Humana?

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Está tudo escuro e o medo consome a cada momento um pedaço de mim.
A noite nublada sem sinais da primeira estrela.
Uma sombra no final do caminho matando a minha curiosidade e aumentando o receio.
Em segundos ela está apenas a cinco metros. Apenas vejo olhos brilhantes azuis.
Dentes brancos e afiados a rosnarem para mim, preparando o ataque.
Baba escorrendo da boca do lobo com o olhar sedento de sangue e eu sou a vítima.
Tento correr mas em vão como se fosse ali que devo estar. O chão engole os meus pés e não consigo me mexer não sei se é pelo medo ou porque o devo enfrentar.
Estou pronta para lutar ou pelo menos tentar mas não me consigo mexer.
O lobo começa a vir na minha direção correndo mas desta vez tudo se passa em câmara lenta.
A lua o ilumina como um holofote, as arvores se mexem devagar fazendo o seu ruído seco enervante.
Um vento fresco sopra em minha cara e meus cabelos esvoaçam lentamente.
Finalmente os meus pés descolam mas é tarde demais e o tempo esgotou por completo.
Ele salta bem alto por cima de mim e rosna.
Alguém atravessa à minha frente e me protege sendo ele atingido pelo ataque sedento.
Eu não consigo de maneira alguma ver o rosto mas apenas o olho castanho amarelado me faz perceber quem é.
Raiva, dor e tristeza fluem pelo meu corpo transportAndo uma lágrima.
Essa lágrima fez tudo mudar.
...

Senti alguém tentar invadir a minha mente chamando o meu nome.
Mas rapidamente desaparece.
Acordo apressadamente suando muito, vejo Beatrice a um canto ferida e um grande buraco na parede como se ela tivesse sido arremassada.
Sinto caminhos molhados na minha face e percebi que estava chorando de verdade.
Eu estou bloqueada, sem reação mas quando acordo do transe vou ao auxílio dela.
-Não te mexas eu vou ajudar-te.
Tento apoia-la em mim pondo o seu braço à volta do meu pescoço e Deito-a no sofá para tentar pensar melhor.
Tem que haver uma maneira de ajuda-la.
- Sophia eu estou bem não é um pouco de sangue que me vai matar_fala ela.
- Não sejas parva ainda por cima estou a ajudar-te e é assim que tu me agradeces?!
Tu és minha rival não posso perder para ti mas mesmo assim eu sinto necessidade de te ajudar por tanto não venhas com essas cenas para cima de mim.
- Para sonsa até respondes bem.
Ela ri mas rapidamente faz uma careta de dor e eu sinto um aperto no peito. BeAtrice faz um sorriso forçado para não me preocupar mas isso só prova que ela está a sofrer.
- Muito bem traz esse galho em cima da mesa_beatrice fala com dificuldade mas ainda assim só pensa em fazer aquele sorriso amarelo mesmo fAlso que eu odeio.
Pego nele e em todas as outras coisas que ela me vai pedindo.
Ela susurra palavras mágicas que depois vão ecoando pela sala fazendo uma luz brilhante envolver em seu corpo.
Eu apenas rezava para aquilo dar resultado.
Depois de tudo ela esta como uma boneca acabada de sair da caixa, novinha em folha.
- Não me digas preocupada?
- Não sei do que falas_digo meio atrapalhada.
Ela tirA o sorriso e põe a sua cara séria e eu soube que o assunto era delicado.
- Sophia eu vou falar e ser sincera.
Sentia o suor escorrer costas abaixo e começar a trazer o meu nervosismo de sempre.
Afirmei com a cabeça e ela começou:
- Tu não és humana_fala ela com firmeza.
- DesculpA? Não entendi.
- Acho que entendeste muito bem, até bem Demais.

