– Você falou com o Sr. Jeon? – perguntou Lillian quando Marcus entrou no quarto deles. Ela havia cochilado enquanto o esperava.
– Ah, sim – respondeu Marcus pesarosamente, enquanto tirava seu casaco de corte perfeito e o colocava sobre os braços de uma cadeira Luís XIV.
– Eu estava certa, não é? Ele é abominável. Detestável. Conte-me o que ele disse.
Marcus olhou para a esposa grávida, tão linda com os cabelos soltos e os olhos ainda pesados de sono que fez seu coração pular.
– Ainda não – murmurou, sentando-se na beira da cama. – Primeiro quero olhar um pouco para você.
Lillian sorriu e passou as mãos por seus cabelos pretos desgrenhados.
– Estou medonha.
– Não. – Ele se aproximou mais, baixando a voz. – Cada parte de você é linda. – Ele deslizou as mãos pelas curvas do corpo de Lillian. – O que posso fazer por você? – sussurrou.
Ela continuou a sorrir.
– Basta olhar para mim para ver que já fez o suficiente, milorde. – Rodeando-o com seus braços esguios, ela o deixou pousar a cabeça em seus seios. – Westcliff, eu nunca poderia ter um filho de outro homem.
– Isso é tranquilizador.
– Eu me sinto tão despreparada… e muito desconfortável. É errado dizer que não gosto de estar grávida?
– É claro que não – respondeu Marcus, sua voz abafada pelos seios dela. – Eu também não gostaria de estar.
Isso a fez sorrir. Soltando-o, ela se recostou nos travesseiros.
– Quero saber sobre o Sr. Jeon. Conte-me o que você e aquele odioso espantalho ambulante conversaram.
– Eu não o descreveria mais como um espantalho. Ele mudou desde que o viu pela última vez.
– Hummm. – Lillian ficou obviamente desgostosa com a revelação. – Mas continua feio?
– Como eu raramente reparo na beleza masculina – disse Marcus secamente –, não sou um juiz competente. Mas acho que dificilmente alguém descreveria o Sr. Jeon como feio.
– Está dizendo que ele é atraente?
– Acho que muitos diriam que sim.
Lillian pôs uma das mãos na frente do rosto do marido.
– Quantos dedos eu estou erguendo?
– Três – disse Marcus, rindo. – Meu amor, o que está fazendo?
– Verificando sua visão. Acho que não está muito boa. Aqui, acompanhe o movimento do meu dedo…
– Por que você não acompanha o movimento do meu? – sugeriu ele, estendendo-o para o corpete dela.
Lillian agarrou a mão do marido e encarou os olhos brilhantes dele.
– Marcus, o futuro de Jimin está em jogo.
Marcus recuou, obedientemente.
– Está bem.
– Conte-me o que ele disse – insistiu ela.
– Eu falei muito seriamente para o Sr. Jeon que não permitirei que ninguém torne Jimin infeliz. E exigi que ele me desse sua palavra de que não se casaria com ela.
– Ah, graças a Deus – disse Lillian com um suspiro de alívio.
– Ele negou.
– Ele o quê? – Ela ficou boquiaberta de assombro. – Mas ninguém lhe nega nada.
– Pelo visto ninguém disse isso para o Sr. Jeon.
– Marcus, você vai fazer alguma coisa, não é? Não vai deixar Jimin ser intimidada e forçada a se casar com Jeon…
– Calma, amor. Eu prometo que Jimim não será forçada a se casar com ninguém. Mas… – Marcus hesitou, perguntando-se exatamente quanto da verdade deveria dizer. – Minha opinião sobre Jeon Jungkook é um pouco diferente da sua.
Ela franziu o cenho.
– Minha opinião é a mais correta. Eu o conheço há mais tempo.
– Você o conheceu anos atrás – corrigiu Marcus calmamente. – As pessoas mudam, Lillian. E acho que muito do que seu pai disse sobre Jeon é verdade.
– Até tu, Marcus?
Ele riu da careta teatral de Lillian e pôs a mão sob as cobertas. Pegou um dos pés dela, o pôs em seu colo e começou a massageá-lo com movimentos firmes dos polegares. Ela suspirou e relaxou apoiada nos travesseiros.
Marcus pensou no que descobrira sobre Jeon até ali. Ele era um jovem inteligente, hábil e educado. Do tipo que pensava antes de falar. Marcus sempre havia se sentido à vontade perto de homens assim.
Aparentemente Jeon Jungkook e Park Jimin eram incompatíveis. Mas Marcus não concordava com a opinião de Lillian de que Jimim deveria se casar com um homem que tivesse uma natureza igualmente romântica e sensível. Não haveria nenhum equilíbrio em uma união dessas. Afinal de contas, todo navio precisava de uma âncora.
– Devemos mandar Jimin para Londres o mais rápido possível – disse Lillian tristemente. – É a alta temporada e ela está enfiada em Hampshire, longe de todos os bailes e soirées …
– Foi escolha dela vir para cá – lembrou-lhe Marcus, pegando o outro pé. – Jimin nunca se perdoaria se perdesse o parto.
– Ah, isso não importa. Prefiro que perca o parto e conheça homens adequados a que fique aqui comigo até o tempo dela se esgotar, que tenha de se casar com Jeon Jungkook, se mudar com ele para Nova York e eu nunca mais voltar a vê-la…
– Já pensei nisso – disse Marcus. – Convidei alguns homens adequados para participar da temporada de caça em Stony Cross Park.
– Convidou? – Ela ergueu a cabeça do travesseiro.
– St. Vincent e eu fizemos uma lista e discutimos em detalhes os méritos de cada candidato. Escolhemos uma dúzia. Qualquer um deles seria adequado para sua irmã.
– Ah, Marcus, você é o homem mais inteligente, mais maravilhoso…
Ele dispensou o elogio com um gesto de mão e balançou a cabeça, sorrindo ao se lembrar daquelas discussões animadas.
– Vou confessar uma coisa: St. Vincent é muito exigente. Se fosse mulher, nenhum homem seria bom o suficiente para ele.
– É por isso que as mulheres dizem: almeje muito e espere sentada.
Ele riu.
– Foi o que você fez?
– Não, milorde. Eu almejei muito e obtive muito mais do que esperava.
Ela deu uma risadinha quando Marcus se arrastou sobre seu corpo e a beijou profundamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Escândalos na Primavera
Storie d'amorePark Jimin sempre preferiu um bom livro a qualquer baile. Talvez por isso esteja na terceira temporada de eventos sociais em Londres sem encontrar um marido. Cansado da solteirice da filha, Park Dak-Ho lhe dá um ultimato: se não conseguir arranjar l...