Capítulo 23

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EM minha visão periférica eu via: ao meu lado no sofá, Bokyung, em pé ao lado de nós estavam dois garotos que pareciam ser gêmeos então deduzi que fossem Gyeong e Hyunbin, mas eu não sabia quem era quem. Na minha frente, a mãe de Bokyung sentada num sofá na minha frente com os braços cruzados e um olhar penetrante, como se estivesse julgando minha alma, então o pai de Bokyung estava ao seu lado, sorrindo gentilmente para mim, parecia que ele só tinha essa expressão. Atrás dos pais estavam Chanyoung, Donghoon e Eunho me encarando tão intensamente como a mãe deles, em contra partida, Chaeyeon estava no fundo, me olhando como se eu tivesse acabado de fazer a burrada do século enquanto um menininho que eu imaginei ser Inhyun jogava The King of Fighters no Nintendo Wii da TV.

—Jay Park, certo?— A senhora Yoon indagou, me olhando por cima dos óculos.

—Sim, senhora.— Respondi enquanto minhas mãos descansavam em meus joelhos.

—Você é educado, gostei disso.— Ela murmurou, me olhando como se estivesse me analisando. —O que tem com a minha filha?

—Como?

—Qual é a sua relação com a Bokyung?— A mulher indagou de forma tão rígida e assustadora que eu engoli seco.

—Somos amigos, senhora.— Respondi, ela ergueu uma sobrancelha. —Hum... Quer dizer, estamos nos conhecendo.

—Sei, certo.— Ela apertou os olhos levemente. —E quais são as suas intenções com a minha filha.

Antes que eu pudesse responder, Bokyung (que já parecia estar inquieta) começou a gesticular. Mãe, pare de interrogar ele, ele é um bom rapaz.

Eu só quero ter certeza. A mãe respondeu, imaginei que ela não soubesse que eu também a entendia.

Bokyung suspirou, encostando suas costas no sofá enquanto bufava, parecendo estar bem emburrada, o que eu achei fofo, mas conti meu sorriso, aquela não era a hora. Depois de fazer um esforço para me concentrar, eu encostei no ombro dela, que olhou para mim com um leve beicinho que fazia com que eu quisesse beijar aqueles lábios, mas eu me conti e apenas sinalizei: tá tudo bem, eu não me importo.

—Você sabe linguagem de sinais?— Senhora Yoon indagou enquanto eu me virava em direção a ela.

—Bem, já tive algumas aulas.

—Por que decidiu aprender?

—Para me comunicar com a Bokyung.

—Oh...— Sua expressão suavizou. —É sério isso?

Fiz que sim com a cabeça, a senhora Yoon se virou para o Senhor Yoon, que sorria para mim gentilmente, pensei que era humanamente impossível aquele homem me dar alguma bronca. A senhora Yoon pigarreou, tentando voltar a sua compostura, mas ela parecia estar mais calma com a informação de que aprendi linguagem de sinais para conversar com a filha dela.

—Mas você...

—O que tá rolando?— Ouvi uma voz masculina indagar.

Um cara de mais ou menos um e setenta e seis de altura que era igualzinho a Bokyung versão homem desceu as escadas. Ele não era muito estiloso, ou pelo menos não estava naquele momento, um suéter com um pato sorridente estampado e calças com várias renas natalinas desenhadas não era o melhor traje para uma noite de verão como aquela. Imaginei que ele fosse Boyoung, ele tinha uma aparência simpática e a imagem dele mostrando Hold On Till May para Bokyung fazia sentido.

—Oh.— Boyoung pareceu me notar. —Oi, você deve ser o Jay.

—Parece que todas as pessoas dessa casa sabem o meu nome.— Virei minha cabeça em direção a Bokyung.

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