Capítulo 22

549 76 18
                                    

Para melhor experiência, leia esse capítulo ouvindo a música You Too do Chase Atlantic. Boa leitura!

(...)

DEI sorte de conseguir uma mesa ao lado da janela com vista para o rio Han e um solo suave de saxofone tocando de fundo fazia o clima bem mais romântico, eu olhava para Bokyung do outro lado da mesa redonda enquanto ela olhava o cardápio, o jeito que ela penteava as mechas de cabelo que caiam no seu rosto para trás era adorável, eu não pude evitar sorrir toda vez que ela olhava para mim por cima do cardápio. Os olhos dela atravessavam o cardápio enquanto ela passava as páginas lentamente, mas de repente, ela deixou o cardápio na mesa e olhou diretamente para mim.

Tem certeza que eu posso pedir qualquer coisa? Esses pratos são bem caros e você já comprou esse vestido pra mim.

—Tudo bem, o preço não é um problema pra mim.— Sorri.

É só porque eu não quero incomodar, parece caro demais, eu não consigo pensar em comer nada disso. Depois de dizer isso, Bokyung juntou suas mãos, brincando com seus dedos indicadores enquanto olhava para mim.

—Eu posso escolher uma coisa pra você então.— Fiz um gesto com a mão, pedindo o cardápio. —Você gosta de agridoce? Ouvi dizer que o macarrão ao molho agridoce aqui é ótimo.

Bokyung sorriu de leve para mim, me entregando o cardápio. Isso parece bom, mais me deixe te recompensar mais tarde.

Certo, vou te deixar me recompensar mais tarde.— Dei uma risadinha.

Promete? Ela sinalizou, antes de aproximar sua mão com apenas o mindinho levantado, como uma promessa de dedinho.

—Prometo.— Entrelacei nossos mindinhos.

Assim que nossos dedos se separaram, Bokyung deu um sorriso brilhante, seus olhos se espremeram levemente enquanto ela sorria. Ela estava especialmente deslumbrante aquela noite, como se eu não conseguisse tirar meus olhos dela por um segundo, parecia que eu estava preso em um transe onde só existiam eu e ela naquele restaurante.

—Boa noite, já decidiram o que vão pedir?— Um garçom apareceu, tirando-me do meu transe. —Você e sua namorada gostariam de provar um vinho?

—Não obrigado, ela ainda é menor de idade.— Respondi, decidi não falar que não sou namorado dela ainda. —Vamos pedir duas porções de macarrão ao molho agridoce, e... Você gosta de suco de uva?

Bokyung fez que sim com a cabeça.

—Certo, e um suco de uva.

—Seu pedido vai vir em alguns minutos, muito obrigado pela a preferência.— O garçom se curvou rapidamente antes de sair.

Ela olhou para mim, com as bochechas um pouco vermelhas, dando um tapa leve no meu ombro. Por que você fez isso?

O que? Você queria tomar vinho? Pedi o suco de uva pra substituir, talvez da próxima vez, quando é seu aniversário?

Eu quis dizer sobre não dizer ao garçom que nós não somos namorados. Ela cruzou os braços por alguns segundos, antes de voltar a falar em sinais, dizendo: e meu aniversário é cinco de Agosto.

Estava perto, bem perto, mas longe o suficiente para pensar em um bom presente.

—O que iria mudar na vida do garçom o fato de estarmos namorando ou não?

Bokyung parou por um tempo, como se estivesse pensando. Certo, faz sentido.

Me inclinei um pouco para bagunçar o cabelo dela levemente, qual ela rapidamente arrumou de novo, olhando para mim com as bochechas bem rosadas e os braços cruzados. O garçom voltou, enchendo nossos copos com suco de uva e deixando a garrafa na mesa, Bokyung tomou um gole do líquido antes de voltar seu olhar para mim.

—Bem, então fora jardinagem, o que mais você gosta de fazer?

Ela pareceu pensar. Eu gosto de ler, é como ver um filme, só que é mais legal porque eu não preciso escutar.

—E você gosta de romances, né? Qual é seu favorito?

