Onde uma senhora misteriosa convence Naruto a alugar uma casa suspeitosamente perfeita, sob a condição de cuidar de seu peculiar bichano.
SASUNARU | +18 | FLUFFY | LONG FIC
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Dia 7- doces
O som da rádio preencheu o espaço da cozinha com as batidinhas contagiantes de algum hit chicletinho, mesclando com o barulho irritante da batedeira elétrica que misturava a cobertura recém preparada. Naruto forçou o seu inglês ruim a cantar o refrão da música, sacudindo os quadris no mesmo ritmo. Bateu os pezinhos no chão e recomeçou animadamente. Ele se sentia gracioso como um popstar.
Moveu os dedinhos salpicados de ingredientes debaixo d'água com habilidade, enxaguando tigelas recém utilizadas, e ergueu as mãos para alcançar o pano de prato, secando a louça logo em seguida e deixando um gritinho (acompanhado de um palavrão) escapar da sua garganta brevemente, correndo de modo alarmado em direção ao forno.
O cheirinho de massa queimada possivelmente poderia ser sentido em qualquer um dos cômodos da casa, mas Naruto colocou todo seu esforço para estabilizar seu próprio caos, tirando a bandeja de lá e esperando para desenformar os bolinhos quando todos estivessem devidamente frios. Prontos para serem recheados.
Os dedinhos desajeitados coçaram o cantinho da bochecha suja de farinha de trigo, espalhando ainda mais a sujeira, e Naruto tombou a cintura para o lado, trocando o peso de uma perna para outra enquanto prestava atenção na voz de Sakura Haruno no outro lado da linha, com um telefone apoiado na abertura entre a orelha e a cabeça.
— Você deveria descansar. — O loiro murmurou, recheando os bolinhos amorosamente com cobertura cor-de-rosa — Está trabalhando demais. Sua mãe não para de me mandar mensagens perguntando sobre sua saúde, sabe? Ela realmente me considera um bom genro... — Riu — Aliás, o que vai fazer amanhã?
Faltavam pouco menos de 15 horas para o dia dos namorados e Naruto estava animado.
— Tenho um presente para você, então me encontre amanhã, ok? Te amo. Tchau.
Ele finalizou a ligação com um semblante abobalhado, correu os dedos pelos cabelos embranquecidos de fermento e conteve mais um sorriso animado, movendo os olhos em direção a mesa da cozinha e exprimindo um barulhinho surpreso quando visualizou o semblante sério de Sasuke Uchiha, incapaz de perceber há quanto tempo estava sendo observado.
— Chegou agora?
— Se sentiria menos constrangido se eu dissesse que sim?
O Uzumaki estava um caos da cabeça aos pés. Com um avental de estampa infantil, pantufas de coelhinho cor-de-rosa, samba canção e o rosto lambuzado de farinha de trigo.
Naruto prendeu os lábios entre os dentes.
A forma zombeteira como Sasuke lhe encarava enquanto mordia um pedaço de sanduíche tornavam a situação ainda mais humilhante.
— O que é isso? — O moreno indicou o balcão com a cabeça.
— Cupcakes.
— Estou vendo. Me refiro a essa bagunça. — Sasuke gesticulou.
— Eu vou limpar... — Naruto resmungou baixinho, deixando aquilo de lado e caminhando até ele para lhe entregar uma colher.
Os olhos de Sasuke passaram desconfiadamente sobre a cobertura brilhante.
— Experimenta. — Naruto incentivou.
— Odeio doces.
— Por favor?
O Uchiha raspou a borda com o indicador e lambeu, dando o braço a torcer.
— ... E então?
Os olhinhos azuis brilharam com expectativa.
— Sem comentários.
Naruto suspirou, desistente, e escorou-se no armário da cozinha.
— Agora não sei se realmente odeia os doces ou talvez só me odeie. — Dramatizou, em um tom de brincadeira e o moreno voltou a devorar o restante do seu sanduíche em silêncio, limpando o canto dos lábios com as costas da mão e se levantando da cadeira para sair.
— Só pra constar — o loiro o encarou — não dê esse cupcake para sua namorada, se não tiver a intenção de presenteá-la com uma intoxicação alimentar.
Naruto enrolou os dedos no avental ridículo, se sentindo humilhado pela segunda vez, e um bico entristecido nasceu nos lábios pequenos.
Sasuke pousou os cílios sobre a visão infantil e o traço de zombaria logo deixou sua feição, substituindo-a por uma expressão séria quando disse uma vez última vez:
— Não tenha uma ideia errada sobre mim, eu realmente odeio doces. — Admitiu — mas não odeio você.
