Capítulo VI

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Mesmo com uma brisa gelada, eu e Arthur continuamos a jogar água um sobre o outro, estávamos encharcados. Não quero nem pensar no que minha mãe vai falar quando eu chegar em casa nesse estado.
Saímos da água e fomos para onde as nossas coisas estavam.
O vento estava gelado, misturando com meu corpo gelado pela água, resulta que eu estava com bastante frio e tremendo.
Aquele vento gelado tocando minha pele me trazia arrepios contínuos.
Isso me lembrou a primeira vez que eu e o Arthur estávamos aqui, era o começo da nossa amizade, onde nós nos encontramos pela primeira vez. 

— acho que deveríamos ir embora, tá tarde e está ficando frio.— Arthur me mostrou seu celular indicando o horário

—To todo molhado, minha mãe vai me matar quando eu chegar em casa..

—Sua casa fica mais longe que a minha, né? Não quer passar na minha casa primeiro para se secar?

Refleti um pouco antes de responder, seria muito chato reencontrar a Nayara, provavelmente ela estaria lá já que são irmãos. E minha mãe iria brigar comigo se ficasse sabendo que eu iria na casa de outra pessoa sem sua permissão.

— Se não for incomodar, eu posso ir sim.— Aceitei ainda meio receoso, não sabia negar alguma coisa para ele

—Não vai incomodar, minha mãe vai entender —Ele sorriu

Colocamos nossos skates no chão, e assim fomos em direção a casa dele.
Estávamos andando lado a lado. Eu ainda estava com frio, mas lembrei do calor da blusa do Arthur que ele me emprestou aquele dia, obviamente eu já tinha devolvido, foi antes das semanas das provas, demorou um pouquinho mas entreguei.
O caminho, apesar de escuro, estava bem iluminado pelos postes, e a brisa gelada fazia as folhas das árvores caírem suavemente. A luz da lua refletia nas poças d'água deixadas pela chuva, criando um cenário sereno e ao mesmo tempo misterioso.
Conforme nos aproximamos da casa de Arthur, meu coração começou a bater mais rápido. Não era apenas o frio que me deixava nervoso, mas sim a ideia de entrar na casa dele junto com ele, ver a mãe dele e provavelmente reencontrar a Nayara.
Quando chegamos em frente à sua casa, Arthur abriu o portão com um sorriso acolhedor.

— Estamos aqui. Vamos entrar, vou pegar uma toalha para você se secar.

Assenti com a cabeça e o segui pelo caminho até a porta de entrada. O som dos nossos passos ecoavam no silêncio da noite.
Ao entrarmos na casa, fui recebido por uma sensação familiar de calor e conforto. O cheiro de comida caseira estava no ar, misturado com aroma suave de incenso.

— Arthur, é você? — A voz suave de uma mulher veio da cozinha.

— Sim, mãe, é só eu e o Luke. Ele está todo molhado, vou pegar uma toalha para ele.

Arthur desapareceu rapidamente em direção ao banheiro, me deixando sozinho na sala de estar. Olhei ao redor, admirando os pequenos detalhes que tornavam aquela casa tão aconchegante. Não era apenas ele que me deixava confortável, assim como sua casa.. Não estava entendendo porque eu estava pensando tanto sobre isso.
A mulher que estava na cozinha à minha frente, deixou por alguns momentos as panelas e caminhou rapidamente em minha direção. Ela era igualzinha ao Arthur, aos olhos, à tonalidade loiro do cabelo, ao jeito de andar.
Ela se aproxima, pega em minha mão e sorri gentilmente

—Você deve ser o tal de Luke que meu filho vive falando, muito prazer! Meu nome é Caroline. Você vai ficar aqui? Está bem tarde para você ir para casa sozinho.

Pensei um pouco sobre "Você deve ser o tal de Luke que meu filho vive falando" então, significa que o Arthur fala de mim para outras pessoas? Isso me deixou um pouco sem reação.

—O prazer é todo meu! Eu acho que não, minha mãe deve estar preocupada, eu não avisei ela

—Ah! Não se preocupe com isso, ela vai entender, já que está tarde para você ir sozinho, qualquer coisa eu converso com ela se você quiser! Você pode ir de manhã

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