Cap 3: Um Pouco da Verdade

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POV ASTRID

Eu me despeço de meu pai e entro na casa do Spencer me surpreendendo com o tamanho da sala, ele disse pra eu esperar na sala de estar ao lado da entrada porque ia tomar um banho e que já ia voltar, eu vou pra sala, mas me surpreendo ao ver um piano, eu não consegui me segurar e vou ate o piano, levanto a paleta que cobre as teclas e toco uma musica que minha avó me ensinou, quando eu termino vejo que estava sendo observada por um par de olhos verde esmeralda.

- Desculpa, eu não consegui me segurar. – digo um pouco envergonhada

- Não tem problema. – ele diz se aproximando e se sentando ao meu lado

Ele começa a dedilhar uma musica calma que se agita do nada, ele tocava tão calmamente, tão concentrado com seus olhos fechados, parecia que ele tinha esquecido tudo a sua volta, parecia que ele estava em um cômodo branco sem ninguém e sem nenhum móvel, apenas ele e o piano. Ele termina e abre os olhos lentamente se virando para olhar pra mim.

- O que foi isso? – pergunto enquanto nós dois nos olhávamos.

- Sonata de piano numero 11 Mozart, umas das minhas favoritas. – ele diz se virando para as teclas enquanto fechava a paleta- Quer beber algo? – ele pergunta se levantando e indo até a cozinha comigo atrás.

- Aceito um copo de agua. – ele então pega um copo e usa a geladeira pra pegar a agua, enquanto ele faz isso eu vejo que a cozinha era cheio de panelas novas, algumas no escorredor, e vejo que em cima de umas das bancadas havia vários temperos, alguns eu reconheci outros eu não sabia o que era. Ele me da um copo com agua e me pregunta.

- Tá com fome, está quase na hora do almoço, quer que eu faça algo pra nós dois?

- Não se preocupa se quiser eu mesmo faço algo, eu sei cozinhar?

- Eu também, na verdade quero me formar em gastronomia desde que sou pequeno, eu vivia tendo que comer as comidas horríveis que a creche e os colégios internos ofereciam que aos meus 8 anos eu decidi aprender a cozinhar e venho aprendendo obre o oficio desde novo. – ele diz um pouco pra baixo.

- Eu também quero me formar em gastronomia, que tal fazermos assim, eu cozinho um almoço pra você e você cozinha algo pra mim. – Digo ficando um pouco animada.

Ele assente e me diz onde ficam todas as coisas que precisaríamos para cozinhar.

Depois de duas horas eu havia feito o prato dele, eu preparei um Arroz à piamontese, um pedaço de frango empanado, algumas batatas fritas que eu cortei e coloquei na Air Fryer e um suco da escolha dele, ele acabou pouco depois que eu, as eu não sei o que ele fez pra mim e ele não sabe o que eu fiz. Eu coloquei o prato dele na mesa com um objeto que ele me deu pra esconder e fiquei lá esperando um tempo até que ele veio colocou o prato na minha frente e sentou onde eu havia colocado o prato e em uma contagem de 3 nós levantamos e eu fiquei boquiaberta com o prato que ele fez pra mim, ele havia feito um arroz branco nem tão molhado e nem tão seco, um feijão preto com um tempero que eu não reconheci, um rocambole de carne com linguiça e ovos dentro, uma saladinha bem leve, um suco a minha escolha e algo que me surpreendeu, ele fez um crepe doce com leite condensado e um pouco de caramelo em cima. Eu olhei pra ele pasma e ele me olhou sorrindo, foi a primeira vez que o vejo sorrindo de verdade e não de uma forma forçada como das ouras vezes. Nós comemos, ele disse que adorou o meu prato embora eu tenha ficado um pouco envergonhada porque ele se esforçou tanto em fazer um prato delicado, gostoso e que fosse o suficiente para satisfazer alguém, e eu só pensei em fazer um prato gostoso. Quando nós terminamos de comer, fomos para o sofá e ficamos conversando sobre pratos, nossos sonhos e varias outras coisas. Já quase de noite meu telefone toca, eu nem faço questão de ver quem era apenas peguei a atendi.

- Alo.
- Alo é o caralho Astrid, cadê você?
- Hans? O que foi?
- O QUE FOI, É SIMPLES, EU ESTAVA NO JOGO DA ESCOLA, EU MARQUEI O GOL DA VITORIA E QUERIA DEDICA-LO A VOCÊ, MAS EU PROCURO VOCÊ NA ARQUIBANCADA E VOCE SIMPLISENTE NÃO TAVA LÁ. AONDE E QUE VOCÊ TA HEIN?
- Hans, olha aqui, primeiro, eu falei que e não ia ao seu jogo porque eu estaria ocupada, segundo, não berra comigo só porque eu não fui a um jogo estupido, eu não sou um objeto pessoal seu, tá ouvindo, e eu ainda estou ocupada, então com licença.

Eu desligo o celular na cara dele e bloqueio o seu numero para que ele não me ligasse de novo, ele pode ser meu namorado, mas ele não pode me tratar assim.

- Está tudo bem?

- Está sim, era só o meu namorado, ele não é mais o mesmo, ele mudou completamente de uns meses pra cá – digo me sentando ao seu lado de novo - nem parece mais o mesmo, eu só acho que ele me vê como um objeto pessoal e não como uma mulher de 18 anos.

- Entendo.

- Posso fazer uma pergunta?

- Claro.

- Seus pais, elas são ausentes por quê? Você não precisa dizer, mas...

- Não, tudo bem, eles são donos de uma empresa de advocacia, eles vivem viajando pra lá e pra cá, quase nunca param em casa e por mais que eu tente ligar pra eles, eles nunca atendem, eles eram presentes até o meu aniversário de quatro anos, um dia depois do meu aniversario eu já estava indo para uma escola interna onde ficava por semanas ate eles vierem me buscar, quando eu fiz cinco anos, eu achei que eles fossem aparecer, mas não tive nenhuma noticia deles, eu as vezes acho que eu não era pra ter nascido ate porque, sempre que eles saem, eles ficam meses fora sem dar nenhuma noticia, aos meus quinze anos eles ficaram 1 e meio sem olhar pra minha cara e sem mesmo mandar uma mensagem e quer, sempre que eles partem em uma viagem, eu fico meses sem ter noticias e eles ficam meses sem ter notícias minhas, eu só comemorei 4 aniversários com eles e eu não tenho nenhuma lembrança deles. –

Quando ele terminou falar ele olhou pra mim e eu vi que ele estava chorando, eu num impulso o abracei colocando sua cabeça na altura do meu peito, eu também, estava chorando, mas não se comparava com ele, nós ficamos assim por um tempo ate que eu percebo ele ficando mais pesado em cima de mim, eu olho o seu rosto e vejo que ele havia adormecido, eu então percebo o que meu pai quis dizer.

"Ele é um garoto descente", "ele é um aluno exemplar", "e bom em todos os esportes", "ele é depressivo desde jovem"," ele não tem os pais presentes", "acho que é uma boa você ficar com ele um pouco, até por que, olha o tamanho dessa casa e pensa que ele está sozinho ai dentro."

Com esses pensamentos eu adormeço com ele no meu colo.

HICCSTRID Um Amor ComplicadoOnde histórias criam vida. Descubra agora