Coisa

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O loiro estava exausto do dia de trabalho, mais assim que baixo sua visão pro buquê preparado mais cedo seu sorriso voltou como tinha sumido, em um único instante. Alastor... Descubriou que esse era o nome do homen que bem, trouxe sua filha de volta pra casa... Um suspiro um tanto quanto avoado deixou seus lábios sorridentes. Lúcifer andou até onde o buquê estava assim o pegando em mãos, uma linda e efêmera mistura de rosas brancas e camélias, uma escolha exótica que lhe chamava ainda mais atenção ao lembrar do que o homen lhe disse sobre elas.

"Camélias era as flores de minha mãe. Ela foi uma mulher incrível e sobreviveu a muito em uma época complicada... Eu acredito que elas combinem com você."

"Um pequeno anjo de asas feridas."

- um pequeno anjo de asas feridas... - lúcifer murmurou a frase dita por Alastor enquanto o mesmo lhe devolvia o buquê. Parecia até já ter escutado aquilo antes. Sentia-se nostálgico e aéreo com tudo a sua volta.

Porém logo seus devaneios se foram quando o sino da floricultura soou. Lúcifer logo escondeu o buquê enquanto dizia que estavam fechados. Infelizmente aquela pessoa não iria embora mesmo que estivesse fechado

- LuLu! - Michael, seu irmão mais velho o chamou enquanto ia até si, ele era um advogado promissor e incrível em sua área... Entre seus irmãos Michael era um dos mais amados pelo pai... E lúcifer... Lúcifer era apenas a decepção. - Irmãozinho, não sabe o quanto eu tive saudades de você! - afirmou enquanto corria o abraçando porém logo o loiro mais alto viu aquele cotoco de gente escondida dormindo em um tapete rosa enquanto abraçava duas pelúcias de cabritos. - Aghr, ela ainda tem essas coisas? Eu já não disse pra jogar fora? E o Gabriel mesmo deu uma daquelas pelúcia hipercaras não deu?

Lúcifer desviou o olhar logo encarando sua pequena, as pelúcias que Charlie abraçava eram únicas no mundo, afinal ele próprio as fez. Quando a pequena ainda era só um pinguinho dentro do útero de sua esposa, Lúcifer já pulava de alegria enquanto arrumava o quartinho, ele tinha tanta certeza que era uma menininha que nem mesmo Lilith o questionou, afinal a alegria do marido era contagiante.

- eu não vou tirar algo que ela gosta por puro egoísmo. - afirmou enquanto se abaixava e pegava a pequena no colo, está que logo se agarrou ao pescoço do pai soltando seus cabritinhos. Lúcifer riu baixo enquanto pegava as pelúcias gêmeas.

- Tsc. Esses bichos parecem com demônios. Não deveria deixar minha sobrinha brincar com isso. - Michael afirmou, as vezes queria gritar na cara de lúcifer que ele precisava se lembrar da vida antes de cair mais parece que o rei do inferno não tinha mesmo nenhuma ideia de quem era.

- Ela gosta, eu não vou tomar. - Lúcifer afirmou enquanto ia em direção a entrada do estoque, o loiro de olhos vermelhos sentou sua pequena princesa sonolenta em um banquinho enquanto ajudava a mesma a vestir seu casaco, era um casaco bem detalhado com babados na área inferior que se assemelhavam a uma saia e um cachecol vermelho adornando sua gola, Charlie ficava parecendo uma boneca de porcelana naquelas roupas. Lúcifer sorriu logo prendendo a franja da pequena com uma presilha de coelho, assim que feito o mesmo a deixou deitada abraçando suas pelúcia se logo se virou pra procurar seu casaco que infelizmente estava nas mãos do gêmeo.

- Michael, se não vai me ajudar não me atrapalhe. - afirmou enquanto tentava tomar o casaco de volta, infelizmente o outro era maior.

- Você devia voltar pra casa. O papai vai te perdoar. - O loiro enfim soltou a bomba e logo Lúcifer se encolheu encarando o chão. Minutos se passaram em silêncio até o loiro mais baixo enfim dar as costas ao irmão e ir pegar sua princesinha no colo. - Lúcifer! O pai sente sua falta! Todos sentimos! - era mentira, ambos sabiam que aquelas palavras não eram verdadeiras. Ninguém sentia sua falta realmente, tudo era melhor sem lúcifer por perto.

