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Nate era o tipo de perigo que seu pai mandava você manter distância. Não só pelas notas baixas, pela índole duvidosa ou pela moto. Ele sabia que seja para onde Nate estivesse se afundando, ele levaria você junto.
Mas por algum motivo, a palavra de seu pai já não era mais tão poderosa contra você. Talvez por isso você estava agora com o coração acelerado, apertando forte a cintura de Nate Macauley, sentindo o vento gelado da madrugada soprar em seu rosto enquanto o garoto passa de 100km/h na estrada que saía da cidade, gargalhando vendo seu rosto pelo retrovisor.
O que não me mata, me faz o querer mais.
Era quase uma promessa de que sempre que perdesse o sono, ou sentisse medo durante a noite, Nate estaria lá te esperando com seu capacete reserva. Era melhor sentir medo ao lado dele do que sozinha em seu quarto. E ele não desperdiçaria a oportunidade de te ter por mais uma noite inteira ao lado dele, fazendo promessas que talvez nunca fosse cumprir.
Ele estaciona a moto no lugar de sempre e te ajuda a descer. Era o topo da cidade, um lugar onde poucos visitavam, talvez por não saber como chegar lá. Mas a vista trazia a sensação de grandeza, onde todos eram tão pequenos perto de vocês dois. E o desejo de ir embora daquela cidade só crescia a cada dia.
Você mal tira o capacete e Nate puxa você pela cintura colando os corpos de vocês, enquanto sorria ofegante, porém lindamente, encarando cada detalhe de seu rosto.
— Sinto muito por não conseguir desistir de você, [nome] — Ele diz deixando o sorriso morrer um pouco, lembrando de seu pai gritando com ele quando o flagrou de madrugada em sua casa na semana anterior — Mas eu te amo demais para tentar ter uma vida sem você.
Às vezes um "eu te amo" dói mais do que deveria. Você sabia, no fundo, que ele não poderia te oferecer muito mais do que outros garotos por aí. Mas, por mais que você tentasse, a vida sem Nate Macauley já não era tão atrativa como antes. Entrar para uma faculdade de renome não era tão chamativo para você quanto a promessa de rodar o mundo em uma moto sem se preocupar com muita coisa. A vida com Nate era perigosa, e você curiosamente amava isso.
— Eu te amo, Nate Macauley... — Você diz encarando o loiro que sorri olhando para cima, sem acreditar muito em como te conquistou assim. E às vezes esses momentos fazia ele querer arrumar um trabalho qualquer só pra juntar o máximo de dinheiro possível para te dar o mundo inteiro em suas mãos.
Ele segura seu rosto com as mãos e te beija, fazendo você ter as mesmas sensações de quando andava de moto com ele. Os beijos de Nate eram viciantes, assim como as drogas que ele vendia. Talvez o fato de estar totalmente apaixonado em você ajudasse, mas você se perguntava como alguém poderia ter um beijo tão bom, tendo uma índole tão ruim.
— Eu queria... — Ele diz soltando do beijo, mas mantendo o rosto colado ao seu — Queria que você tivesse um amor bonito, daqueles que não precisa fingir que não se conhecem pelos corredores do colégio. Que você pudesse levar para os jantares de família e se gabar no natal do quão foda seu namorado é. — Ele então afasta o rosto e te encara, ainda apaixonado mas não tão feliz por isso — Mas eu prometo, [nome]. Eu prometo que vou melhorar de vida e te levar pra conhecer a porra do mundo inteiro.
Talvez isso movesse Nate e fosse uma das coisas que fazia você não querer desistir dele, mesmo sabendo que nunca suportaria a abstinência que Nate Macauley causaria caso fosse embora sem você. Talvez essas partes de todas as noites, onde Nate olha para você para prometer coisas, com medo que você desista dele, fosse o que te deixava um pouco mais apaixonada que antes. Porque mesmo sabendo que ele não cumprirá metade das promessas feitas, ele morria de medo de te perder.
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