Capítulo 17

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O ar estava denso e respirar estava cada vez mias difícil.

Apesar de Jay sempre apresentar um comportamento de irmão protetor, ele nunca havia me confrontado dessa forma antes. Não que suas palavras tenham sido cruéis. Ele jamais faria isso. Mas também é a primeira vez que vejo ele sendo persistente para que eu conte algo sobre mim.

Desde de crinaça sempre tive dificuldade de me abrir com os outros, o que inclui minha própria familía. Apesar de minha familía sempre me incentivar a contar sobre como eu estou me sentindo ou como o meu dia foi sempre que chegava em casa, eu omitia partes que não acha relevante abordar para não preocupá-los e acabei crescendo assim. Sempre que tinha um problema, tentava lidar por conta própria.

Quando era excluída pelas outras meninas no ensino fundamental por não me encaixar nos padrões delas, eu tentava fingir que nada aconteceu. Foi assim que me aproximei dos amigos do meu irmão. Quando fui diversas vezes tachada de 'nerdola', 'esquista' ou qualquer outra coisa do gênero, eu apenas ignorava e nem contava a ninguém. Claro que doía. Ninguém gosta de ser ofendido ou excluído.

E o mesmo aconteceu na Ambrose. A única diferença é que aqui as pessoas gostam de mim por quem eu sou. Não importa se me encaixo ou não nos padrões. Talvez essa seja a vantagem de estudar em uma escola estrangeira. Claro que ainda há estereótipos de comportamentos sociais e padrões de beleza, mas temos uma diversidade de culturas imensa aqui, o que foge dos moldes tradicionais coreanos.

Há diversos grupos sociais, cada um com as suas características prórpias, mas que de algum modo se complementam e estão sempre dispostos a se apoiarem. Bom, era isso que eu pensava até esse lance com a Yuna e Jennie acontecer.

Em cada situação que citei, meu irmão sempre notou que algo estava errado comigo. É como uma conexão única de irmãos. Apesar das nossas diferenças, ele sempre sabe quando algo foge do padrão, assim como também sei quando ele não está bem.

Mesmo com da nossa difernaça de gostos e comportamentos, Jay sempre fez questão de me proteger e cuidar de mim, seja por meio de demontração de atos de cuidado, palavras de afirmação, ou a simples companhia um do outro.

Ainda que mesmo não me falando nada, ele sempre dava um jeito de dizer 'ei, eu sei o que está acontecendo, mas eu estou aqui'. Ele notava quando eu chegava triste da escola, quando eu estava exausta ou quando me sentia excluída. Talvez seja por isso que ele não se opôs sobre eu me aproximar de seus amigos mesmo sendo superprotetor qaundo o assunto é garotos perto de mim.

Jongseong pode até não passar horas fofocando e conversando comigo como Sunghoon ou saber de certas coisas minhas como Riki sabe, mas no final do dia, é ele quem sempre vai estar ali de braços abertos pra me acolher, não importa a situação. Mesmo que eu não diga uma palavra, ele vai me consolar e cuidar de mim de maneira única.

E é por isso que dói tanto mentir pra ele e esconder essas coisas. Não queria preocupá-lo sobre o que vim passando com as meninas e nem queria que ele ficasse superprotor sobre EJ.

Mas agora estou aqui, parada em frente a ele, recebendo seu olhar indecifrável que me questiona sobre mais uma de minhas atitudes.

— Então, Liv. Não vai me falar sobre quem é ele ? — ele faz uma pausa e suspira — Olha, eu também não tô confortável em ter que te perguntar isso, ainda mais depois de tudo o que aconteceu. Mas eu preciso saber a verdade.

Respiro fundo e reuno o que me sobra de forças e coragem para falar.

— Jay, eu vou direto ao ponto porque se eu enrolar vai ser pior. — faço uma pausa e continuo — Estou saindo com EJ. Da Devans. — pronto. Tirei um peso de mim que nem sabia que estava carregando.

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