Capítulo 27.

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🚨‼️Recomendo fortemente que releiam a história, mudei pontos cruciais para o desenvolvimento do Bernardo e da Elizabeth. Bjs!🚨‼️

Elizabeth on !
🪐🔭📚🎋🎀

Enquanto o grupo se dirigia para a área onde ficaríamos responsáveis pelos animais durante o acampamento, fui atraída pelos sons e movimentos dos bichos.

- Aqui temos a fazenda onde vocês deverão cuidar dos animais, claro, com a ajuda dos guias! - explicou a monitora, enquanto nos conduzia. - Como podem ver, temos diversos animais: cavalos, vacas, coelhos... todos!

Ouvi algumas piadas dos meninos da sala, incluindo Bernardo e Jackson, como: "Olha aí você" e "Caramba, não sabia que sua tia morava aqui". Não eram exatamente engraçadas, mas a descontração do grupo deixava mais leve.

Aproximei-me da cerca que delimitava a área dos animais, afastando-me um pouco das minhas amigas.

- Vai ficar aí? - Gabi perguntou.

- Vou, cansei do roteiro e aqui tem animais fofos - expliquei.

Gabi assentiu e seguiu com o grupo.

Sozinha, encostei-me na cerca para observar melhor. Os animais estavam calmos, e eu achei aquilo adorável.

Observava um par de coelhos brincando na grama quando ouvi passos ao meu lado. Bernardo apareceu com um sorriso suave e os olhos azuis brilhando.

- Oi, Lizzie. Interessada nos bichinhos? - perguntou ele, com uma voz calma.

- Ah, sim... Eles são adoráveis - respondi, tentando esconder a surpresa e o nervosismo. - Eu gosto dos coelhinhos.

Bernardo se encostou na cerca, olhando para os animais e depois para mim. - Sabe, eu gosto de coelhos também. Será que podemos pegar um?

Senti meu coração acelerar. - O quê? Acho que não podemos, não.

- Bem, acho que não faz mal pegar um pouco - ele disse, rindo, entrou dentro da área dos coelhos e foi atrás de um dos coelhos. - Qual você quer?

- Calma! Não faz isso, eles estão meio sujinhos e...

Acabei entrando também para impedir ele.

- Elizabeth, você já está suja de terra - Bernardo disse, me medindo de cima a baixo com uma expressão de deboche.

Acho que eu não estava mais escondendo o nervosismo que eu estava sentindo enquanto ele falava, tudo culpa da Yara, tonhona que fica colocando coisa na minha cabeça.
Acho que Bernardo percebeu isso porque me olhou com a expressão confusa.

- Você fica nervosa quando eu falo com você. Aconteceu algo?

- Não estou nervosa, acho que é tudo muito novo para mim esse lugar, sou da cidade grande - tentei brincar, mas nem eu senti graça no que falei.

Para ser sincera, nem eu sabia por que estava pensando nisso, mas todos os toques que Bernardo já teve comigo, nosso quase beijo, conversas suspeitas que ele puxava e como ele parou de implicar tanto comigo. Estava pensando tanto ultimamente, mas eu não queria, não mesmo.

Essas coisas não dão certo para mim, para garotas como eu.

- Você precisa de um coelho - Bernardo pegou um coelho branco com manchas marrons. - Esse é a sua cara, não acha?

Ele colocou o coelho em meu colo, e o bichinho, magicamente, ficou quieto. Morri de amores e acabei sorrindo.

- Você está sorrindo - Bernardo disse, sorrindo junto comigo. Ele se aproximou e fez carinho na cabeça do coelho.

- Mas eu sempre sorrio, Bernardo - falei, meio confusa.

- Não com coisas que eu faço.

- Como assim? Talvez seja porque normalmente você faz as coisas para me irritar! - ironizei.

Ele soltou uma risada nasal, sem o tom ácido de sempre. Ele pega um coelho também e dá carinho.

- Quer saber? Você é que está estranho. - disse, olhando em seus olhos.

Acabei falando da boca para fora, já não basta estar nervosa nos pensamentos, mas agora fui verbalmente.

- Lizzie, eu estranho? - ele respondeu, se aproximando mais, com um sorriso sarcástico em seu rosto. Ele sabia oque estava fazendo.

- Bernardo. - murmurei olhei seriamente para ele, enquanto dava atenção ao meu coelhinho. - Você nunca mais zoou com a minha cara , quer dizer não que isso seja ruim mas...

Antes que ele pudesse responder, a monitora apareceu com um sorriso malicioso. Olhamos para ela ao mesmo tempo, e eu soltei o coelho rapidamente, colocando-o de volta atrás da cerca.

- Desculpa, Clara, queríamos ver os animais por mais tempo - Bernardo disse.

- Ah, não! Fiquem tranquilos - ela respondeu, se aproximando dos coelhos. - Podem ficar olhando os coelhos quanto tempo quiserem. Só ia chamar vocês para verem onde ficam as cabanas.

Olhei para Bernardo e ele olhou para mim.

- Bem, vou na frente, tá bom? - Clara disse, saindo dali.

Bernardo seguiu à frente com as mãos nos bolsos e nem me esperou. Ele parou na porta do celeiro e me olhou por um tempo.

- Vamos logo ver as cabanas, rabugenta.

- Bernardo, espera - chamei, meu tom mais sério.

Ele parou e virou-se para mim, a expressão curiosa.

- O que foi, Lizzie?

- Nada. Quer saber... - Dou uma pausa no que vou falar - pode ir na frente, fiquei com preguiça de conversar.

Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos. - Não vejo motivo para ficar zoando mais como sua cara, e o que isso te importa também?

- Bernardo, eu te conheço o suficiente para saber que você não ia parar de zoar alguém porque não vê motivo. - digo a ele me aproximando mais. - Aliás, pelo contrário, você teria mais motivos!

- Caramba Elizabeth, você quer tanto que eu te trate mal? - Bernardo diz soltando o coelho que carregava em seu braço.

- Porque para mim isso é normal. E não esses toques em momentos que estamos a sós, me emprestar seu moletom, ou você ficar segurando minha mão no ônibus.

Ele fica em silêncio por alguns segundos, parece que estava meio preocupado, e eu também sinto que acabei falando de mais, como tivesse exposto ele de alguma forma.

- Desculpa. - Falo sentindo minhas bochechas quentes - Acho que falei demais, mas eu... - Não consigo terminar o meu raciocínio.

Bernardo respira fundo, olhando nos meus olhos. Sinto meu coração disparar.

- Lizzie, a verdade é que eu... - ele começa, mas é interrompido por um som alto de risos ao longe. Olhamos na direção do som, percebendo que o grupo já estava se afastando das cabanas. - Vamos falar sobre isso depois?

Assenti, seguimos o grupo em silêncio, mas a tensão entre nós era palpável. No fundo, eu sabia que essa conversa ainda não tinha terminado.

𝐓𝐡𝐞 𝐒𝐭𝐚𝐫 𝐀𝐫𝐞 𝐑𝐢𝐠𝐡𝐭 | 𝐀𝐧𝐭ô𝐧𝐢𝐨 𝐁𝐨𝐫𝐬𝐨𝐢 Onde histórias criam vida. Descubra agora