Prefiro ficar um pouco quieto hoje, apenas pondo meus pensamentos no seu devido lugar, e o carro é perfeito para isso.
Pela janela do carro consigo observar a tudo, sem que as pessoas me vêem pela janela escura. Seria bom se eu tivesse me mantido nessa janela escura ao invés de confrota-los? Claro que não, e estou muito orgulhoso de mim por ter tomado a decisão certa.
Com tudo que aconteceu, com tudo que lembrei, acho que me perdi nos meus pensamentos anteriores. Eu não entendia aqueles que se apaixonavam, e, sinceramente eu ainda acho que não entendo, pelo menos não como os outros. Entendi da minha maneira, da minha forma, já tinha experimentado a "amostra grátis" para entender esse sentimento, mas nunca o entendi completamente, tive que ser tacado de um prédio no mínimo quatro vezes, enfim, é a vida.
Agora, sinto completamente que entendi, e o porque não entendia. É que cada um vai ter suas crenças e visões sobre isso, mas isso se aplica a tudo, né? Cada um vai interpretar do jeito que esse sentimento agiu, não tem jeito.
- Tudo bem, chefinho? - Yejun pergunta, com certeza já ciente de que algo tinha acontecido lá em casa, tendo em vista os seguranças e vizinhos fofoqueiros que temos.
- Tudo, eu só estou pensativo hoje, sabe?
Ele ri.
- Sei sim, todos nós temos dias assim, não é?
E eu rio em seguida.
- Poisé.
Volto meu foco para janela novamente, não afim de conversar. A sensação de ansiedade a cada "girada" de rodas pelo asfalto mais próximo de minha escola, é a mesma de ontem, como se eu precisasse enfrentar algo. E preciso, não é? O problema é que eu não gosto de enfrentar situações assim.
Como irei falar? Como irei olhar? Como eu irei respirar perto dele? Ok, estou exagerando um bocado mas, acho que toda a coragem de ontem sumiu, pelo menos, gastei a que tinha.
Presto atenção novamente para a janela, poderia até estar olhando para ela, mas com certeza não estava vendo as ruas que passavam por pensar de mais, agora vejo que era melhor não ter olhado. A rua é a mesma da minha escola, lentamente sinto o carro parar e minha respiração ir junto.
- Chegamos, chefia. - O homem animado diz com um sorriso, mal sabendo o tanto de xingamentos que estão a invadir minha cabeça.
Tento forçar um sorriso, o que era melhor nem ter feito pois saiu algo mais a ver como um pedido de socorro.
- Ah, certo! Obrigado, Yejun. - Digo levando a mão a porta do carro e a abrindo, saindo do veículo. - Tchau! Tenha um bom dia.
Ele sorri.
- Você também!
Apenas fico parado ouvindo o ronco do motor e logo vendo o carro se movimentar, ainda implorando que algum milagre aconteça do tipo que meus pais liguem para o motorista e digam que precisam de mim em casa urgentemente. Mas adivinha? Não acontece e o veículo só vai embora, me abandonando como todos os dias e voltando para me buscar como se eu fosse um brinquedo. Sério, já cansei desse carro brincando comigo.
Suspiro, apertando as mãos nas alças da minha mochila e me virando para o colégio de uma vez só para que eu não volte atrás. Meus passos são cruéis e duros, me fazendo sentir como se fosse um boneco não articulado por não me mover do jeito que deveria. É incrível o quanto o medo pode mexer com a gente, e eu estou deixando, mas porque não tenho forças para lutar contra.
Quando menos espero, já estou na porta de entrada para o que nós alunos chamamos de interrogatório. A cada passo sinto um enjôo diferente se apossar de mim ao não vê-lo, será que faltou? Também não vejo Karin, que ótimo.
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romA. - Narusasu.
ФанфикA mais idiota dúvida, o que é amor para você? Como posso explicar amor para alguém? É tudo confuso, um quebra-cabeça com peças perdidas que ao longo do tempo temos que encontrá-las para terminar o quebra-cabeça, e isso se você tiver sorte, pois, às...