A culpa é das estrelas.

—Ouvi dizer que esse é bem triste.

E é, eu chorei lendo, os personagens são tão interessantes e ao mesmo tempo a trama é tão emocionante, sempre me deixava ansiosa pra ver o que ia acontecer na próxima página. Bokyung sorria enquanto explicava sobre seu livro favorito, era realmente muito adorável, eu prestava atenção em cada sinal que ela fazia, e em poucos minutos eu já conhecia toda a história do livro. De repente, Bokyung parou de explicar e sinalizou dizendo: e você? O que você gosta de fazer além de tocar guitarra?

—Eu sou louco por culinária, acredite.— Tomei um gole do meu suco de uva.

Eu imagino. Ela sorriu, cobrindo a boca com uma mão antes de voltar a sinalizar: e você cozinha muito bem, eu mesma nunca consegui ir tão bem na cozinha.

—Então seria ótimo te ensinar, não?

Não sei, acho que não nasci para isso. Um garçom apareceu, deixando nossos pratos na mesa, eu agradeci, Bokyung apenas de curvou levemente. Uau, parece bom.

—Não é mesmo? Eu li ótimas críticas sobre esse prato.— Enrolei alguns macarrões no meu garfo e o levei a boca. —Hm! É ótimo, o jeito que o sabor do ketchup dá um contraste com o sabor do açúcar cristal e da pimenta do reino no molho é incrível, e mesmo que eu não goste muito de mostarda acho que ficou perfeito com essa...

Notei que estava falando demais, olhei para Bokyung, que mantinha seu cotovelo apoiado na mesa e seu queixo na sua mão enquanto um sorriso bobo preenchia seus lábios. Meu rosto queimou, eu passei a mão pelos cabelos enquanto bufava.

—Foi mal, falei demais.

Tudo bem, pode falar.

—Deixa.— Dei mais uma garfada no macarrão. —Nossa, isso tá muito bom.

Verdade ela riu enquanto sinalizava. Eu não tenho um paladar tão aguçado quanto o seu, mas tem um ótimo gosto.

Sério?— Dei um gole no meu suco. —Que bom que você gostou, parece que eu escolhi bem.

Mas a sua comida é melhor. Ela sinalizou, eu não pude evitar sorrir, feliz porque ela realmente gostava da minha comida, isso me fazia muito feliz.

(...)

Parei o carro em frente da casa dela, saindo de lá antes e abrindo a porta para ela sair. Eu a levei até a porta de casa, ela se virou para mim sorrindo, eu acenei para ela, mas antes que eu me virasse para ir embora, Bokyung me segurou pela gravata que eu estava usando. Voltei meu olhar para ela, enquanto ela sorria, olhando diretamente para meus olhos.

—O que foi? Tem algo de errado?

De repente, ela puxou minha gravata, fazendo com que eu me abaixasse, ficando no mesmo nível que ela. Bokyung se aproximou de mim, até que nossos narizes se encostaram de novo, eu já entendi o que ela queria, então fui me aproximando também, então nossos lábios se selaram de novo. O mesmo sentimento de borboletas no estômago da última vez me consumiu, eu fechei os olhos, eu não conseguia pensar em mais nada além dela.

Ela passou os braços ao redor do meu pescoço, puxando-me para mais perto, minhas mãos descansaram em sua cintura enquanto eu sentia meu coração quase sair pela a boca. Minha respiração ficou rápida e pesada enquanto eu apenas desejava que aquele momento durasse para sempre. Senti suas mãos indo até o meu cabelo e o acariciando gentilmente, um arrepio subiu minha espinha, enquanto eu a puxava para mais perto, meu desejo por ela aumentando cada vez mais e meu corpo ficando cada vez mais quente, quando de repente, uma voz nos interrompeu.

—Que merda é essa?

Eu me separei dela o mais rápido possível, minhas mãos se deslizaram para fora da cintura de Bokyung quando vi a mãe dela parada em frente a porta aberta e ela não parecia muito feliz. E nesse momento eu soube que estava lascado.

Hear my heart Onde histórias criam vida. Descubra agora