CAPÍTULO 10 - GUILHERME

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A noite passada foi simplesmente perfeita. Realizar aquelas manobras com tamanha sincronia foi uma experiência surreal. Observando Bella, lembro do brilho nos olhos dela enquanto executa cada movimento, demonstrando o verdadeiro amor pelo que faz. É incrível como ela se destaca, e confesso que não consigo entender completamente o que é que essa garota tem que me atrai tanto. Mas de alguma forma, estou começando a gostar dela. A lembrança do nosso beijo no pub não sai da minha cabeça. Foi um momento inesperado, mas que definitivamente mexeu comigo.

E agora, estou aqui, parado, observando-a enquanto ela lava sua moto com dedicação. Bella é única, diferente de todas as garotas que já conheci. Ela não tem frescuras, é autêntica. Odeia depender de outras pessoas e é incrivelmente forte, mas, ao mesmo tempo, consigo perceber uma fragilidade por trás de sua determinação.

- Oi, Guilherme - ela diz se aproximando com um sorriso radiante.

- Oi, Bella - retribuo o sorriso, sentindo-me animado.

- Sabe, pensei no seu convite e, sob pressão de Mariana, vim dizer que aceito. - seu sorriso se amplia ao dar a resposta, o que me deixa ainda mais contente.

- Ótimo! Passo na sua casa às oito, tudo bem? - confirmo, ansioso pela noite.

- Ok. Te espero às oito! - ela volta para sua moto e decido lavar a minha também, colocando-a ao lado da dela.

- Me empresta a mangueira? - pergunto, esperando que ela aceite.

- Pode pegar - responde, sem me olhar, concentrada em sua moto.

- Vai usar o que hoje? - tento puxar assunto, ela para de ensaboar a moto e me olha rindo.

- Por acaso quer combinar sua gravata com minha roupa? - ela responde de forma descontraída, me fazendo sorrir.

- Sabe, é uma boa ideia. - sorrio, e ela ri ainda mais.

- Estou começando a gostar de você. Você me faz rir. - ela diz, sorrindo, e queria poder tirar uma foto dela assim.

- Sei que sou irresistível - brinco, fazendo-a me encarar.

- Idiota! - ela sorri - E ainda não sei o que vestir - ela dá de ombros.

- Você vai ficar linda, até se for de mendiga - ela me olha rindo.

- É sério isso? - pergunta, incrédula, e eu assinto. Ela pega a mangueira e joga água em mim.

Vou até ela, pego a mangueira e a molho também, travando assim nossa pequena guerra. Paramos quando, acidentalmente, molhamos uma mulher. Ela está assustada e Eduardo, que estava ao seu lado, cai na risada.

- Guilherme, quando acabar, vá até minha sala - ele diz em meio a risos.

- Sim, senhor. E desculpe, senhora.

- Desculpa, tia. - Bella diz, e eu a olho.

- Está tudo bem, meninos. - Eduardo e a mulher se retiram.

- Tudo bem, Bella?

- Tudo. Achei que iriam se irritar - ela dá de ombros.

- Vou me trocar e ir falar com seu tio.

Ainda bem que sempre trago roupas comigo, me troco e vou até a sala de Eduardo. Bato na porta e escuto ele pedir para entrar, e assim faço.

- Ah, Guilherme! Sente-se.

- Aconteceu algo? - pergunto ao me sentar.

- Não, quero apenas lhe dizer algo importante e pedir um favor – Eduardo diz e assinto. - Vocês dois têm estado muito próximos ultimamente, e depois do que ela passou, digamos, ela tem evitado se aproximar das pessoas. Ela mudou muito. Costumava ser uma garota sorridente até seus pais morrerem. Ela estava se recuperando quando conheceu Mauricio, estava sorrindo de novo. Mas então outra tragédia chegou.

AMOR SOBRE RODASOnde histórias criam vida. Descubra agora