Enquanto Morgana atravessava os portões da cidade, ela ficou impressionada com a agitação que a saudou. Cidadãos de Delfos emergindo cautelosamente de suas casas, espartanos se preparando para partir. Esta última visão levou-a a agradecer ao destino por nenhum outro atraso ter impedido o seu regresso.E Kara manteve sua palavra.
Caminhando orgulhosamente ao lado da mulher com quem passaria o resto da vida, a felicidade de Morgana aumentou à medida que se aproximavam da acrópole. A ágora, os edifícios principais e, sim, até o templo, permaneceram intocados desde a sua partida.
Um sorriso ergueu os cantos de sua boca. Ela caminhou através do fogo de seu destino, encontrou coragem para usar a tiara, salvou a si mesma e à cidade que tinha sido seu lar nos últimos anos.
"O que você está pensando?"
Morgana sorriu e tocou o braço de Kara. "Que você é honrada. Delfos está intacta, pelo que você tem minha eterna gratidão." Ela viu que Kara estava em seu modo de comandante, suas feições impassíveis, mas, no que lhe dizia respeito, o calor no olhar que Kara dirigiu para ela compensou isso.
"Eu detestei ameaçar você na época", Kara admitiu. "Isso foi contra todos os códigos pessoais pelos quais vivo."
"Há algo que estou pensando", disse ela, inclinando a cabeça para lançar-lhe um olhar pensativo. "Você realmente teria queimado a cidade se eu me recusasse a usar a tiara?"
"Se fosse o único curso restante para completar minha missão, sim." Kara ergueu uma sobrancelha quando ela engasgou.
A indignação a sacudiu e depois se transformou em um suspiro resignado. "Claro. Eu deveria ter me lembrado. Sem rendição. Não há como voltar a menos que uma missão seja concluída."
Kara apertou a mão dela. "Os costumes do nosso povo retornarão para você com o tempo."
Um punhado de cidadãos teve coragem de reconhecê-la quando ela passou. Morgana retribuiu suas saudações. O número de pessoas circulando aumentou sua preocupação em encontrar um lugar privado o suficiente para conversarem. Não havia nenhum lugar no templo em que ela pudesse pensar. Diminuindo o ritmo para se dirigir a Lionel, ela perguntou: "Existe algum lugar em nossa casa onde possamos conversar?"
Ele balançou sua cabeça. "Os servos são leais, mas isso é muito pessoal para correr o risco de ser ouvido. Há uma sala numa extremidade do pórtico da ágora", disse-lhes. "Tem a vantagem de ter uma porta e uma janelinha. Muitas reuniões privadas são realizadas lá. Venha comigo."
Enquanto seguiam Lionel pela ágora, Morgana franziu a testa ao ver Kara convocar dois hoplitas que os acompanharam.
"Eles permanecerão do lado de fora para garantir que ninguém nos ouça", Kara respondeu à pergunta tácita dela.
Nervosa demais para falar, ela acenou em agradecimento.
Elas alcançaram Lionel quando ele abriu uma porta e as fez passar. Ao entrar, ela olhou para trás e viu os dois homens de guarda a alguns passos de distância, então Kara fechou a porta, isolando o mundo.
Estava sombrio por dentro. A única luz entrava pela pequena janela. Alguns bancos rodeavam uma mesa baixa no centro da sala. Ela se sentou ao lado de Kara enquanto seu pai se sentou do lado oposto.
Ninguém falou. Kara sentou-se como uma estátua imóvel. Lionel torceu as mãos.
Morgana fechou os olhos, recorreu a cada fragmento de diplomacia que possuía e depois estendeu a mão para acalmar a incessante agitação de seu pai. "Lembre-se do que a sacerdotisa em Olímpia disse. Revele esse segredo para que você possa voltar para casa."
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KARLENA - Odyssey
Fanfiction450 A.C, Lena, uma destemida sacerdotisa, está determinada a desvendar um segredo, mesmo que isso signifique enfrentar sua sequestradora. Enquanto ela luta para usar a lendária tiara de Apolo, ela descobrirá determinação e coragem que a levaram ao l...