Hoje o hotel estava um pouco agitado, havia dois novos hóspedes nele, uma mãe e seu filho, eram da tribo dos canibais. Porem, eles queriam um local para ficar, e tentar se redimir de seus pecados, depois daquele ultimo expurgo que tivemos.
Estava um pouco distraída, olhando a planilha de orçamento e a lista de mantimentos que eu deveria repor no estoque do hotel, e com isso nem percebi que havia chegado no topo da escada, aonde ela iria começar a descer.
No fundo eu pude ouvir uma voz feminina falando um pouco alto, quase gritando com alguém que aparentava apenas rir, era um riso de uma criança, quando me dei conta, a criança havia passado por mim, rindo e brincando, o que me fez destra ir ainda mais, e nem percebendo que pisei falso.
Sabe quando você está em um filme, quando tudo passa em câmera lenta, e ao mesmo tempo, parece que você sente tudo, pude sentir o vento que fazia em volta de mim enquanto sentia meu corpo sendo puxado para uma queda, e foi tão rápido essas sensações, que tudo foi logo sendo tomado por uma dor.
Uma dor aguda, latejante, sentia cada parte do meu corpo tocar os degraus enquanto rolava escada á baixo, era uma dor insuportável, fria, antes de sentir minha cabeça bater com força no assoalho do hotel, pôde ouvir a voz de meu melhor amigo Angel gritar "CHARRRRRR!!!!".
Tudo ficou bem confuso, até que não ouvia mais nada, apenas o nada.
***
Angel estava tão desesperado com tudo aquilo, foi o primeiro a ir correndo em direção de Charlie, seus olhos estavam cobertos de lágrimas.
Ele não sabia aonde toca-lá, suas mãos apenas passavam por cima do corpo de Charlie, era muito visível o desespero do rapaz. Husk foi até ele colocando uma mão em cada ombro de Angel.
- Como ela está!? – Perguntou Husk olhando para Angel, porem o mesmo só sabia chorar.
O estado dela não era dos melhores, com a queda, a perna direita havia quebrado e deslocou o ombro direito também, havia muito sangue, principalmente em sua cabeça.
Vaggie veio correndo gritando desesperada com tudo aquilo.
- ELA É MEIO ANJO, TEMOS QUE COLOCAR A PERNA NO LOCAL, ANTES QUE A CICATRIZAÇÃO DELA COMECE, ESQUECERAM QUE ELA SE CURA RÁPIDO SEUS IDIOTAS!!!
Assim que ela tocou na perna quebrada de Charlie, o local todo foi tomado por uma pressão tão grande que fez todos ficarem em silêncio pelo o medo, no fundo barulhos de estática de radio foi aparecendo. Á principio eram baixo, porem à medida que passos tomavam conta do silêncio do local, a estática de radio ficava cada vez mais alta, ao um ponto de ser ensurdecedor.
Todos havia se encolhido colocando as mãos em seus ouvidos. Apenas Angel agüentava um pouco aquela pressão, pelo o fato de Valentino, que sempre usava a pressão de sua aura conta ele e os demais em sua volta no estúdio.
- A- Alastor... - Com muita dificuldade ele tentava falar com Alastor.
Mas, era visível a raiva do demônio do radio.
Alastor virou-se olhando para Angel, seus olhos estavam vermelhos, com círculos em volta de sua pupila, que se mexiam constantemente, seu olhar era sem vida, porem, com muita raiva, só de olhar para ele o medo percorreu tanto Angel, que ele por um momento petrificou.
Pela a primeira vez, o demônio do rádio não sorria. O que deixava ainda mais com um semblante de louco.
Suas mãos estavam cobertas de sangue. Um sorriso que ia se formando à medida que a estática de radio aumentava cada vez mais. O sorriso chegou ficar tão grande, que pegava de orelha á orelha o rosto de Alastor, as íris de seus olhos foram formando um ponteiro de um radio antigo, quando ele finalmente falou, sua voz estava tão em estática que parecia duplicada.
- O que foi Angel Dust? – Quando ele acabou de falar, puderam ouvir ossos quebrando, à medida que ele entortava o seu corpo para o lado em direção de Angel. Tentáculos pretos se formaram nas costas de Alastor, sombras animalescas de cervos, e até com o próprio formato de Alastor podiam ser vistas pelo os cantos.
Sua aura carmesim foi tomando conta do local, deixando tudo um como se estivesse em uma luz muito forte e vermelha com tonalidade de sangue.
Uma aura acinzentada rodeou Angel, aliviando um pouco a pressão da aura de Alastor. Em todo momento mesmo sofrendo muito com aquilo, Husk não soltou os ombros de Angel, a aura cinza era dele, ele não tinha capacidade alguma de ir contra a força de Alastor, apenas conseguiu aliviar um pouco a pressão de Angel, para que o mesmo não tivesse tanta dificuldade e dor em respirar como os demais.
Aquilo fez com que Alastor ficasse ainda mais com raiva, porem, antes dele conseguir fazer alguma coisa com Husk, Angel gritou para Alastor em desespero.
- A PENA! QUEBRE A PERNA DELA DE NOVO ALASTOR! ELA SE CURA RÁPIDO E VAI SOFRER AINDA MAIS! E COLOQUE O OMBRO DELA NO LUGAR!
Quando Alastor ouviu aquilo, sua aura começa a voltar para próximo do mesmo, ficando a redor de Charlie e dele, o barulho de radio ainda estava lá, porem, mais baixo, o que permitia ouvir um estralo enorme vindo de Charlie, e logo em seguida dois outros barulhos mais agudos.
Aquilo deixou Angel tão cansado, que ele se encostou no peito de Husk, que no desespero de algo ruim acontecer com Angel, o abraçou numa tentativa de escondê-lo de Alastor.
Angel levanta o rosto podendo ver Alastor, que odiava toque, pegar a pequena Charlie no colo, alinhá-la em seu peito e começar a subir as escada. Suas feições loucas ainda estavam lá.
A pressão e o barulho de estática de rádio foram sumindo à medida que Alastor sumia corredor adentro.
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Sempre foi você!
Fanfiction"Só queria você comigo..." Um amor que a muito tempo esquecido, retorna em lembranças seladas por um selo de sua mãe. Sem saber, que aquele que ela mais amou e procurou, já estava em seu lado a protegendo. Um amor verdadeiro, que quebra as barreiras...