CAPÍTULO 6 - GUILHERME

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Dias se passaram desde que convidei Bella. Mal a vejo agora, e quando consigo vê-la, mal conversamos ou nem mesmo nos olhamos.

- Será que estou indo rápido demais? - pergunto a mim mesmo.

- Com o quê? - meu amigo Caio me questiona.

- Nada. Pensei alto demais.

- Cara, você mente mal pra caramba - ele ri e eu lhe dou um soco no braço. - Você não consegue tirar os olhos de cima da garota.

Ele aponta para Isabella e resolvo me dar por vencido.

- No dia da última apresentação, chamei ela pra sair - digo por fim.

- E?

- Ela não me respondeu até hoje.

- Cara, isso já tem uns 15, 20 dias?

- Acho que mais. Foi logo que chegamos, lembra?

- Caraca, ela te deu um fora legal - ele ri.

- Miller? - me viro e vejo Eduardo, o tio de Bella.

- Sim - respondo.

- Venha comigo, por favor.

Olho para Caio sem entender e sigo Eduardo até seu escritório. Ele me pede para sentar e em seguida alguém entra.

- Então, quem será o próximo... - escuto a voz de Bella e me levanto. - Só pode ser brincadeira.

- Não, Isa, não é brincadeira. Observei os treinos dele, ele é bom. Tenho certeza que dará certo desta vez.

- Desculpem - os interrompo. - Mas o que está acontecendo?

- A partir de hoje, você será a dupla de Isabella.

- Como? - questiono, visivelmente surpreso.

- Sente, vou lhe explicar - obedeço e vejo Bella passar em direção à janela. - Há uns dias atrás, falei com Isa a respeito de fazermos algo diferente, uma dupla em movimento sincronizado, o mais espelhado possível. Não sei se você chegou a reparar, mas esses últimos dias ela treinou com vários garotos e garotas, porém ainda não deu certo. Percebi potencial em você. Terão três dias para treinar e montar algo para eu avaliar, e com sorte, teremos encontrado o par perfeito.

- Acho que ele já entendeu - Bella diz, chamando minha atenção. - Podemos ir?

- Sim, podem. O treinamento começa a partir de agora.

Bella sai rapidamente e a sigo, correndo um pouco para alcançá-la e a puxo pelo braço.

- Espera - digo, e ela tenta se soltar. - Por favor!

Ela puxa o braço e tenta correr. Eu a seguro num abraço e ela se debate para se soltar, mas logo desiste.

- Olha, eu não sei o que você tem, mas eu não tenho culpa. A não ser que eu tenha te feito algo pra você. Eu fiz? - ela não responde e a viro pra mim.

- QUE BONITO! É UMA VAGABUNDA MESMO! - o grito de uma mulher nos afasta. - É tão fácil para você seguir a vida, não é mesmo? Enquanto isso, meu filho está morto!

Olho para Bella, que parece atônita e até mesmo envergonhada. De repente, ela é acertada por um tapa, e tento segurar a mulher. Já vi essa mulher...

- Avisei tanto meu filho que você não prestava, sua vagabunda!

Bella está olhando para o chão, e vejo lágrimas escorrerem pelo seu rosto, percebo o quão frágil ela é. A mulher tenta se soltar de mim, e eu a empurro e fico à frente de Bella.

AMOR SOBRE RODASOnde histórias criam vida. Descubra agora