Epílogo

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EU quero a minha Bokyung, era só isso que se passava na minha cabeça, eu pouco me importava com o entrevistador na minha frente muito menos com as câmeras, eu só queria abraçar a minha menina depois de um dia cansativo.

—Então, Jay.— O entrevistador na minha frente disse após bebericar seu café. —Como a maioria dos seus fãs sabe, você ainda namora a mesma garota do ensino médio, isso afetou muito sua carreira?

—No começo me incomodava, penso até hoje que fiz bem em manter a identidade dela um segredo, eu queria que a minha vida de celebridade não interferisse na vida dela.— Respondi, deixando uma mão sobre meu joelho, desejando que Hyemin estivesse lá para responder as perguntas chatas. —Mas com cinco anos de carreira com o Dreamscape, desde que eu terminei o ensino médio, eu aprendi que nada é segredo na vida de um músico famoso e as pessoas acabaram descobrindo até demais sobre ela.

—Sei, ouvi dizer que sua namorada é surda, não é?

Era até um pouco cômico como eles ainda se referiam a Bokyung como minha namorada.

—Correto, ela nasceu sem a capacidade de escutar.

—E como você lida com isso? Te impede em  alguma coisa no seu relacionamento.

—Não, claro que não, pra mim o fato de ela não escutar é apenas um detalhe.— Dei de ombros. —Nos comunicamos suficientemente bem.

—Uau, só um detalhe, interessante.— O homem fez que sim com a cabeça. —Bem, parece que o nosso tempo acabou, foi um prazer ter você aqui, Jay.

—O prazer é todo meu.— Sorri.

O entrevistador apertou minha mão antes de se despedir de seus telespectadores enquanto eu ia embora do set, nem fiz questão de trocar de roupa ou tirar a maquiagem, eu apenas peguei minhas coisas e entrei no carro, dirigindo em direção ao trabalho dela. Me olhei no espelhinho do carro arrumando o meu cabelo enquanto dirigia até o centro de recreação para crianças deficientes onde Bokyung trabalhava como professora de linguagem de sinais para crianças.

Parei meu carro na frente do local, saindo do carro e entrando no estabelecimento o mais rápido possível, fazendo o melhor para que ninguém me visse. Tendo minha banda do ensino médio transformada em uma banda oficial e de sucesso, se encontrar com Bokyung ao ar livre tem se tornado mais difícil. Mas em geral, nós não mudamos muito, eu e Bokyung estamos juntos desde o festival de outono do terceiro ano, Hyemin e Sunghoon terminaram de forma amigável depois do fim do ensino médio, mas depois de ter pelo menos umas cinco namoradas e um namorado, Hyemin decidiu dar mais uma chance a Sunghoon e eles estão juntos, Jake segue tentando conquistar Chaeyeon, sem muito sucesso, mas por algum motivo ele ainda tenta.

Fui tirado dos meus pensamentos ao finalmente encontrar minha Bokyung de cócoras, falando em linguagem de sinais com um menininho que deveria ter no máximo uns sete anos. Fui até eles, encostando no ombro de Bokyung que se virou para mim e sorriu, acenando para mim. O menininho, confuso, chamou a atenção dela com um gesto e perguntou: quem é esse homem?

Eu ri baixinho, antes de responder em linguagem de sinais: sou o noivo dela, prazer em te conhecer, qual é o seu nome?

O garotinho apenas apontou para o crachá em seu peito dizendo "Kim Youngjoon" antes de olhar para o lado e correr desajeitadamente até uma mulher, que deduzi ser sua mãe. Eu ri, oferecendo minha mão para ajudar Bokyung a se levantar. Seus dedos delicados se entrelaçaram com os meus enquanto ela se levantava.

Você tem jeito com crianças, ela disse, pena que ainda somos muito novos.

Ela pensava na mesma coisa que eu, era perfeito, aquela mulher era perfeita aos meus olhos, eu queria viver a minha vida inteira com ela, até como fantasmas, e a melhor parte disso tudo era que isso estava prestes a acontecer. Em poucos meses, depois de cinco anos de namoro, Yoon Bokyung se tornaria Park Bokyung, minha esposa e eu não poderia estar mais feliz com isso.

—Eu não posso esperar para construir uma família com você, eu aposto que nossos filhos vão ser lindos.— Falei, ela sorriu e deixei um beijo em sua testa. —Vamos para casa, você deve estar cansada e eu sinto falta dos seus abraços.

Ela apenas sorriu, deixando um selar em minha bochecha, eu me sentia o homem mais sortudo do mundo e talvez eu realmente fosse.

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