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Capítulo 005
~amizade selada~

Passaram horas ali apenas brincando

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Passaram horas ali
apenas brincando. Curiosos
para descobrir cada peculiaridade
daquele até então, não conhecido lugar.

-Aqui deve ser bem assustador a noite, não acha? -a loira indagou enquanto entravam por um "corredor" entre as grandes árvores.

-Provavelmente -concordou o moreno. -O que acha que tem no final deste "corredor"? -perguntou olhando para ela.

-Não sei -deu de ombros. -Acho que um novo jardim, talvez? Como nunca achamos está outra parte do jardim antes?

-Me pergunto a mesma coisa -sorriu. -Agora sim temos um lugar só nosso.

-Sim -sorriu alegremente a loira. -Nunca iremos trazer ninguém aqui, a menos que seja necessário!

-Feito -apertou a mão da garota que até então estava estendida para selarem assim o acordo entre eles.

Caminharam mais um pouco, encontrando algo ainda mais incrível no final do caminho. Era um cercado pequeno e redondo de árvores grandes com dois bancos de madeira antigos —pelo o que Lílian observou — com uma grama baixa no chão. E uma árvore que ficava atrás de um dos bancos — a mais alta de todas — que também era a mais antiga.

-Lily, olhe! -Joaquim chamou a atenção da garota que correu até ele. -Sabe de quem pode ser estás iniciais?

Ela balançou a cabeça em negação. Olhou com mais atenção a marca antiga na árvore. Parecia estar ali fazia já um bom tempo. A loira passou a mão pelo seu extenso tronco e acariciou a madeira da mesma. Era uma bela e antiga árvore. Foi quando finalmente notou o que seu amigo queria que a mesma olhasse. Na árvore estavam gravadas duas iniciais: P e E. Claras como a luz do dia, as letras se uniam como se fosse o próprio destino as juntando ali na árvore.

-Não faço ideia de quem pode possuí-las -o garoto disse observando ambas as iniciais. -, mas elas realmente combinam.

-Será que eles foram um casal feliz? -indagou a garota curiosa.

-E quem disse que eles eram um casal? -retrucou Joaquim. -Eles podiam ser apenas amigos selando a amizade deles, nem sempre se tornaram casal.

-Se foram amigos, será que ainda são? -mudou a pergunta ansiosa pela resposta.

-Acho que sim -ficou um tempo em silêncio. -, mas não acho que amigos quaisquer fariam algo deste tipo.

-O que quer dizer?

-Digo, talvez eles fossem melhores amigos -respondeu ainda olhando as duas iniciais. -Acho que não quebrariam uma amizade tão especial que os fez cravar ambas as iniciais e selar um acordo de serem sempre amigos...

-E quem lhe disse que eles fizeram um acordo?

-Estou apenas supondo -disse. -Não tenho certeza de nada.

-De qualquer jeito é uma história muito bonita -a garota sorriu encantada com a história. -Acha que vamos continuar sendo amigos assim como eles?

-Eu não acho -direcionou o olhar para a loira.

-Não? -Lílian franziu o cenho confusa.

-Não -repetiu. -Essa é uma coisa que eu tenho certeza. Papai sempre diz que amigos de verdade nunca se deixam, e nós somos amigos de verdade, não somos?

-É claro que somos, seu bobo -o deu uma cotovelada.

-O que acha de selarmos nossa amizade nesta árvore também? -Joaquim sugeriu.

-É uma ótima ideia! -se animou. -Só precisamos achar algo para crava-las aqui.

-Acha que uma tesoura serve? -perguntou mostrando a tesoura.

-Talvez -deu de ombros. -, mas eu não tenho uma tesoura.

-Eu tenho -o garoto puxou um tesoura do bolso de seu sobretudo. O dia estava frio, estavam chegando perto do inverno, e quanto mais tarde, mais frio o ambiente ficava.

-Por que você tem uma tesoura e o que você pretendia fazer com ela? -indagou a loira com o cenho franzido.

-Antes de tudo, acha mesmo que eu faria algo ruim com esta tesoura?! -disse meio ofendido. -E segundo: eu tava na aula de artes, se isto explicar algo para você.

-Me desculpe -sorriu um pouco. -Só que não é nada normal se ter uma tesoura no bolso do casaco, Joca.

-Tem razão -deu de ombros enquanto concordava com a mesma. -Agora vamos logo fazer isso porque já tá ficando escuro aqui.

O céu já começava a escurecer ao passo que a lua já se apresentava junto das estrelas no céu.

-Manda quem pode, obedece quem tem juízo -brincou indo de encontro a ele na árvore.

Cada um desenhou a inicial do outro. Estava ali uma promessa de que jamais deixariam de ser amigos, assim como aqueles que possuíam as iniciais também gravadas ali. "Uma amizade verdadeira não acaba, do contrário ela nunca existiu. Somos amigos, melhores amigos. Irmãos do peito que nunca irão separar-se, se não seremos eternamente tristes e sem motivos para sorrir". Com esta frase eles selaram a promessa seguida de um sorriso no rosto de ambos.

O medo de se perderem por causa do escuro os trouxe de volta para a realidade, isso bastou para que os dois se pusessem a correr de volta para o castelo,  no caso de Joaquim, o apartamento real do Duque de Campbell, grande amigo da monarca que reinava.

Correram o mais rápido que conseguiram até o apartamento do palácio de Kesington. Se despediram como sempre com um abraço seguido de Lílian entrando em casa para se arrumar para o jantar. De fato, hoje ela preferia estar no palácio de Buckingham com os avós paternos aproveitando o dia, mas Joaquim fez essa vontade passar voando quando descobriram um novo lugar só para eles, um lugar só deles.

E assim, a mesma correu para o banheiro a fim de ficar limpa e cheirosa para o jantar, ou seria repreendida pela mãe.












Continua...

Dayligth  - a princesa de Gales Onde histórias criam vida. Descubra agora