Dia 13: pesadelo

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Dia 13: pesadelo

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Dia 13: pesadelo

Chegar em casa em segurança foi um sacrifício feito com muito esforço, vindo de dois homens bêbados e igualmente desorientados. Tendo isso em vista, eram mais de duas horas da manhã quando eles pisaram na sala de estar do Uzumaki, e mais de três quando capotaram no sofá do mesmo.

Nessa ocasião, Sasuke estava ruborizado e sonolento, mas isso não o impediu de tirar os sapatos e calçar as pantufas antes de adentrar a casa. Responsável como de costume. Naruto, por sua vez, se arrastou pelo chão durante algum tempo e colocou o telefone para despertar dentro de algumas horas, se esforçando para pegar o edredom recém lavado na varanda e retornar até a sala de estar.

— Você ainda está vivo? — O loiro indagou, se abaixando na direção do mais velho enquanto cutucava sua bochecha com o indicador. — Pisque cinco vezes se estiver com frio.

Sasuke tentou fazer o que lhe foi instruído, mas não teve sucesso, franzindo o cenho de modo irritado depois de perder a conta de quantas vezes havia fechado e aberto os olhos.

Naruto riu, achando graça e empurrou o edredom sobre o homem robusto derrubado no seu sofá, tirando os fios lisos e desgrenhados da frente do seu rosto bonito.

Os olhos escuros se abriram lentamente e os lábios de Sasuke se moveram devagar.

— Por que você tem o meu contato como número de emergência?

— Porque moro com você, obviamente.

Naruto falou, observando com cautela, e Sasuke sentiu os cachos dourados roçarem a lateral do seu rosto. Eles estavam tão próximos que podiam sentir o hálito um do outro. E se estivessem sóbrios, isso provavelmente não aconteceria.

— É mesmo? Imaginei que fosse o caso.

Os olhos azuis demoraram em alguns minutos nos olhos escuros e a respiração pesada escapou da boca do Uzumaki antes que se desse conta, apoiando ambos os cotovelos sobre o sofá e o queixo sobre as mãos. Quase como se sugerisse debruçar o corpo e deitar a cabeça exatamente onde estava o peito de Sasuke.

O coração de Naruto comprimiu, com um tumulto interno bagunçando seus pensamentos. Ele ficou momentaneamente aflito.

— Isso é mentira. — O loiro admitiu em voz baixa e o Uchiha não fez questão de desviar os olhos mesmo quando o contato visual havia se prolongado para além do limite.

— O que?

— A verdade é que eu confio em você. — Naruto falou, embaralhado — Meu contato de emergência. É porque eu confio... e eu sinto como se algo me dissesse, lá no íntimo, que esse é o certo a se fazer. — Murmurou. — Não tive coragem de lhe pedir seu número antes porque pensei que iria ficar bravo e bater a porta na minha cara, então recorri à senhora Chiyo...

De onde Sasuke o encarava, o biquinho minúsculo nos lábios do mais novo parecia meio fofo, irritante e infantil.

— Por que eu faria isso?

— Não seria a primeira vez — Naruto protestou, mirando o mais velho e indagando com relutância: — ainda... me acha um caipira ingênuo do interior?

— Com certeza. — O Uchiha murmurou de volta, com a voz rouca de sono. — O caipira mais ingênuo de todos.

Naruto sorriu.

Se sentia estranhamente quente, absorvido e reconfortado pelo modo magnético como Sasuke induzia a ficar ao seu lado. Desde o começo, seu corpo parecia relaxado e sedento. Como se tudo lhe dissesse que eles deveriam ficar e apenas permanecer onde estavam.

O moreno se esforçou para olhar para o Uzumaki por mais algum tempo, mas suas vistas estavam escuras e muito pesadas, e ele não teve escolhas, senão se entregar de uma vez ao sono.

Naruto permaneceu naquela posição por mais um tempo, tentando resistir, mas sua cabeça tombou até que ele estivesse com o rosto enterrado na metade do edredom, deitado perigosamente perto de onde o rosto de Sasuke também estava. Inconscientemente próximos um do outro.

O alarme para se arrumar para o estágio tocaria daqui há algumas poucas horas, mas o Uzumaki nem pensou em nada quando apenas adormeceu. O sono parecia prestes a dominá-lo, quando um súbito tremor, e os primeiros raios de Sol nascendo na sua varanda, o fizeram despertar. Naruto sentiu o corpo de Sasuke se contorcer ao seu lado, gemendo de modo aflito, e notou que havia algo errado com ele.

O Uchiha estava com a raiz molhada de suor, os olhos apertados visualizavam um pesadelo insistente e os punhos cerrados ao redor do corpo. O coração do moreno acelerou e o Uzumaki ousou sacudir gentilmente o seu ombro.

— Sasuke...

O Uchiha parou de tremer após um tempo, visivelmente desconfortável e Naruto ficou mais próximo, tentando lhe passar alguma segurança, e lhe dizendo de modo tranquilizante:

— Está tudo bem. Eu estou aqui.

— Não saia de perto de mim.

A voz trêmula suplicou, como se ele ainda estivesse dormindo. Afetado pelo pesadelo.

— Eu não vou. — O loiro confidenciou.

— Você não pode... não... não outra vez.

Naruto segurou sua mão e Sasuke o trazia para perto com uma necessidade muito diferente de tudo que já viu antes.

Os batimentos do Uzumaki aceleraram.

Você não pode me deixar sozinho de novo.

———
Quantidade de palavras: 845

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⏰ Última atualização: Aug 22 ⏰

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