mais irritada com a ironia.
- Eu esperava mais do grande Albuquerque, respeitado por todos. Mas, pelo visto, você é apenas uma menininha mimada que acha que pode fazer o que quiser - ele diz em tom sério.
- Espera aí, eu não admito isso. Você nem me conhece.
- Você também não me conhece. Não acredito que seus pais tenham orgulho desse seu comportamento. Será que eles sabem que você é uma estúpida quando eles não estão por perto? Aposto que não, e se souberem, são tão estúpidos quanto você.
- Sinto as lágrimas querendo vir, e as seguro. Dou um tapa em seu rosto e grito:
- NUNCA! NUNCA MAIS OUSE FALAR SOBRE MEUS PAIS! - Minha voz sai embargada, e vejo ira em seu olhar. Ele me segura com força pelos braços.
- Ai! Para! Tá me machucando! - Grito.
- Quem você pensa que é para me bater? Meus pais nunca levantaram a mão pra mim. Você parecia ser legal, agora vejo que é um lixo de pessoa. Não imagino como alguém possa te suportar! - Ele esbraveja.
A cada palavra dele, sentia suas mãos apertando cada vez mais meus braços. Engulo em seco, olhando para ele. Parece perceber que estou com dor e me solta. Minhas pernas estão fracas, acabo caindo. Ele sai sem olhar para trás. Fico um tempo ali, assimilando o que aconteceu e tudo o que ouvi. Me recomponho e decido retornar à área de treino.
- Isa? - Mari me chama - o que foi isso?
- O que? - pergunto, sem entender a pergunta dela.
- Isso - ela aponta.
Olho para meus braços e percebo que meu macacão está baixado, deixando visíveis as marcas vermelhas em meus braços. Não acredito nisso.
- Devo ter me batido em algum lugar. - digo.
- Nos dois braços? - ela retruca - Você é uma péssima mentirosa, lembra?
- Mari, eu não faço ideia do que aconteceu, não me recordo disso. Está bem? Nem havia notado. - Digo, visivelmente irritada.
- Isa, as meninas chegaram. - Anuncia Heitor se aproximando - O que aconteceu? O que houve, Isa? - Pergunta, claramente preocupado.
Quando ele toca a região afetada, sinto uma leve dor e puxo o braço instintivamente para evitar o toque.
- Está tudo bem, não foi nada. Vamos lá. - Digo, me afastando deles.
Ando poucos passos quando sou chamada por Mari. Ironicamente, acabo parando ao lado de onde Guilherme estava.
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AMOR SOBRE RODAS
RomanceIsabella mora com seus tios desde os oito anos, ela tem um passado doloroso e não gosta de falar sobre, devido isso se tornou uma pessoa fria e com uma personalidade difícil de lidar. Mal sabia que alguém chegaria para quebrar sua armadura. Guilherm...