Escolhi uma mesa discreta em um restaurante simples e aconchegante, onde a luz suave do sol que entrava pelas janelas criava uma atmosfera acolhedora.
Arrumei nervosamente as mangas da minha camiseta social branca até os cotovelos, aguardando ansiosamente por Cassie. Minha mente divagava entre pensamentos, tentando pensar em como eu iria explicar a ela tudo o que aconteceu comigo, imaginando se ela entenderia meu lado da história. Eu espero que sim, pois quero e preciso fazer parte da vida da minha filha, e iria insistir de todas as formas possíveis para que isso aconteça. Mesmo que, de último caso, tenha que recorrer à justiça, o que é uma coisa que eu não quero fazer.
Finalmente, ela chegou, e mal pude conter meu espanto ao vê-la novamente. Quando conheci Cassie naquela noite, ela já era muito bonita, mas agora está mais deslumbrante ainda, exalando confiança e beleza. Seus cabelos castanhos caíam em ondas suaves sobre os ombros, realçando seus olhos. Seu corpo também mudou um pouco, creio que por conta da gravidez, ela agora estava muito mais gostosa.
Porra, o que eu estou fazendo? Não posso ter esse tipo de pensamento sobre a mãe da minha filha, que, pelo que sei, me odeia.— Desculpe a demora — disse Cassie, sorrindo enquanto se aproximava da mesa e interrompendo meus pensamentos pecaminosos.
— Não se preocupe, não faz muito tempo que cheguei, mas estou feliz que você tenha vindo — respondi, meu coração batendo mais rápido na presença dela.
Um garçom se aproximou e entregou os cardápios para nós. Cassie examinou as opções com bastante interesse antes de fazer seu pedido.
— Obrigada — disse ao garçom, dando um sorriso, enquanto eu a observava, encantado com cada movimento seu.
Enquanto esperávamos pela comida, senti um peso sobre meus ombros. Sabia que precisava compartilhar minha história com Cassie, mas temia sua reação. Mesmo assim, reuni coragem, decidido a abrir meu coração.
— Quando minha esposa e meu filho morreram, foi como se o mundo desabasse ao meu redor — comecei, escolhendo minhas palavras com cuidado. — Me afundei em um poço de amargura e culpa. Ela sempre reclamava que eu passava tempo demais trabalhando, e no dia em que ela... partiu, ela estava indo até a minha empresa fazer uma surpresa para mim.
Cassie olhou para mim, seus olhos transbordando tristeza.
— Jack... — ela não completou sua fala.
— Depois disso, me tornei uma pessoa ruim com todos ao meu redor, uma pessoa amargurada com a vida. Quando você me disse que estava grávida, pensei que de alguma forma tinha traído a memória dela e do meu filho.
Ela colocou a mão sobre a minha, não sei se foi porque quis. Mas pareceu que foi um gesto inconsciente, que eu gostei.
— Meu Deus, Jack. Como pode pensar umas coisas dessas? Você não traiu ninguém.
Sorri com suas palavras e apertei sua mão que ainda estava em cima da minha. Ela perece ter percebido o que fez e retira rapidamente a mão da minha e coloca em cima do seu colo.
O garçom chega perto da nossa mesa, carregando uma bandeja com nossos pedidos de almoço. Após ele nos servir, os dois agradeço e ele sai. Então, continuo com minha fala.
— Com a ajuda da minha família, consegui encontrar um caminho para sair desse ciclo de dor e culpa. E agora, após reencontrar você, estou pronto para enfrentar as consequências dos meus erros do passado e o desafio de ser um pai para sua filha, nossa filha.
— Olha, é um tanto quanto comovente. Eu realmente não esperava esse seu lado da história. — Sorrio com a sua forma direta de falar — Porém, você tem que entender o meu lado também. Foi muito difícil para mim ser rejeitada e chamada de mentirosa por você, eu precisava da sua ajuda, mas você só me humilhou.
— Eu entendo, vejo isso agora. E estou mais do que disposto a fazer todo o possível para provar que mudei, e quero fazer de tudo para mudar o que fiz no passado.
— Tudo bem — ela respira fundo — Estou disposta a te dar uma segunda chance. Para você ser um pai para Hope, pois eu sei como é difícil achar que não é amada. E não desejo isso à minha filha.
— Eu entendo. E fico muito agradecido, vou tentar ser melhor a cada dia, para você e minha filha.
— Você não precisa se preocupar comigo, apenas foque em ser um bom pai.
— É claro. — Eu não iria dizer, mas discretamente tentaria conseguir o seu perdão, e quem sabe, talvez a fazer gostar de mim. — Já que concordamos que poderei ser presente na vida da minha filha, precisamos decidir que dia poderei vê-la e levá-la para conhecer minha mãe e minha família.
— Podemos marcar um dia para você conhecer ela primeiro, para ela se acostumar com você e depois vemos o dia para que você leve ela para ver sua família.
— Ótimo. Que dia será melhor?
— Levo ela todos os dias para a cafeteria comigo, pois não tenho ninguém que possa ficar com ela enquanto eu trabalho, então você pode aparecer lá qualquer dia. Mas eu gostaria que me avisasse antes.
— Eu posso passar lá amanhã. Está bom para você?
— Sim, sim. Por mim, tudo bem.
— Ótimo, mal posso esperar — sorrio feito um bobo com a perspectiva de poder ver minha filha amanhã, poder pegá-la no colo e abraçar ela.
Depois disso, comemos nosso almoço em silêncio. Após acabarmos, Cassie diz que precisa ir embora e voltar ao trabalho. Nos despedimos e ela se vai, deixando-me com milhões de expectativas para amanhã.
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Olá queridos leitores!! Tudo bem com vocês?
Voltei aqui com mais um capítulo, espero que gostem, curtam e comentem o que estão achando.Beijos 💋
Cora
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Grávida do viúvo
RomansaCassie. Sempre fui independente. Saí de casa muito cedo, pois meus pais não eram lá os melhores exemplos a serem seguidos. Eu e minha amiga Mia dividimos um apartamento minúsculo e trabalhávamos muito para tentar sobreviver, porém, nada estava indo...