Eu vivi toda a vida sempre como uma garota normal e agora chega esta e fala que tudo o que eu vivi foi uma mentira?
Não pode ser.
- Acho que eloqueceste de vez. Tanto fato de bruxa, poções e magia deu-te a volta à cabeça.
- Estou falando verdade, a loucura ainda não chegou ao meu ser.
Ela estava tão séria que senti um fundo de verdade.
- Eu passo a explicar. Nenhum humano por mais forte que fosse conseguiria me expulsar da suA cabeça.
Eu tentei lá entrar para saber como era o seu sonho mas não sei como não deu e fui empurrada contra aquela parede por uma onda interna_explica Beatrice.
- OndA interna?
Mas que raio ela está a falar?
Passamos de magia a Oceanografia e depois diz que não está louca?!
- Uma onda interna é a proteção na mente existente em seres especificos.
Eles repelem todos os que tentem invadir a privacidade dentro da Sua cabeça.
Você é um desses seres mas eu não sei qual por isso você me deve explicar tudo ao pormenor no seu sonho entendeu?

Meu deus eu entendi mas só pensar que não sou humana me faz sentir enganada.
Será que meus pais sabiam disto? E se eles sabiam e não me contaram?
Um nervosismo imenso invade por completo o meu corpo e as lembranças súbitas e remotas de tempos felizes com sombras misteriosas.
Correr pelos campos e quando finalmente vou ver as caras das sombras uma dor de cabeça daquelas fortes me ataqua impedindo me lembrar.
Meu deus com A minha cabeça doi. Quanto mais tento me lembrar do passado mais a dor invade o meu corpo.
Não aguento mais.
De repente paro de pensar. Não penso em nada, a minha mente está vazia e tento não ter preocupações.
O que se passou? Porquê esta dor súbita?

_Estas bem sophia?_pergunta beatrice intrigada.
_Nem por isso. Eu preciso mesmo de ajuda_
Conto tudo mesmo ao MAis pequeno dos pormenores.

_Seu sonho até que é meio louco e realista demais para um simples pesadelo_fala pensando. _ espera lá o que você disse no final?
_Sobre o quê?
_ A lágrima. Como era ela?_beatrice fala como se fosse obvio. Não tenho culpa de não ser assim... tão mágica e informada como ela.

O que poderia ser tão importante para falar sobre uma simples lágrima?

- Bem ela era... molhada.
Beatrice arqueia a sobrancelha e me olha repreendendo a minha descrição. O que ela quer mais que eu diga?

_Tudo bem. Eu lembro que ela era bem pequena mas emanava um calor próprio e confortante. Ela era brilhante e parecia tão inofensiva mas ao mesmo tempo tão purA. Não consigo explicar o que senti na Altura.
Quem diria que haveria tanto para descrever.
Ela não parava de ziguezaguiar pela sala e fazendo sua cara pensativa.
Eu reparei pela janela que já havia se feito tarde o sol já pairava spbre o horizonte fazendo uma espécie de mar alaranjado.
Ouvi barulhos estranhos e quando olhei Beatrice estava na sua estante procurando e remexendo nos livros velhos e cheios de pó. Ela parecia desesperada em busca de algo que eu decidi ajudar.
Aproximei-me e ela percebeu logo. Agitou o seu galho que supostamente deveria ser uma varinha e uma imagem do livro apareceu.
Mesmo realista. Parecia estar mesmo nas minhas mãos, quase sentia a sua textura áspera e velha.
Depois de muita busca nós o encontramos mesmo. Foi difícil mas conseguimos.
Apressadamente como se não houvesse amanhã ela folheou o livro lendo-o om muita rapidez.
Haverá sempre coisas neste mundo que eu nunca irei compreender.

- Aha achei! Eu finalmente descobri o que você é. Pelo menos tenho um palpite_fala ela.
Meu coração está aos pulos esperando por algo estranho para mim.
- Você é uma guardiã.
Guardiã? Como assim? o que se passa ?
Meu deus tanta pergunta ecoando dentro da minha cabeça e ainda sem respostas.

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Aqui está o nosso Capítulo bem grandinho.
Na verdade eu ainda não o acabei mas como não queria fazer esperar eu decidi postar logo.

Ela ira continuar e provavelmente com a conversa e a explicação para isto tudo.

Basta esperar.
Leiam muito, escrevam muito e sejam felizes.

BOA LEITURA!!!!!!


Amor imprevistoOnde histórias criam vida. Descubra agora