7. É tão difícil ficar sem você

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| DIEGO POV ~ 1 semana depois

"Tô com saudade de tu, meu desejo. Tô com saudade do beijo e do mel" - Gostoso Demais/Maria Bethânia

Depois daquele sexo, ainda não tínhamos parado pra conversar sobre o que seria de nós, apesar de estarmos sempre juntos, nunca era em um ambiente confortável a essa conversa. Sempre tinha alguém ou sempre estávamos em cima da hora ou sempre cansados demais, entre outras coisas.

Obviamente ninguém sabia de nada, ainda não tinha tido tempo nem de falar com o Lennon e as meninas, a correria era boa, nunca gostei de ficar parado, mas ultimamente ela tinha tirado cada gota de sanidade que restava em mim.

Amaury tinha me chamado pra dormir na casa dele hoje e eu não conseguia definir se seria bom ou ruim. Transar é sempre bom, mas estou tão cansado, que me dá preguiça de pensar, ao mesmo tempo, dormir com ele era uma delícia, recarregava todas as minhas energias, mas, tinha a parte que eu queria fugir completamente que era conversar, eu sabia que eu não podia conversar cansado como eu estava, porque não daria bom.

Passei o dia todo refletindo sobre o convite, até que ele entrou no camarim enquanto eu terminava de trocar o figurino.

- Vamos? - sussurrou no meu pescoço, me fazendo arrepiar

- Eu não ia, mas depois disso, não consigo negar - ri cínico e continuei trocando a roupa.

- Acho bom! - falou mandão, ainda em um sussurro próximo

*****

Entrei no carro, coloquei o cinto e encostei a cabeça na janela, buscando um pouco de descanso daquele dia infernal de gravações.

- 'Ta tudo bem? - ele apoiou a mão na minha coxa, chamando minha atenção

- Sim, só estou cansado - suspirei fundo ainda encarando a rua pela janela

- Certeza? - me encarou enquanto paramos no sinal

- Não sei, talvez não - ri sem graça, porque realmente não sabia

- É algo da vida ou de hoje? - já dava partida no carro novamente

- Da vida, tenho me sentido cada vez mais cansado, sem conseguir descansar, principalmente com o fim da novela, as coisas da Diego, ficar indo e voltando de SP, to exausto e ainda.. - parei quando vi que entraria no assunto que novamente eu queria evitar, mas já era tarde demais

- Ainda o que? - ele me encarou rápido e voltou a olhar a rua e eu travei em silêncio - é sobre a gente? - ele insistiu minutos depois.

- Quer mesmo falar disso agora? - torci os lábios - sinto que não vai pra um bom lugar.

- Porque? - se ajeitou no volante, tirando a mão que estava na minha coxa

- Porque eu não me sinto pronto pra começar qualquer tipo de relacionamento agora - me ajeitei também me encostando melhor no banco e vi ele respirar fundo

- O que quer dizer com isso? - perguntou receoso

- Que a gente pode estar se enganando, achando que é possível termos algo, mas não é - bufei choroso e ele emudeceu, apertando as mãos no volante.

- Então, você realmente acha que somos apenas colegas de trabalho que transam? - falou com uma rispidez que me incomodou.

- Não.. - suspirei - não é isso.. - abaixei o olhar

- Então? - questionou me dando espaço pra continuar

- Só acho que não podemos colocar a prova nossa amizade pra tentar ter algo que vai acabar mal - minha voz era tomada pela insegurança

- Então você só me usou aquele dia? - me encarou decepcionado - Foi tudo pra aliviar seu ego, depois de ver que eu tinha transado com outro? - sua voz tava começando a falhar com raiva

- Não é isso, naquele dia eu estava louco de ciúmes e isso me fez acreditar que realmente podíamos construir algo - confessei com o olhar baixo - Mas, agora com a vida correndo como está, vejo que talvez tenha sido uma mentira que contei pra mim mesmo.

- Ciúmes? - ele me encarou confuso e escutando apenas o que queria - Como você sente ciúmes de alguém e acha que a relação não vai dar certo? A gente só sente ciúmes de quem ama, não?

- Sim, mas eu não acredito nesse tipo de relação, onde eu me sinta preso e dependente emocionalmente de alguém - fui escorregadio

- Você só pode ser maluco, realmente o cansaço deve estar te fazendo mal - ele dirigia focado na rua, com cada vez mais raiva na voz

- Você acabou de passar da entrada do seu condomínio - apontei pela janela

- Eu sei, vou te levar pra casa - disse sem me encarar

- Como assim? - o encarei indignado

- Não tem porque você ir pra minha casa, se não me encaixo na sua vida - ok, ativei o pior modo dele, o rancoroso.

- Não foi isso que eu falei - bufei

- Mas foi isso que entendi e ponto! - seguia puto

- Sério Amaury? Ah essa hora você quer dar show? - foda-se já estava puto também - Que bom que vai me deixar em casa, quem não quer dormir com um rancoroso sou eu.

- Maravilha, depois não adianta invadir meu apartamento - revirei os olhos

- Pode ter certeza que não vou! - silêncio e assim ficamos até ele estacionar em frente ao meu prédio

.......

- Entregue, como colega de trabalho agradeço sua companhia nessa conversa tão agradável - foi irônico

- Já tentou tomar no cu? - bati a porta e sai andando

- Era o que pretendia fazer hoje - abriu o vidro e gritou, dando partida no carro logo em seguida.

Ódio era o que eu sentia, de mim, dele e toda a situação. Essa conversa era tudo que eu não precisava hoje e além disso, ainda me estressou mais para minha noite ser ainda pior do que imaginei que seria.

Não queria ver nem falar com ninguém, só queria explodir e desaparecer dessas últimas semanas. Amanhã teríamos que gravar umas cenas péssimas e bem pesadas emocionalmente, não sei se aguentaria lidar com tudo de uma vez.

Ao mesmo tempo que queria mandar mensagem pra ele naquele momento, pedindo desculpa por talvez ter falado merda, eu também me irritava ao lembrar da forma arbitrária que ele simplesmente resolveu me deixar em casa e ir embora.

Resolvi tomar um banho e ir dormir, era o melhor que eu tinha a fazer por mim e pela manutenção da minha saúde mental.




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Complicado, né?

Me contem o que estão achando e o que querem ver por aqui, me ajuda muito a criar 🧡

Obrigada por seguirem lendo!

O que tinha de ser | DimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora