Capítulo 28.

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Elizabeth on !
🪐🔭📚🎋🎀

Já nas cabanas estou junto de Yara e Gabi, elas estavam desfazendo suas malas e guardando nas gavetas de baixo da cama.

Eu também deveria fazer isso, porém estava mais pensativa do que deveria, e não estava conseguindo me concentrar em nada.

- Terra chamando Elizabeth! - Yara diz enquanto passa sua mão em minha frente.

- Eu tô aqui. - falo abaixando sua mão do meu rosto e soltando um sorriso nasal fraco.

Gabi senta do meu lado da cama e segura minhas mãos.

- Oque passa em sua cabeça amiga? - Ela diz com um olhar preocupada.

- Não tá na cara? É óbvio que é o Bernardo. - Yara diz um pouco mais alto que deveria, mas parece nem ligar.

- É, ele mesmo. - falo em baixo tom. -Eu tô pensando... hoje de tarde no celeiro ocorreu algo..

- Oque!? - as duas perguntam.

Então começo a explicar sobre oque aconteceu lá, porém acabo censurando a maioria das coisas ali.
As meninas parecem estar surpresas de uma maneira positiva.

- Acho que você poderia falar com ele agora na fogueira - Yara fala - afinal, ele disse que queria falar com você mais tarde né? Confesse que você gosta dele!

Gabi parece meio desconfiada, e nem parece concordar com a ideia. Mas assenti com Yara.

- Acho que vou tentar - falo meio para baixo - Não acredito que gosto do Bernardo.

Cubro meus rostos com as mãos.

No final da noite, acabo por não ir à fogueira e nem conversar com o Bernardo sobre nada. Sinto um nó no estômago, uma sensação de perda que não consigo explicar direito. Fico no meu quarto, encarando o teto, tentando entender por que eu simplesmente não consegui ir.

Eu sei que Bernardo estava esperando. Ele tinha mencionado algo sobre falar mais tarde, durante a discussão no celeiro. Mas a ideia de me abrir, de contar sobre meus sentimentos, me aterrorizava. E se ele não sente o mesmo? E se ele rir de mim ou, pior, começar a me evitar?

Essas perguntas rodavam na minha cabeça como um disco quebrado. Eu sentia que não era suficiente para ele. Bernardo é tão confiante, tão à vontade com todo mundo, enquanto eu me sinto uma bagunça por dentro.

O peso no meu peito fica mais forte conforme penso em como poderia ter sido a noite. Poderíamos estar agora rindo perto da fogueira, compartilhando histórias e momentos. Mas, em vez disso, estou aqui, sozinha, com meus medos e inseguranças.

E talvez seja isso que me assusta mais. A solidão. Não a solidão física, mas a sensação de estar sempre à margem, de ser a amiga reserva, nunca a prioridade. Vejo Yara e Gabi rindo juntas, compartilhando segredos, e me sinto uma intrusa no que deveria ser meu próprio grupo de amigos.

Com Bernardo, é ainda pior. Ele é tão... ele. Sempre rodeado de pessoas, sempre o centro das atenções. Como eu poderia competir com isso? Como eu poderia ser importante para ele?

Os minutos se arrastam e a noite parece infinita. Ouço risadas ao longe, a música e as conversas animadas perto da fogueira. Cada som é um lembrete de minha decisão de me esconder, de não enfrentar meus sentimentos. E isso me corrói por dentro.

Fecho os olhos, tentando afastar as lágrimas que ameaçam cair. Respiro fundo, tentando me convencer de que fiz o certo, que talvez o melhor seja manter esses sentimentos guardados. Mas a dor no meu peito me diz o contrário. Eu queria ser corajosa, queria poder abrir meu coração, mas o medo de perder tudo me impede. Talvez amanhã seja diferente. Talvez eu encontre forças para falar com Bernardo, para dizer a ele tudo o que sinto. Mas, por enquanto, fico aqui, tentando lidar com a mistura de arrependimento e insegurança que me consome. E, no fundo, desejando que as coisas fossem mais fáceis, que eu pudesse ser alguém que não teme o amor e as consequências que ele traz.

𝐓𝐡𝐞 𝐒𝐭𝐚𝐫 𝐀𝐫𝐞 𝐑𝐢𝐠𝐡𝐭 | 𝐀𝐧𝐭ô𝐧𝐢𝐨 𝐁𝐨𝐫𝐬𝐨𝐢 Onde histórias criam vida. Descubra agora