Cap 6: A Verdade Nua e Crua

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POV SOLUÇO

- Meus pais me enviaram essa carta dizendo que só voltariam no final do ano. – ele fala se sentando do meu lado.

Nós nos entreolhamos chocados, o final do ano, isso vai demorar pra caralho, estamos no inicio de março e eles só voltariam no final.

- Mas eu já esperava por isso, já me acostumei, por mais que doa e que eu me sinta sozinho essa é a verdade, nessa minha vida, eu só tive 4 anos e 2 meses de felicidade. Meus pais eram presentes na minha vida até os meus 4 anos, um dia depois do meu aniversario eles me colocaram em um colégio interno, eu ficava no colégio por meses até que eles voltavam, eu ficava alguns dias com ele e depois voltava pro colégio, minha rotina foi essa até os meus 10 anos, que foi quando eles ficaram 1 mês comigo apenas pra me ensinar a me virar sozinho, aprender a me cuidar, aprender a cuidar da casa, e outras coisa, ele não me ensinaram a cozinhar até por que eles não sabiam, então eu tive que me virar na marra, quando eu fiz 18 anos, meus pais apareceram em casa junto com um caminhão que trazia 3 veículos, um Audi, um Porshe e uma moto da Ducati, ele falou que estava na hora deu aprender a dirigir, no dia seguinte ele e minha mãe saíram me deixando os veículos e me mandaram passar na autoescola, eu só os vi de novo quando eles apareceram lá em casa dizendo que nós nos mudaríamos para essa casa em Berk. Eu os vi pela ultima vez no primeiro dia de aula.

Quando eu acabei de falar, Astrid, Quente, Dura e Perna estavam chorando, Max tentava segurar as lagrimas, até que ele pergunta.

- Você não falou que eram 4 anos e 2 meses de felicidade? – ele pergunta recebendo um olhar de reprovação do pessoal.

- Sim, esses meus 2 meses de felicidade são os que eu passei com vocês. – eu falo já chorando, mas não eram lagrimas de tristeza e sim de felicidade.

Todos me abraçaram, o Max começou a chorar pouco tempo depois. Enquanto nós nos abraçávamos, alguém toca a campainha.

Eu me separo do abraço e vou ate a porta a abrindo.

- Oi Spencer a Astrid es... Está tudo bem rapaz? Por que está chorando? – era o pai da Astrid, eu apenas sorrio e peço para ele entrar.

Ele adentra e eu o levo até a sala onde todos estavam.

- Vem cá, por que tá todo mundo chorando hein? Estou me sentindo excluído. - ele fala cruzando os braços e arrancando o sorriso de todos nós.

Ele se senta e nós explicamos tudo para ele, a noticia sobre meus pais e da minha relação com eles e sobre o acontecimento na escola. O Senhor Erick não pareceu muito feliz com isso tudo, mas ele não podia fazer nada infelizmente.

- Spencer, você toca piano? Eu venho me perguntando isso as vezes. – Perna pergunta quebrando o clima que tinha ficado tenso na hora.

- Toco.

- Ele toca super bem, eu fiquei boquiaberta quando ele tocou pra mim. – Astrid diz.

- Toca pra gente. - Quente pergunta com um brilho nos olhos.

- Que tal eu mostrar o resto da casa para vocês? – eu digo já me levantando. – digamos que eu não curto muito tocar para os outros.

- Mas você já tocou para a Astrid. – diz quente um pouco decepcionada.

- Um dia eu toco pra vocês, promete, agora vamos.

POV ASTRID

Spencer se levantou do sofá e começou a ir na direção da escada, nós o seguimos, ele nos mostrou alguns quartos, ele disse que os pais não tinham um em especifico, mas quando ele mostrou o dele, eu reparei que o quarto dele era sem cor, sem vida, tinha uma tinta nas paredes um tanto escura, uma cama, 2 portas que eu imagino que sejam o banheiro e o closet, e uma mesa, eu vejo que tinha uma faca e um baú grande de baixo da cama dele, quando ele ia pro terceiro andar, eu peço pra Quente falar que e fui no banheiro, mas eu fui no quarto dele, aquele baú e aquela faca me intrigado. Eu abro a porta e fecho a mesma, vou até a cama e tiro a faca dali e vejo que era uma faca afiadíssima, a coloco em cima da mesa e pego o baú o abrindo eu vejo que tinha vários papeis e dois troféus, eu os pego e vejo que em um tinha escrito "Melhor Pai" e em outro estava escrito "Melhor Mãe", eu acho esquisito porque esse tipo de coisa deveria ficar com os pais, eu vejo que na base dos troféus tinham fotos, uma foto era de um bando de criança com seus pais, e outra era um bando de criança com suas mães, mas nas duas fotos tinham algo em comum, ambas tinham um garoto que aparecia sozinho segurando o troféu sem ninguém estar com ele, eu logo percebo que essa criança era o Spencer, eu começo a me sentir irritada com aquilo, então deixo aquilo de lado, eu pego um papel e começo a ler, ele dizia que o Spencer havia sido o vencedor de um competição de matemática e que os pais deveriam estar presentes e que deveriam assinar esse papel e o enviar a escola em pelo menos uma semana, caso ao contrario o premio seria dado para outro. Eu vejo vários papeis desse tipo, melhor jogador, melhor aluno, aluno exemplar, vencedor da competição de matemática, de português, de soletrar, de química e em todos os papeis eu via que nenhum deles estavam assinados, aquilo me deixou mais irritada, mas quando eu vejo uma caixa dentro desse baú, quando eu pego eu vejo que era, eram todos os boletins do Soluço, eu vi um por um, eram todos impecáveis, quase todas as notas estavam com 10, eu também vi que tinha varias cartas que os diretores escreviam sobre o soluço, dizendo que ele sempre era sozinho, mencionando varias tentativas de suicídio, vários relatos de bullying verbal e de bullying físico, eu vou revirando a caixa, mas quando eu percebo que tinha um envelope com a sigla de um hospital, eu fico curiosa e com medo, o envelope estava aberto porém dobrado, mas quando eu pego o envelope, eu sinto alguém segurar meu braço impedindo que eu o abrisse, eu me viro e vejo Spencer. Ele rapidamente solta meu braço e pega o envelope da a minha mão, ele pega tudo que eu tinha tirado do baú, coloca dentro do mesmo, o fecha, ele vai ate a sua mesa, abre uma gaveta, pega um cadeado, ele tranca o baú e o empurra de novo pra de baixo da cama sentando de frente pra mim na mesma, eu apenas o observei, eu estava no chão de frente pra ele de costas pra porta, nós ficamos parados, um olhando pro outro, até que ele desvia o olhar e vai em direção à porta, eu o levanto e fico na frente da porta o impedindo de sair, eu não sei o porquê deu ter feito aquilo, ele não parecia irritado, muito menos chateado, ele me olhava com uma expressão neutra.

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