O conhecimento do sobrenatural

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Passaram duas semanas e ele continua estranho.
Neste fim-de-semana a turma vai acampar mas ele recusou como sempre.
Supostamente exploravamos o local de dia e de noite acampavamos e assavamos umas salsichas e coisas do género.
Hoje é a véspera da nossa visita á floresta. Por estranho que pareça ele mudou de ideias e vai conosco.
Finalmente chegou o dia. Todos os alunos entusiasmados e a conversar com os colegas.
Infelizmente temos que nos sentar ao lado dos colegas de carteira. E claro isto quer dizer que Cassius vai ser o meu par.
Eu sento-me e olho para a janela e começo a pensar no formigueiro que senti quando o olhei nos olhos. Como não sou perita neste tipo de coisas costumo pesquisar embora seja estranho.
Este sentimento normalmente está associado a nervosismo mas a causa principal é o amor. Quando estou ao pé dele parece que já o conheço á anos.
Estava tão embrulhada nos meus pensamentos que nem dei pela chegada dele.
- Sophia estás bem?
Dei um pulo no lugar. Senti o meu rosto corar e meia atrapalhada consegui responder.
- Claro. Só estava a pensar.
Fiz uma voz de idiota. Eu nem sabia porque estava a reagir assim.
-Ainda bem.
Ele sentou-se e estava muito junto a mim. Permaneci imóvel e calada antes que dissesse algum disparate.
A camioneta começou a andar e depois de alguns minutos ele encostou-se a mim. O meu coração batia a mil, sentia a cara vermelha e por mais que aquilo me incomodasse não consegui afasta-lo do meu ombro.
Depois de mais calma reparei que ele adormeceu.
Chegamos ao local por volta das onze horas.
A Prof. Brown com a sua voz rouca e fraca comunicou-nos:
- Muito bem meninos vão explorar, caminhar façam o que bem entenderem mas voltem para o acampamento antes das sete pois vamos reagrupar e começar a montar as tendas. As caminhadas vão ser feitas com os colegas de carteira entendido?
Todos em coro respondemos a sra. Brown.
Eu e Cassius seguimos pelo caminho que vai dar ao rio.
Caminhamos durante horas e por fim por volta das três da tarde chegamos ao rio.
Enchemos as algibeiras e seguimos por entre a floresta que começou a ficar densa.
Um silêncio inundava a floresta, apenas o som das árvores e o som seco dos nossos pés a pisarem as folhas.
Passaram duas horas e a floresta não acabava , tinha a impressão de estarmos perdidos.
Muito tempo passou e já era de noite. Cassius suava muito. Algo o afetou e nota-se o seu esforço.
A floresta ja muito densa fazia com que por momentos não visse Cassius.
De repente perdi Cassius ou qualquer fonte de luz para me guiar no meu caminho.
Nem a lua cheia iluminava o caminho para o fim da floresta.
Cheguei a outro lago, mas este era diferente brilhava e deixava passar os raios acolhedores da lua.
Eu vi uma sombra e o meu coração sobressaltou.
Pensei ser Cassius mas ela tinha cerca de dois metros e parecia muito atenta a mim.
Quando ela saiu da escuridão eu vi ,era...
Um lobo. Pensei em correr mas seria fácil demais para ele encontrar-me no escuro. Além disso quando se vira as costas ao adversário ele costuma entendar que somos um alvo fácil e que seremos o seu petisco.
Ele deitou-se no rochedo e fixou o olhar em mim e com aqueles olhos castanhos amarelados lembrei-me de Cassius.
O lobo levantou-se e voltou para o escuro. O lobo rapidamente se transformou num homem mas não consegui ver o rosto.
O homem desapareceu por entre as árvores.
Agora eu tinha a certeza. Eu conheci o sobrenatural.
Agora eu sei que há mais para além do que eu conhecia.

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