Capítulo 3.

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Elizabeth on !
🪐🔭📚🎋🎀

Enquanto meus pais tomam café para ir trabalhar, eu tenho que encontrar um jeito de pedir. Isso porque eu não tive oportunidade de perguntar à minha mãe sobre o aluno novo vir em casa fazer o trabalho.

Quer dizer, tive sim, apenas não falei. Odeio pedir as coisas aos meus pais, por mais que na maioria das vezes eles deixem, eu sinto que estou os usando.

Acredito que agora de manhã é o momento de perguntar aos dois sobre isso, já que quinta e sexta-feira é capaz de eu nem conseguir ver a sombra deles por conta do trabalho.

- O trabalho estava corrido ontem? - pergunto aos meus pais.

- O plantão estava tranquilo, filha, e olha que era de madrugada, quando costuma ser bem agitado - minha mãe diz enquanto passa creme de avelã no pão de queijo.

É meio nojento essa combinação; quando fiz isso fiquei com dor de barriga. Mas médicos devem ter estômagos para isso, já que mexem com tantas coisas mórbidas.

- Que sortuda. Tive que fazer três cirurgias de emergência, uma atrás da outra - meu pai diz, balançando a cabeça em negação. - Ainda que pequenas, foram bem trabalhosas.

- Deve ter sido bem agitado seu Platão.

- Gosto de plantões agitados, mas sinto falta da calmaria do antigo hospital que trabalhava. - murmurou meu pai. - Não sei porque está tão agitado assim.

- Amor, seu trabalho fica mais no centro. Óbvio que a movimentação é bem maior - minha mãe dá uma risadinha.

Meu pai revira os olhos.

- E você, filha? - pergunta meu pai.

A atenção agora está toda em mim.

- Então - respiro fundo antes de começar a falar.

Minha mãe e meu pai me olham e logo depois se olham.

- Sobre o trabalho de história, eu fiz dupla com um amigo. E eu acho que seria legal ele vir fazer em casa na sexta-feira, depois da escola - lambo os lábios antes de continuar. - Tudo bem vocês não deixarem, mas queria saber assim mesmo.

Meus pais me olham confusos, depois se olham com caras mais confusas ainda, e um risinho se forma no rosto deles.

Estou tentando achar graça nisso.

- Elizabeth, óbvio que deixamos - minha mãe diz e ri descaradamente.

Fico em silêncio e sem expressão. Sério que eles deixaram? Tantas vezes que poderia ter trazido a Yara aqui para uma festa do pijama ou um café da tarde.

- Por que acha que não deixaríamos? Você nunca trouxe nenhuma amiga ou amigo - meu pai diz.

- Sim, filha, só peço que avise o horário que ele vem e vai embora. Nos atualize - minha mãe fala e meu pai concorda.

- Vamos nos ver apenas aos sábados de manhã. O plantão da sua mãe será em outra cidade e eu irei fazer uma cirurgia - ele fala e toma um gole de café.

- Tudo bem, entendo completamente.

- Só tome cuidado com meninos, não é qualquer amigo que eu quero aqui dentro. - Papai fala de forma autoritária.

𝐓𝐡𝐞 𝐒𝐭𝐚𝐫 𝐀𝐫𝐞 𝐑𝐢𝐠𝐡𝐭 | 𝐀𝐧𝐭ô𝐧𝐢𝐨 𝐁𝐨𝐫𝐬𝐨𝐢 Onde histórias criam vida. Descubra agora