Capítulo 34.

116 13 0
                                    

Elizabeth on !
🪐🔭📚🎋🎀

O som das rodas do ônibus rolando pelo asfalto sinalizava o fim do acampamento. Dentro do veículo, ainda podíamos sentir a energia dos últimos dias, com risos e conversas animadas enchendo o ar. A competição de bexigas tinha sido exaustiva, mas de algum modo, a adrenalina ainda circulava em nós. O sol da manhã começava a aquecer, lançando raios de luz pelas janelas do ônibus, iluminando rostos cansados, mas felizes.

Richard, como de costume, estava sentado na frente, fazendo piadas sobre o quão "líder" ele era. Eu podia ouvir sua voz ecoando até onde estava sentada, próxima de Bernardo. Yara estava ao lado dele, rindo das bobagens que ele dizia. Já Bernardo estava mais quieto, olhando para a paisagem que passava pela janela, com um silêncio contemplativo. O clima no ônibus era uma mistura de nostalgia e alívio.

Quando o ônibus finalmente parou em frente à escola, as portas se abriram com um estalo, trazendo todos de volta à realidade. Um a um, todos começaram a descer, pegando suas malas e se despedindo dos amigos.

Richard foi um dos primeiros a sair, com sua mochila jogada nas costas. Ele se virou para mim e para Yara, acenando com aquele sorriso confiante. "Nos vemos na segunda-feira, perdedoras!", brincou ele antes de sair correndo pelo estacionamento.

Yara, revirando os olhos, soltou um pequeno sorriso. "Idiota", murmurou, antes de se virar para mim.

- Ei, a gente se fala depois, tá? - Ela me deu um abraço rápido e saiu do ônibus, com o sol já iluminando seu rosto. - Vamos Gabi!

- Já estou indo! - ela disse e após me olha com um olhar afetuoso. Gabi me abraça forte e eu retribuo o abraço. - Até as aulas voltarem Beth.

- Até amiga.

Ela me solta do abraça e me da um último aceno saindo do ônibus também.

Desci logo em seguida, arrastando minha mala pelo chão da escola. Quando olhei para frente, vi Bernardo me esperando perto dos portões.

- Então... foi um bom acampamento, né? - ele começou, meio sem jeito, como se estivesse procurando as palavras certas.

Sorri, tentando esconder a pequena ponta de saudade que já começava a surgir.

- Foi sim. E obrigada por... você sabe, não me acertar com tantas bexigas - Brinquei, soltando uma risadinha.

Bernardo sorriu para mim.

- Não poderia, mesmo que quisesse. Vou te ver por aí?

assenti.

- Claro. Até logo, Bernardo.

Ele riu também, e antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, se inclinou para me dar um selinho rápido, um gesto que fez meu coração disparar. Ao nos afastarmos, ouvi alguém pigarreando e, ao virar, vi minha mãe parada ali, tentando esconder um sorriso enquanto nos observava.

- Bernardo, você é sempre bem-vindo para almoçar lá em casa - ela disse, lançando um olhar significativo para mim. - Só avise com antecedência.

Bernardo sorriu abertamente, sem esconder a timidez.

- Pode deixar.

- Bem, vou na frente... - minha mãe diz me deixando sozinha com o loiro.

Mas quando chegamos na escola, antes de nos despedirmos, Bernardo me puxou para um abraço rápido.

- Até a próxima, Liz - ele sussurrou no meu ouvido, e senti que havia mais promessas naquele breve momento do que palavras poderiam expressar.

Assenti, sorrindo.

- Até a próxima, Bernardo. Ou até a escola também. - eu disse quase que sussurrando.

Enquanto ele se afastava, um último olhar por cima do ombro, percebi que, independentemente do que o futuro trouxesse, pelo menos eu sabia que não estaria mais sozinha.

Minha mãe me esperava do lado de fora, e enquanto caminhávamos até o carro, ela segurou minha mão, apertando levemente.

- Ele parece um bom garoto - ela comentou, sem olhar para mim.

- Ele é - respondi, ainda sentindo o calor daquele selinho rápido nos meus lábios.

𝐓𝐡𝐞 𝐒𝐭𝐚𝐫 𝐀𝐫𝐞 𝐑𝐢𝐠𝐡𝐭 | 𝐀𝐧𝐭ô𝐧𝐢𝐨 𝐁𝐨𝐫𝐬𝐨𝐢 Onde histórias criam vida. Descubra agora