11. Sim, desde que eu te vi, eu te quis

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|AMAURY POV

Hoje passaríamos o dia gravando, com a reta final da novela era tudo cada vez mais corrido e sem descanso. Estava morto, tinha chegado no RJ de madrugada, depois de ter feito peça fora do estado e pegar vôo de madrugada só é bom pra quem não trabalha no dia seguinte, que não era meu caso.

Já estava mudando a roupa para virar Ramiro e ele chegou com suas mil bolsas, meio atrapalhado por estar atrasado e visivelmente cansado.

- bom dia, pequetito - falei me virando pra ele, enquanto terminava de fechar a camisa

- bom dia, Maury - piscou com o olho direito e abriu aquele sorriso que só ele tinha - deixa eu mudar a roupa e já falo com você direito - soltou as bolsas na lateral do sofá e foi atrás do figurino

Enquanto isso, outras pessoas transitavam pelo camarim, incluindo os atores, produtores e figurinistas. Eu olhava meus e-mails mais atrasados pelo celular e tentava responder o que era mais urgente, 'pra matar as tarefas que tinha que cumprir no dia.

- Voltei - ele estalou a boca e parou na minha frente - não vai me abraçar? To com saudades! - soltei um riso abafado e levantei, envolvendo sua cintura e apertando forte, enquanto ele enroscava os braços na altura dos meus ombros e encaixava o rosto na curva do meu pescoço

- Também estava com saudades - beijei a lateral do seu rosto e fiquei ali sentindo seu cheiro - como foi em SP? - falei ainda com o nariz grudado nele, 'pra intensificar seu cheiro dentro de mim

- Cansativo - riu soltando um ar quente no meu pescoço, me arrepiando em segundos - mas eu amei, precisava viver esse show, foi muito nostálgico, pensei que queria vo.. - parou de falar e levantou o rosto pra me encarar

- Queria? - o encarei de volta e ele corou

- Nada, pensei alto - soltou meu pescoço sem graça - seu perfume me deixou bêbado - gargalhou descontraindo seu nervoso

- Vai me deixar na curiosidade? - voltei a sentar no sofá e ele se jogou do meu lado

- Foi uma cafonice que eu pensei, você vai ficar me zuando - o encarei indignado e rindo

- Desde quando eu faço isso, Diego? - gargalhamos juntos e ele bateu na minha coxa - me conta, fofoca pela metade mata fofoqueiros

- aaaaaa agora você conhece memes? - ele riu alto e jogou a cabeça pra trás, apoiando no sofá, o ambiente já estava descontraído, diferente de como estava há minutos atrás quando os dois se permitiram entrar na atmosfera inebriante, que era estar abraçados e apenas carimbando o cheiro do outro em si.

- Para de enrolar, me fala - repousei a mão em sua coxa, dando um leve apertão

- Eu pensei que eu queria você lá comigo, para comentar o show, os looks e me fazer rir - suas bochechas ficaram vermelhas e ele jogou o tronco no sofá, deitando no assento e fugindo do meu olhar

- Então me queria lá para ser seu bobo da corte? - eu tinha entendido a intenção da fala dele, mas não dava pra entrar em uma conversa dessa, não agora, por isso desviei com uma piada.

- Claro, é pra isso que você serve - entrou no jogo e desviou também, afinal, desviar era o que a gente mais sabia fazer.

Depois disso, seguimos conversando até que a produtora nos chamasse para gravar. Foram horas gravando e regravando, até que deu o almoço e fomos juntos com outros colegas de cena, todos mortos de sono e cansaço, segunda é um dia ruim pra qualquer trabalhador.

Voltando ao camarim, encontramos Matheuzinho gravando um bastidor para seu instagram e chamando a gente pra participar. Eu teria uma cena com ele e Diego gravaria outras coisas, enquanto mudava de roupa no banheiro, fiquei escutando os dois conversando sobre a novela, sobre ele estar estudando teatro, entre outras coisas. Não vou negar que senti um arrepio no estômago, quando minha mente por segundos me teletransportou pra um futuro que eu nem sabia que queria viver com ele.

O que tinha de ser | DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora