Capítulo 4.

326 35 2
                                    

Bernardo on !
🎮🏀🧸🍷💵

Meus pais sempre me cobram ser prestativo em tudo que eu fizer, já que no futuro terei que cuidar de redes de hospitais e ser dono de um dos bancos mais importantes do Brasil.

Eu me esforço em quase tudo que faço, até nos mínimos detalhes. Acho que fico competindo comigo mesmo quando quero ser bom em algo. Parte disso é pela pressão enorme que meus pais colocam em mim para tudo, mas também é muito pela vaidade.

Quando eu morava em Bragança Paulista, não ia para a escola direito. Preferia estudar em casa e, ainda assim, tirava boas notas. Além disso, sempre saía com meus primos, então não tinha como ir à escola em uma segunda-feira de manhã, especialmente depois de uma noite agitada. Mas eu quase nunca exagero no álcool. Só bebo quando estou com meus pais ou primos.

Depois que me mudei para a capital, parei com essas escapadas.

Estou na casa de Elizabeth agora. Ela mora no mesmo bairro que eu, mas a casa dela é bem menor, mais simples e mais aconchegante que a minha. A sala fica ao lado da varanda e tem uma vista linda. Aqui, a cozinha e a sala são integradas, então dá para ver tudo.

Ela me disse que ia se trocar no quarto e depois passar uma pomada na minha perna para cicatrizar bem. Queria ser tão prestativo nesse quesito quanto ela.

Elizabeth finalmente aparece na sala. Ela encara o meu machucado por alguns segundos e depois tira a atadura da minha perna, o que doeu um pouco porque estava meio grudada na ferida. Depois que tira tudo, passa álcool para limpar, o que doeu um pouco, mas logo põe a pomada e, por fim, uma nova atadura.

- Ok, acho que isso é tudo - ela diz e se senta no sofá.

- Obrigado novamente, Elizabeth - dou um sorriso para ela.

- Pode me chamar de Liza - ela diz, sem nem falar um "de nada".

Ela liga a televisão e começamos a assistir a um desenho. Não sabia que ela ainda via essas coisas. Confesso que também vejo, mas isso é um segredo.

- Desenho? Sério? - caçoo dela e dou umas risadas.

Ela me olha com uma cara muito feia. Caramba, fiquei com medo.

- E vai continuar assistindo se quiser ficar aqui - ela diz com serenidade, mas senti como se fosse uma ordem.

- Você é bem estressada, não é, Elizabeth? - dou uma risada.

- Você que tem frescura para assistir televisão. Apenas assista, Bernardo - ela diz.

Acho que vou adorar irritar ela enquanto estiver em São Paulo. Achei ela muito certinha.

- A Iara me disse que já viu você nas confraternizações dos pais dela - Elizabeth me fala.

Isso é uma tentativa de puxar assunto?

- Nunca reparei na presença dela - o que não é mentira, nunca reparei. - Que maluca.

- Que maldade - ela dá uma risada. - Quando ela me disse, imaginei que vocês já tinham até trocado alguma ideia.

- Não, definitivamente não - também dou umas risadas. - Eu só converso com meus primos e olhe lá.

Eu não sou antissocial, mas com o tempo sinto que não posso conversar com todo mundo e nem ser amigo de todo mundo, então oque sobra são meus primos para se divertir e curtir.

- Sério? - ela me diz e esboça um sorriso. - Pensei que tivesse vários amigos. Com esse jeito todo folgado, sabe?

Eu não sei se isso foi uma ofensa disfarçada ou se ela realmente só não sabe puxar assunto.

𝐓𝐡𝐞 𝐒𝐭𝐚𝐫 𝐀𝐫𝐞 𝐑𝐢𝐠𝐡𝐭 | 𝐀𝐧𝐭ô𝐧𝐢𝐨 𝐁𝐨𝐫𝐬𝐨𝐢 Onde histórias criam vida. Descubra agora