capítulo 1 Se não fosse tão estúpida

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Luana

Sabe o que é estar atrasada? Pronto, sou eu nesse exato momento, não sei como eu consigo dormir tanto vey, já acordei assustada pulando da cama, quando a gente fica acordando várias vezes de madrugada, achando que tá atrasada, mas quando vê não são nem cinco da manhã ainda? Foi justamente por isso que eu simplesmente não levantei no horário certo, tive que correr pra pegar o metrô até a faculdade logo no primeiro dia vou ser a última a chegar.

Corri pelo campus igual uma louca, quando acabo batendo.

- caralho, foi mal vey, eu tô com pressa

- aí que merda, olha por onde anda mano - a mina era simplesmente linda vey, juro, se ela não fosse tão fuleira, eu teria ficado parada igual uma bocó olhando ela.

- nossa, já falei foi mal, da próxima me morde logo também.

- mina louca - simplesmente me ignorou e saiu andando???? Puta que pariu, era só o que faltava, eu continuo atrasada e agora já tô sem a mínima paciência, parabéns Luana, você tá tendo um primeiro dia maravilhoso.

Quando finalmente achei minha sala, seis nem vão acreditar, mas nem a professora tava lá, só tava umas poucas pessoas, umas mina morena no fundo e um moleque com fone de ouvido babando na mesa.

Joguei minha mochila no canto da parede e fui logo adiantando umas coisas, como por exemplo responder a Letícia que nesse horário ainda deve tá de ressaca dormindo, nunca vi uma estudante de medicina ser tão alcoolatra igual aquela ali.

- Ei, guria aí no canto - olhei pra frente e tinha uma garota loira falando comigo, pelo olho azul, o cabelo loiro e a pele parecendo mais que é de porcelana, ela não é daqui também, sem contar o "guria"

- oi? Posso te ajudar?

- Tu sabe me dizer se o fessor vem?

- Foi mal, sou nova, não sei te dizer não - na hora que ela escutou, pareceu mais que eu abri uma caixa cheia de bombons na frente dela e disse "pode pegar"

- ahhh tu é caloura também então né? Bom que não sou a única daqui, fala ae, eu sou a Rafaela, mas pode chamar de rafa

- Nada Rafa, eu sou a Luana, pode chamar de lua mesmo, mas então, tu é daqui mesmo? - já tava quase me coçando pra perguntar, né por nada não, mas eu sou curiosa pra cacete as vezes

- sou do Sul, dá pra ver pelo sotaque né? E ti ein? É daqui mesmo?

- Que nada, sou de Pernambuco, dá pra ver pelo sotaque também né? - mesmo eu até treinando isso do sotaque, às vezes não tem jeito, porém ele me atrapalha muito, principalmente na dicção

- Deixa disso vá, agora eu queria saber onde o fessor se meteu, né possíve que ele falte e nem avise nada.

Spoiler: é possível sim, foi exatamente isso que aconteceu, fez eu e o resto do povo que tava na sala sair, uma veterana passou falando que esse professor era assim mesmo.

- Então, já que tamo sem nada pra fazer, vamo comer? Tô morta de fome, sai sem café jurando que tava atrasada - se eu soubesse que o vagabundo ia faltar, não teria nem corrido igual maluca, o que me faz lembrar da mina de manhã

Notas da autora: então gente, eu queria que esse capítulo fosse realmente mais curtinho sabe? Pra ser só uma introdução da história, espero que gostem, comentem ou favoritem 🥹

Entre Flores | SáficoOnde histórias criam vida. Descubra agora