- Eu fiz uma escolha. - afirmou enquanto encarava o gêmeo, era como olhar um espelho que mostrasse a sua versão de "bom filho". - é eu não me arrependo. - após isso o loiro saiu andando em direção a porta, Michael respirou fundo e só não agrediu Lúcifer por ele estar com Charlie nos braços.




Lúcifer andava pelas ruas de nova Orleans na esperança de enfim chegar em casa, infelizmente o carro ficava com a esposa então ele tinha que ir a pé de casa até a floricultura, Michael por sua vez ainda o seguia como um fiel cão de caça e infelizmente um cão barulhento.

- Lúcifer, volta pra casa. Eu prometo, não vamos brigar, nós até aceitamos essa coisa se a levar! - Michael disse se referindo a Charlie e o gêmeo mais baixo sentiu o sangue ferver, coisa? Então sua filha era isso? UMA COISA!?

- VOCÊ ACHA QUE A MINHA FILHA É UMA COISA!? - O loiro se virou irado em raiva. A pequena sendo segurada com mais cuidado e em um instinto protetivo, Michael se arrependeu de irrita-lo ao notar o começo do aparecimento dos chifres.

- Não foi o que eu quis dizer. - Afirmou enquanto erguia as mãos em rendição, isso só piorou ainda mais a ira do florista.

- SEU FILHO DE UMA-

antes de terminar a frase um toque sutil foi feito sobre seu ombro. Lúcifer sentiu a raiva se esvair pela surpresa e logo se virou vendo o radialista de mais cedo.

- Cavalheiros, vejo que estão assustando a pequenina. - Afirmou e logo Lúcifer se virou vendo Charlie chorosa em seus braços. O loiro sentiu-se inútil e impotente logo começando a se desculpar enquanto tentava não chorar. Alastor notando a situação logo tirou seu casaco e o pós sobre os ombros do homen ainda choroso, e Michael logo rangeu os dentes vendo a cena. - se planeja incomoda-los peço que o atormente quando a criança não estiver junto. - Michael rangeu ainda mais os dentes enquanto fechava os punhos porém vendo a cena do irmão agarrado na pequena ele só pode se lembrar do tribunal angelical e de lúcifer se pondo a frente de Lilith em proteção. No final o de olhos azuis optou por retirar-se indo embora enfim.

- obrigado..  Al...- lúcifer afirmou em um baixo tom enquanto tentava se afastar do radialista, suas pernas estavam bambas, seus olhos molhados pelas lágrimas e a visão completamente embasada, ele não tinha condições de ficar sozinho naquela rua.

- Está tudo bem pequena maçã. Me diga onde é sua casa, vou te levar até lá. - afirmou enquanto se aproximava segurando de leve os ombros do loiro. - se quiser pode me dar a pequena e eu a levo.

- eu... Eu moro aqui perto... Eu acho... - afirmou desnorteado já nem se lembrando se aquele era o caminho correto pra si residência. Ele só queria chorar e se afogar em sua coleção de patinhos de borracha. - não... Não quero perde-la!...

-.... - o sorriso de Alastor vacilou ao escutar a última sentença, céus que tipo de infeliz era aquele que atormentava o florista? Algum tipo de agente só conselho tutelar!? - certo pequena maçã... Mais você mal tem força pra ficar de pé sabia? - perguntou enquanto o via ainda mais perdido.

- eu consigo... Eu sempre consigo... - afirmou enquanto respirava fundo logo sorrindo pro radialista. - obrigado por me ajudar com o meu irmão.

- não tem que se esforçar tanto. - firmou em suspirou sempre escutava como o dono da floricultura era alguém forte e de carácter exímio. Mais definitivamente ele não podia deixar saberem sobre o por que estava ali. - aquele lixo era seu irmão!? Impossível! - brincou logo arrancando uma risada do loiro.

- é... Meu pai me deserdou então é normal meus irmãos aparecerem ou pra jogar coisas na minha cara ou pra tentar me pedir pra voltar...

- que família ein. - o moreno respondeu e logo Lúcifer riu outra vez. Alastor gostou daquele som, era mais bonito e combinava com a face adorável de Lúcifer. - se quiser podemos ir pra minha casa eu levo vocês de carro. - Alastor sugeriu e lúcifer ponderou e assim aceitou, o radialista começou a desconfiar que talvez aquela maçã fosse meio burrinha pra aceitar carona de um estranho de madrugada.


Continua~

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