Carinho

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Era madrugada quando o lorde Voldemort acordara sentindo algo se movendo sobre si.

Os olhos vermelhos instantaneamente se abrem, se localizando dentro do quarto de sua mais nova herdeira, Liberty Mérope Riddle, sobre si, o corpinho pequeno e gordinho de criança dela ressonava baixinho enquanto segurava seu dedão, era uma criança...diferente, o lorde sentia uma magia diferente em Liberty, não era como a de sua antiga amante, Lilian, muito menos como a dele, era...limpa e leve, como uma pluma.

De fato algo completamente anormal, dois centros mágicos com compatibilidade total a escuridão, centros mágicos obscuros, gerarem um ser com uma magia mais limpa em que ele já sentira, sua criatura seria uma bruxa da luz, tinha plena certeza, incomum, bruxos da luz eram escassos, sua grande maioria se concentrava em centros mágicos sem qualquer tendência, suas magias não eram fortes o suficiente para se tornarem potências, essa era a verdade escondida nas entrelinhas dos livros de magia antiga.

Ele era um mago das trevas, aquilo nunca fora uma vergonha e sim um orgulho, suas fortes aptidões as trevas o tiraram do esgoto em que estava fadado a viver.

Lorde Voldemort lutara com unhas e dentes para que sua posição de maior bruxo das trevas fosse consolidada, em anos se dedicara em aperfeiçoar seus feitiços, até à exaustão, e por mais que a magia das trevas fosse terrivelmente fácil para ele, a execução de feitiços da luz era o complexo, ele nunca admitiria, mas, existia feitiços dos quais nunca o veriam utilizar.

Após anos e anos vivendo em busca de poder e glória, o homem já contava com suas quatro horcruxes em seu encalço, o mundo bruxo abaixo de seus pés e todos os luxos em que um dia sonhara em conquistar. Estava completo, no entanto, havia algo em que o faltava, ele era respeitado, mas, ele tinha que estar dentro dos padrões de um sangue purista, precisava ter uma prole para que uma maior aceitação se ocorra, ele teve seu primeiro herdeiro com a Black do meio, Andrômeda, contudo, a vadia sequer olhava para a própria criança, ela abertamente desgostava de seu herdeiro e Riddle não tivera outra opção se não, matá-la.

Dois anos depois, seus olhos miraram em Lilian Evans, a noiva de Potter, ele a quisera, a desejara ardentemente e ela devolvera seu desejo mesmo que meses depois ela tentasse desesperadamente de seu herdeiro, desesperada com o seu casamento marcado.

O lorde sentira a ira o corromper e a mantivera em uma casa sendo vigiado dia e noite pelos seus mais fiéis comensais até que a criança estivesse perto de completar seus dois anos de idade e ele finalmente viesse a buscar, a criança era...diferente, diferente de seu primeiro herdeiro que tivera os cabelos escuros e olhos vermelhos do pai, ela era como uma fada, um ser celestial, seus olhos imediatamente se fixaram na pequena criança.

Não que ele fosse alguém com uma aparência ruim, bem pelo contrário, ele sabia o quanto mexia com as pessoas, era um homem de 1,95, cabelos pretos, olhos vermelhos, sua mandíbula era marcada, seu físico era certamente forte pelos treinamentos em que se submetia e sua aparência de trinta anos se mantinha conservada, ele certamente estava acostumado a desestabilizar qualquer um com sua face.

Mas, havia diferença, sua criança era alguém em que trazia a beleza dos céus, traços finos e pequena, era pequenina de tudo, Voldemort poderia nunca assumir abertamente, entretanto, aquela era a criatura mais bonita em que seus olhos já viram. Seu nome facilmente poderia ser Vênus, ele sentia dentro de si, que ainda sim, Liberty deveria ser seu nome, liberdade, libertação.

E ali estavam eles, a criança ressonando baixinho sobre seu peito, Voldemort certamente não dominava apenas uma arte em toda sua vida, a paternidade.

Como poderia? Como um órfão, abandonado e negado poderia ser um bom pai? Ele se permitia o pecado, ele nunca se esforçaria para tal coisa, mesmo que os concedesse o básico para que vivessem, alimentação, moradia e vestimentas, cada um viveria para si, seu primeiro herdeiro assim entendera e nunca exigira nada mesmo com seus 4 anos de idade, era como ele, um ser nascido a partir do fragmento da Amortentia.

Eles não precisavam de carinho, se entendiam em suas particularidades, sabia perfeitamente que o Riddle mais novo era como si, desde sempre o acompanhara em seu secreto.

Uma de suas mãos sobe até suas pequenas costas, o corpo pequeno era como se fosse uma partícula de seu ser, um ser tão pequeno.

Acariciando-a em seus cabelos enroladinhos, eram como cachinhos ruivos, impressionante, inspirando do cheiro da coisinha pequena, era cheiro de bebê.

Natasha sentia da estranha sensação de carícias, suspirando, a garota de fato pensava que estava sonhando, aquela era a sensação de sentir carinho? Ela não era acostumada a receber, sempre a dar, sempre a cuidar. Uma sensação nova, era como se o mundo parasse por um momento para que ela se derretesse, a sensação letárgica a dava sono, ao mesmo tempo em que implorava aos céus para que aquilo não se acabasse tão rápido.

- O que está resmungando aí, em? - questiona em sussurros para que a criança não acordasse, ele a ouvia resmungar em seu sono, como em um sonho, seus dedos continuavam a se mover repetidamente e lentamente em seus cabelos descendo para sua coluna, era maravilhoso, Natasha se via cochilando, em um sono pesado que a levara com rapidez.

Voldemort fechara seus olhos sentindo das batidas suaves, ele estava atrasado, mas, aquela seria a primeira vez em que passaria das 4 dormindo, queria experimentar da sensação.

A luz do sol ultrapassavam as cortinas da imensa janela do quarto, Natasha fora a primeira a abrir seus olhos, sentindo do confortável lençol em que estava, deitada de bruços, coçara seus olhos pequenos, só então notando de que na verdade, estava deitada sobre o lorde, seus olhos se esbugalham e a ruiva tentara descera, caindo de bunda no colchão, ele não acordara.

A garotinha, dessa vez tentaria ficar em pé sem apoio, engatinhando até a cabeceira, colocando força em suas pernas, Natasha se via de pé, dando passos firmes, a garota parara no meio da cama, muito bem, vamos ver quanta força tem esses cambitinhos de neném.

Um pulinho, dois pulinhos e Natasha se divertia dando pulos baixos sobre o colchão, ela não se recordava da última vez em que fizera tal coisa, não com o sobrepeso que a assolara em sua infância.

Sorria, se divertindo, rindo abertamente se esquecendo completamente que...

A risada forte fora escutada, a arrepiando por inteiro, parando em seus movimentos, a jovem se volta para o homem deitado ao seu lado que a analisava com um sorriso de canto, envergonhada, suas bochechas se encontravam rosadas.

- Tatai - o chama em uma busca de fuga da atual cena, ele negara em um aceno de sua cabeça - tatai tataiiii - sorria ao se jogar sobre o lorde, em um abraço, inesperadamente, sentira do aperto em suas costas, ele estava devolvendo o afeto concedido.

- Você é uma criaturinha excêntrica, criança - fora tudo o que ele lhe confidenciara naquele momento.

A Amada Filha do Lorde - Riddle'sOnde histórias criam vida. Descubra agora