31

18.1K 916 110
                                    

Grego

Falcão - tô desconfiado do boca -

Grego - do boca? -

Falcão - é, só foi ele entrar que o sabiá começou a saber de tudo sobre a penha -

Grego - não é muito seguro a Maitê ficar com ele -

Falcão - poisé -

Grego - vai ter baile aqui, cola aí mais tarde -

Falcão - o morro tá tranquilo então acho que venho -

Grego - tu sabe que nosso morro é aliado pô, qualquer fita noix tá aí tá ligado -

Falcão - pode pá, mais tarde noix troca uns papos então - fala saindo.

O Vidigal com a penha são aliados desde que comecei nessa caminhada, ele desde sempre foi forte, e me ajudou pra caralho no começo, agradeço a ele, porque nem saber liderar um morro eu sabia.

Eu tava pensando e percebi que eu tenho que pegar pesado com a Maitê, ela deve pensar que eu sou facinho pô, faço tudo que ela manda.

...

Termino meu banho e coloco uma roupa branca, minhas correntes, passo meu desodorante e meu perfume.

Vou passar na casa da Maitê, vamos juntos para o baile.

Chego lá e já vou entrando.

Ela vem sorrindo e da uma voltinha na minha frente.

Ela vem sorrindo e da uma voltinha na minha frente

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Grego - tô doido pra tirar essa roupa -

Maitê - postura - ela me dá um tapa.

Grego - eu tenho que pegar mais pesado contigo, tu acha o que? Que eu sou facinho -

Maitê - pegar mais pesado? Logo você que é fofinho comigo? -

Grego - vamos logo, tô morrendo de sede-

Maitê - tem água ali - fala apontando para o bebedor.

Grego - não tô com sede de água, tô com sede de cachaça - ela ri.

Saímos da casa dela, ajudo ela a subir na moto e alguns minutos depois já estávamos na frente da quadra.

Dou a mão para ela e entramos no baile já indo direto para o camarote.

Grego - quer beber alguma coisa? - ela nega.

Cumprimento todos enquanto a Maitê apenas fala um "oi".

Seguro em sua cintura e todos já ficam olhando.

Ela senta no meu colo e fica olhando o baile.

O boca não apareceu mais, e ela me falou que não saiu com ele também, esse cara é estranho.

Falando na desgraça, vejo ele entrar com mó marra atrás do falcão.

Eles sobem o camarote e o olhar do boca paralisa na Maitê, vendo ela sentada no meu colo, ele me olha bravo e eu apenas dou um sorriso.

Maitê - eu vou ir lá em baixo com as meninas tá - fala se levantando mas eu puxo ela.

Grego - e o meu beijo? - ela sorri e me beija.

...

Já era passado da meia noite, a Maitê ainda estava na pista dançando com a meninas, várias mulheres vieram pra cima de mim, mas a real é que só quero a Maitê.

Vejo que a Maitê e o boca já não estavam mais ali.

Nem dei muita bola, que se foda ela então.

O radinho começa a apitar e já ouço os foguetes.

Saio do baile e vou atrás da Maitê.

Passo por um beco onde escuto a voz dela.

Maitê - boca não faz isso, por favor -

Vejo ele tirando a alça da sua blusinha.

Grego - para com isso porra, fica longe dela - tiro a arma da cintura e ele faz o mesmo.

Boca - ela serviu como isca certinho pra mim entrar nesse morro, e lidar com o falcão não foi difícil, aquele lá se faz de machão mas tem o coração molinho e acredita em todo mundo -

Grego - mas, o que tu quer afinal? -

Boca - tô a mando do sabiá, e tu sabe muito bem o que ele quer - ele sorri - sua cabeça -

Grego - só quer mesmo - vejo a Maitê chorando, porra meu coração doeu.

Falcão - solta a mina - aparece apontando a arma na cabeça do boca.

Boca - abaixem as armas - fala apontando a arma na cabeça dela.

Grego - se eu fosse você não faria isso, é dois contra um - ouço os tiros pararem.

Radinho on

- os caras recuaram -

Grego - rodem o morro inteiro para conferir que não tem mais ninguém -

Falcão - seu próprio morro está contra você -

Ele ficou olhando o falcão e eu me aproximei batendo na sua arma que caiu no chão.

Grego - idiota - falo colocando sua mão para trás.

Martins - fazer o que com ele - fala aparecendo do nada.

Grego - leva pra salinha de tortura -

Eles saim deixando eu e a Maitê sozinhos.

Maitê - desculpa por isso -

Grego - não foi culpa sua, a treta era comigo - dou um abraço nela que estava chorando - vem vamos pra casa -

Maitê - pode voltar para o baile, eu vou sozinha -

Grego - tá loucona, tu vai pra minha casa sim -

...

Grego - coloca essa roupa aqui - dou uma camisa para ela que já coloca.

Ela deita na cama e eu deito também abraçando ela.

Grego - te coloquei em perigo -

Maitê - não faz mal grego, o que importa é que tu tá bem -

Grego - mas ele poderia ter feito alguma coisa pra tu -

Maitê - não faz diferença, eu não tenho ninguém grego, não tenho família, a minha família é o fofucho -

Grego - agora somos sua família também-

Ela fica quieta e me beija.

Fico fazendo carinho no seu cabelo até ela dormir.

No Morro Onde histórias criam vida. Descubra agora