Capítulo 11

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Primeiro: Não estou 100% segura com esse capítulo, quem me acompanha no twitter viu meu desespero pra escrever. Então foi o que saiu e espero que vcs gostem, se não foda-se tbm kkkk foi o que eu consegui. Culpa do Mercúrio retrógrado.

Segundo: Pra quem já leu o livro, sabe que o que vai acontecer aqui é o ponto central do envolvimento dos personagens do livro, eu não consegui encontrar algo que fosse do mesmo patamar pra adaptar a Kelmiro, então usei basicamente o mesmo processo do livro pra esse capítulo. Aceito criticas porém depende kkkkk

Sem mais drama de 20 Amaury's vamos a isso... Encontro vcs de novo no final!

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Era final de outubro, e como sempre ocorre em São Paulo, o tempo mudou de uma hora pra outra se tornando frio, como se adivinhasse a tempestade e a tormenta que vivia o interior de Kelvin naquele dia. Enquanto caminhava pra casa, enxugando as lágrimas de raiva e resignação, abraçou os próprios braços para se aquecer, havia saído tão atordoado do prédio de Ramiro que nem seu deu ao trabalho de pegar o casaco que vinha usando, mesmo que ele pertencesse ao professor. As pessoas sorriam pra ele na rua com afeição e ele agradecia que ninguém o parou para perguntar se estava tudo bem, ou seria capaz de desabar em lágrimas e já havia chorado demais par um único dia.

Kelvin não se arrependia por ter cuidado de Ramiro em um momento tão vulnerável, mas estava envergonhado e com raiva de si por ter sido tão tolo, tão estupido e ingênuo de achar que ele se lembraria dele, depois de uma bebedeira e que retomariam de onde pararam 6 anos atrás. Era real, ainda estava lá, o choque que sentimos, ele também sentiu, não era minha imaginação, ainda assim empurrou este pensamento para longe, estava na hora de sair desse conto de fadas e enterrar de vez essas lembranças, se ele não foi capaz de se lembrar, é porque não se importava suficientemente. Quando chegou em casa, tratou de tomar um banho quente e vestir uma roupa aquecida, jogou a camiseta de Ramiro no fundo do guarda roupas onde seria esperançosamente esquecida, deitou em sua cama, agarrou seu baby yoda e dormiu, física e emocionalmente cansado.

Enquanto Kelvin dormia, Ramiro lutava contra a própria ressaca e contra o desejo de afundar em mais uma garrafa de rum e nunca mais voltar. Ele não havia descido as escadas, não havia ido no outro elevador, até alcançar o ruivo na calçada, ele foi covarde. Se amaldiçoou pela forma que tratou o menor, não só por essa manhã, mas desde o primeiro dia que encontrou ele na universidade e do quanto Kelvin deve ter sofrido em silêncio, sabendo quem ele era o que significava pra ele.

Como eu pude ser tão cego?

Pensou na primeira vez que o viu em Nova Primavera, ele havia voltado pra casa tão deprimido e revoltado, mas Deus havia lhe mandado um anjo, um anjo para resgatar o maior do inferno que vivia, Kelvin o confortou e o tirou da escuridão e lhe deu esperança, além de parecer nutrir um sentimento muito forte pelo mais velho.

Ele me salvou!

Como se não fosse suficiente, ele ainda apareceu mais uma vez no momento em que perdia outra força intensa de bondade em sua vida, Irene, o que ela diria agora se visse o que ele tinha feito e como havia machucado seu anjo? Segurando o bonito bilhete que o ruivo havia deixado em sua bandeja, confrontava a escuridão que Ramiro carregava dentro de si mesmo. Largando o bilhete no balcão e escondendo o rosto nas mãos, Ramiro chorou aquele dia.

*****

Quando Kelvin acordou já estava escuro, passava das 22h e após se levantar e cozinhar um macarrão instantâneo que mal foi capaz de engolir, decidiu verificar seu celular, havia desligado quando chegou a casa de Ramiro, na noite anterior porque esperava uma mensagem de Frank mas não seria capaz de falar com ele naquele momento, só queria ficar em paz sozinho.

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