Dia azarado

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Pov Freen

Eu não sabia o que tinha me dado naquele ensaio, toda vez que minha boca tinha que ficar próxima da dela me gerava um grande nervosismo não conseguindo dar continuidade na cena, nunca tinha odiado tanto alguém a ponto de ter esse sentimento... Era novo pra mim! Mas quando ela me desafiou senti meu sangue ferver, era muito abusada mesmo, engoli aquele nervosismo todo agarrando sua cintura com força e a puxando, fazendo seu corpo se chocar contra o meu, já não liguei pra mais nada e aproximei nossas bocas assim como deveria ser... Mas doida como é deu uma pequena surtada, ela me provoca e depois não aguenta, feito uma criança mimada.

Assim que fomos liberados, resolvi voltar pra casa e não fazer mais nada o restante do dia, cheguei e me joguei na cama ligando a TV e escolhendo qualquer filme, coloquei meus braços atrás da cabeça a fim de ficar mais relaxada, mas ao estar próxima das mangas da blusa notei que havia um cheiro diferente, o levei até o nariz e inalei, aquele perfume era bom demais, vontade de dormir assim sentindo o aroma, não me lembro de ter passado nenhum perfume com esse cheiro, tirei minha blusa e o abracei próximo ao rosto, depois vou me levantar pra verificar qual foi o perfume que passei hoje para torna-lo a passar sempre.

Estava quase cochilando abraçada a blusa, quando como um estalo despertando a mente, arregalei meus olhos e joguei a blusa pra bem longe, PQP... Aquele perfume era de Rebecca, deve ter ficado em mim no momento do ensaio, o que eu estava pensando? Estava ficando doida só pode, me levantei rapidamente pegando a blusa, indo até a lavanderia e jogando dentro da máquina a colocando pra lavar.

Voltei a me deitar ainda com o pensamento que estava ficando doida, bem que o médico de minha mãe disse que o que ela tinha poderia ser genético, será que agora já era minha vez de enlouquecer? Acabei por lembrar que eu precisava fazer uma visita a ela, já fazia um bom tempo desde a última vez, foi muito doloroso... Ela já não me reconhecia mais, mas era minha mãe e mesmo doendo, irei visita-la, irei amanhã antes de ir ao trabalho, em meio a tantos pensamentos peguei no sono.

Pov Becky

Após aquele tormento de noite, acordei extremamente exausta, olhos inchados de dormir chorando, dor no corpo, decidi por não ir pra aula aquele dia, sei que não haveria nada que fosse me prejudicar. Levantei e tomei um longo banho relaxante de banheira, já não sabia o tempo exato que eu estava lá mas assustei com meu celular tocando, olhei o visor e vi que era meu pai

- Bom dia pai, tudo bem?

- Bom dia filha, estou bem, e você? Como foi a noite?

- Foi boa pai, acordei cansada e resolvi não ir a faculdade - Resolvi não conversar sobre aquilo, e encerrar de vez o assunto

-Tudo bem querida, você nunca falta então hoje sei que não terá problemas, descansa que mais tarde você ainda tem trabalho - Sua voz estava de uma forma incomodada, será que no fundo ele esperava que eu dissesse que não foi bom?

Não me prolonguei mais no assunto, me despedi e sai da banheira, tomei um café leve e resolvi dar uma caminhada em um dos parques da cidade, seria bom pra relaxar e colocar a cabeça no lugar. Chegando lá escolhi um banquinho que dava visão de frente com um hospital, gostava de sentar ali, as vezes era triste observar as famílias quando perdiam alguém, mas havia mais nascimentos do que mortes, e eu gostava muito de observar os pais saírem com seus bebês em meio a sorrisos e promessas de amor. Já estava ali a um bom tempo, e já tinha visto uns 3 casais sair com seus bebês com semblante de felicidade, também vi uma senhora sair com sua família levantando as mãos aos céus e agradecendo estar viva, provavelmente estava recebendo alta de uma internação.

Mas de repente algo me fez paralisar e fazer meu sorriso morrer, vi Freen sair de lá e cair sentada na escadaria, em meio a soluços em um choro compulsivo, o que será que havia acontecido? Será que ela havia perdido alguém? Não me atrevi ir até lá, não tinha intimidade para isso, ao contrário... Nos odiávamos. Mas confesso que aquela cena fez doer meu peito, sem perceber meus olhos haviam marejado, aquela cena estava muito dolorida de ser presenciada.

Doce ódio - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora