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Olhando para o espelho sobre a cômoda de cerejeira, Jungkook deu um nó em sua gravata branca engomada. Estava com fome, mas a ideia de descer para o longo jantar formal o enchia de inquietação. Sentia-se como se estivesse andando sobre uma prancha estreita suspensa a uma grande altura. Um passo em falso e seria seu fim.

Nunca deveria ter se permitido aceitar o desafio de Jimin, nunca deveria ter jogado aquele maldito jogo durante horas.

Mas Jimin estava tão adorável que ele não conseguiu resistir àquela tentação. Ela era a mulher mais atraente e provocadora que já conhecera. Tempestade e arco-íris unidos em um pequeno pacote. Maldição, como queria dormir com Jimin! Surpreendia-o como Llandrindon ou qualquer outro homem podia agir racionalmente na presença dela.

Estava na hora de assumir o controle da situação. Faria o que fosse preciso para empurrá-la para Llandrindon. Comparado com os outros homens solteiros presentes, o lorde escocês era a melhor escolha. Llandrindon e Jimin teriam uma vida calma e organizada, e embora fosse possível que Llandrindon ocasionalmente desse uma escapada, como a maioria dos nobres fazia. Jimin estaria ocupada demais com sua família e seus livros para perceber. Caso percebesse, aprenderia a fazer vista grossa às escapadas do marido e a se refugiar em seus devaneios.

E Llandrindon nunca apreciaria o presente inimaginável de tê-la em sua vida.

Melancólico, Jungkook desceu a escada e se juntou à multidão elegante que esperava para seguir em procissão até a sala de jantar. As mulheres usavam vestidos coloridos entremeados de bordados, contas e renda. Os homens usavam trajes pretos sóbrios, sua simplicidade servindo como pano de fundo para destacar as mulheres.

– Jeon – disse Park Thomas. – Venha cá. Quero que conte a esses cavalheiros as últimas estimativas de produção.

Na opinião de Thomas, não havia momentos errados para discutir negócios. Obedientemente, Jungkook se juntou à meia dúzia de homens e discursou sobre os números que seu patrão queria.

Uma das habilidades mais convenientes de Jungkook era memorizar longas listas de números. Na matemática, ao contrário do que aconteceria na vida, sempre havia uma solução, uma resposta definitiva. No entanto, enquanto falava, Jungkook avistou Jimin e as amigas em pé com Lillian, e sua linha de raciocínio foi interrompida.

Jimin estava usando um vestido cor de jasmim ajustado na fina cintura. O corpete de cetim brilhante elevava as pequenas e bonitas formas de seus seios. Fitas de cetim amarelo artisticamente trançadas mantinham o corpete no lugar. Os cabelos pretos estavam presos no alto da cabeça com alguns cachos caindo até o pescoço e os ombros. Ela era delicada e perfeita, como um enfeite de açúcar em uma bandeja de sobremesas que ninguém nunca deveria tocar.

Jungkook teve vontade de puxar o corpete para baixo até os braços de Jimin ficarem presos por aquelas fitas de cetim. Roçar os lábios na pele clara e macia dela, encontrar os mamilos e fazê-la se contorcer…

– Mas realmente acha que há espaço para expansão do mercado? – ouviu o Sr. Mardling perguntar. – Afinal de contas, estamos falando de pessoas de classes inferiores. Não importa qual seja a nacionalidade delas, é fato que não gostam de se banhar com frequência.

Jungkook voltou sua atenção para o cavalheiro alto e bem-vestido, cujo cabelo louro brilhava à luz dos candelabros. Antes de responder, lembrou-se de que provavelmente não havia nenhuma malícia intencional na pergunta. Os membros das classes privilegiadas frequentemente tinham ideias erradas sobre os pobres, isso quando se davam ao trabalho de pensar neles.

– Na verdade – respondeu Jungkook –, os números indicam que o mercado crescerá cerca de 10% ao ano caso seja feita uma produção em massa de sabão a um preço acessível. Pessoas de todas as classes querem estar limpas, Sr. Mardling. O problema é que sabão de boa qualidade sempre foi um artigo de luxo e, portanto, difícil de se obter.

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