CAPÍTULO 11

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- Faz mais de uma hora que Mariana está no meu pé querendo saber todos os detalhes da festa e se Guilherme me beijou e afins, segundo ela sou uma péssima amiga por não lhe contar a "verdade" segundo ela, Guilherme e eu nos beijamos na festa, mas não, não nos beijamos.

- Pela milésima vez, não beijei o Guilherme - falo irritada e em um tom um pouco mais alto.

- Ai tá bom. Se não quer falar não fala - ela diz com desdém.

- Mariana! - grito - Como você quer que eu conte algo que não aconteceu? E se acha que estou mentindo vá perguntar a ele. - saio irritada.

Sei que fui grossa, mas já estava estressada. Estava tão imersa em meus pensamentos que mal percebi por onde estava andando. Escuto uma buzina estridente que corta o ar, seguida de um impacto abrupto, e em um instante, meu corpo é arremessado para frente, encontrando o chão com violência.

- Bella? Bella? - A voz de Guilherme parece distante, como se viesse de longe. Minha cabeça lateja e tento abrir os olhos, mas tudo parece turvo e fora de foco. A dor latejante no meu crânio me deixa tonta, incapaz de distinguir a realidade.

[...]

Abro os olhos lentamente, tentando me situar. Ao meu redor, vejo o rosto preocupado de Guilherme, que me observa com ternura. Seu sorriso breve traz um pouco de alívio.

- Oi, como se sente? - sua voz é suave, quase um sussurro reconfortante.

- Minha cabeça dói um pouco. - Levanto a mão e sinto o pequeno curativo no alto da minha cabeça.

- Você bateu a cabeça, mas nada sério. Felizmente, Estela não estava dirigindo rápido.

Tento me levantar bruscamente, mas uma tontura intensa me domina. Guilherme me ampara, ajudando-me a sentar devagar na cama.

- O que aconteceu? - ele pergunta, seus olhos azuis demonstrando preocupação genuína.

- Fiquei tonta... - respondo, lutando para manter a clareza de pensamento.

- Isso eu notei. Quero saber por que você estava distraída.

- Ah, isso... Perdi a paciência com a Mariana e acabamos brigando. Estava tão irritada que nem percebi onde estava andando.

- E por que brigaram?

- Segundo ela, sou uma má amiga por não lhe contar que te beijei ontem.

- Mas nós não... – Guilherme tenta explicar o que era óbvio

- Acha mesmo que eu não sei? - Encaro-o com uma expressão incrédula. - Por que acha que fiquei tão irritada? Já repeti diversas vezes que não aconteceu nada, mas ela simplesmente não acreditou. No final, mandei ela perguntar diretamente a você e saí, sem prestar atenção por onde estava indo.

Ele se senta ao meu lado e pondera sobre o assunto.

- Compreendo sua frustração, mas por que se irritar tanto? Mesmo que tivéssemos nos beijado, não seria algo entre nós?

Suspiro, tentando explicar minha irritação.

- Me irritei porque ela estava determinada a me fazer confessar algo que simplesmente não aconteceu. Quanto tempo estou aqui? E onde exatamente é "aqui"?

- Passou quase uma hora, e estamos na enfermaria do hospital.

- Hospital? - Minha voz sai mais alta do que pretendia, um misto de surpresa e preocupação. - Já posso ir embora?

- Vou chamar um médico para verificar, mas por enquanto, é melhor ficar quietinha.

Guilherme sai e, segundos depois, retorna com um homem que me avalia e entrega um receituário a Guilherme. Ele sugere repouso e que só poderei retornar às atividades normais em dois dias. A contragosto, concordo com tudo, e Guilherme me ajuda a levantar, guiando-me até a saída e depois até seu carro.

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⏰ Última atualização: May 27 ⏰

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