Falcão - é, só foi ele entrar que o sabiá começou a saber de tudo sobre a penha -
Grego - não é muito seguro a Maitê ficar com ele -
Falcão - poisé -
Grego - vai ter baile aqui, cola aí mais tarde -
Falcão - o morro tá tranquilo então acho que venho -
Grego - tu sabe que nosso morro é aliado pô, qualquer fita noix tá aí tá ligado -
Falcão - pode pá, mais tarde noix troca uns papos então - fala saindo.
O Vidigal com a penha são aliados desde que comecei nessa caminhada, ele desde sempre foi forte, e me ajudou pra caralho no começo, agradeço a ele, porque nem saber liderar um morro eu sabia.
Eu tava pensando e percebi que eu tenho que pegar pesado com a Maitê, ela deve pensar que eu sou facinho pô, faço tudo que ela manda.
...
Termino meu banho e coloco uma roupa branca, minhas correntes, passo meu desodorante e meu perfume.
Vou passar na casa da Maitê, vamos juntos para o baile.
Chego lá e já vou entrando.
Ela vem sorrindo e da uma voltinha na minha frente.
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Grego - tô doido pra tirar essa roupa -
Maitê - postura - ela me dá um tapa.
Grego - eu tenho que pegar mais pesado contigo, tu acha o que? Que eu sou facinho -
Maitê - pegar mais pesado? Logo você que é fofinho comigo? -
Grego - vamos logo, tô morrendo de sede-
Maitê - tem água ali - fala apontando para o bebedor.
Grego - não tô com sede de água, tô com sede de cachaça - ela ri.
Saímos da casa dela, ajudo ela a subir na moto e alguns minutos depois já estávamos na frente da quadra.
Dou a mão para ela e entramos no baile já indo direto para o camarote.
Grego - quer beber alguma coisa? - ela nega.
Cumprimento todos enquanto a Maitê apenas fala um "oi".
Seguro em sua cintura e todos já ficam olhando.
Ela senta no meu colo e fica olhando o baile.
O boca não apareceu mais, e ela me falou que não saiu com ele também, esse cara é estranho.
Falando na desgraça, vejo ele entrar com mó marra atrás do falcão.
Eles sobem o camarote e o olhar do boca paralisa na Maitê, vendo ela sentada no meu colo, ele me olha bravo e eu apenas dou um sorriso.
Maitê - eu vou ir lá em baixo com as meninas tá - fala se levantando mas eu puxo ela.
Grego - e o meu beijo? - ela sorri e me beija.
...
Já era passado da meia noite, a Maitê ainda estava na pista dançando com a meninas, várias mulheres vieram pra cima de mim, mas a real é que só quero a Maitê.
Vejo que a Maitê e o boca já não estavam mais ali.
Nem dei muita bola, que se foda ela então.
O radinho começa a apitar e já ouço os foguetes.
Saio do baile e vou atrás da Maitê.
Passo por um beco onde escuto a voz dela.
Maitê - boca não faz isso, por favor -
Vejo ele tirando a alça da sua blusinha.
Grego - para com isso porra, fica longe dela - tiro a arma da cintura e ele faz o mesmo.
Boca - ela serviu como isca certinho pra mim entrar nesse morro, e lidar com o falcão não foi difícil, aquele lá se faz de machão mas tem o coração molinho e acredita em todo mundo -
Grego - mas, o que tu quer afinal? -
Boca - tô a mando do sabiá, e tu sabe muito bem o que ele quer - ele sorri - sua cabeça -
Grego - só quer mesmo - vejo a Maitê chorando, porra meu coração doeu.
Falcão - solta a mina - aparece apontando a arma na cabeça do boca.
Boca - abaixem as armas - fala apontando a arma na cabeça dela.
Grego - se eu fosse você não faria isso, é dois contra um - ouço os tiros pararem.
Radinho on
- os caras recuaram -
Grego - rodem o morro inteiro para conferir que não tem mais ninguém -
Falcão - seu próprio morro está contra você -
Ele ficou olhando o falcão e eu me aproximei batendo na sua arma que caiu no chão.
Grego - idiota - falo colocando sua mão para trás.
Martins - fazer o que com ele - fala aparecendo do nada.
Grego - leva pra salinha de tortura -
Eles saim deixando eu e a Maitê sozinhos.
Maitê - desculpa por isso -
Grego - não foi culpa sua, a treta era comigo - dou um abraço nela que estava chorando - vem vamos pra casa -
Maitê - pode voltar para o baile, eu vou sozinha -
Grego - tá loucona, tu vai pra minha casa sim -
...
Grego - coloca essa roupa aqui - dou uma camisa para ela que já coloca.
Ela deita na cama e eu deito também abraçando ela.
Grego - te coloquei em perigo -
Maitê - não faz mal grego, o que importa é que tu tá bem -
Grego - mas ele poderia ter feito alguma coisa pra tu -
Maitê - não faz diferença, eu não tenho ninguém grego, não tenho família, a minha família é o fofucho -
Grego - agora somos sua família também-
Ela fica quieta e me beija.
Fico fazendo carinho no seu cabelo até ela dormir.