Capítulo XI

5 0 0
                                    

Arthur estava ao meu lado observando o pôr do sol junto a mim. Fiquei o observando por alguns segundos tentando entender alguma coisa, não sabia se era real, ou se eu estava delirando novamente. Pelo visto, ele realmente estava ali, e não era coisa da minha cabeça, automaticamente me afastei um pouco e ele pareceu rir com a situação.
Todos meus pensamentos foram em vão, e só consegui perceber meu velho melhor amigo bem ali ao meu lado, parecia que toda vez que eu o via, seja aqui agora, ou seja na escola, meu corpo despedaçava em vários pedaços, mas mesmo assim um sentimento de querer resolver as coisas com ele era permanente, nos pequenos momentos que ficamos juntos como melhor amigo, eram lembranças boas, e isso que fazia esse sentimento de querer se resolver o mais rápido possível.
O loiro me devolveu um olhar que parecia um pouco profundo, seus ombros estavam caídos, como se estivesse desanimado. Apesar de me olhar, sua cabeça permanecia para baixo, sua respiração estava pesada, e eu conseguia ouvir bem por causa do silêncio. Era como se ele estivesse… triste?
Automaticamente comecei a pensar
“Porque ele está triste?”
“Será que aconteceu alguma com ele?”
“Será que ele terminou o namoro, por isso ele poderia estar aqui comigo..?”
Esses e vários pensamentos com este dominaram minha mente.
Comecei a tomar coragem para falar alguma coisa, eu realmente não sabia o que fazer naquela situação..
Por alguns momentos, eu realmente achei que ele não estava ali de verdade, já que ele só estava me olhando sem falar nada.
Todo aquele silêncio estava me incomodando. Eu me encontrava em uma situação que, o que estava na minha frente não era o Arthur, e também, onde eu estava não era a praia. E por algum motivo, eu não estava conseguindo fazer nada, falar, se mover, parar de olhar pro Arthur, nada. Era como se eu precisasse estar ali só para apoiar o Arthur, só para olhar ele, sem o tocar, sem falar com ele, só era para mim estar ali.
“Porque eu sinto que oq tá acontecendo agora não é real? Talvez isso seja um sonho. Mas em que momento eu fui para casa dormir? Eu dormi na praia!?”
Quando de repente, minha visão se apaga e tudo “volta ao normal”. Minha visão estava embaçada, eu não sabia se o Arthur realmente estava ali, ou se era realmente só coisa da minha cabeça. Mas para minha surpresa, ele realmente estava ali, ele me olhava preocupado como se tivesse acontecido algo comigo, mas nada aconteceu..

—Está tudo bem?— Ele perguntou segurando meu ombro

—Eu que devia te perguntar!— ele pareceu assustado com minha maneira de falar

—Como assim?!— Ele colocou sua outra mão no meu outro ombro me virando frente a frente dele

Naquele momento, eu não conseguia dizer nada, era como se eu não pudesse falar tudo que aconteceu agora pouco.

—Você pareceu desmaiar por alguns segundos, de novo eu te pergunto, está tudo bem?

—Está tudo sim, a minha pressão deve ter caído. E com você? Você também não parece bem.

Arthur parecia hesitar, seu olhar fugiu do meu por um momento. Ele respirou fundo, suas mãos ainda em meus ombros, e finalmente respondeu

— Eu... eu não sei, Luke. Muita coisa tem acontecido. — Ele suspirou, seus olhos se voltando para o horizonte onde o sol estava quase desaparecendo.

— Como assim? — perguntei, tentando esconder a preocupação em minha voz.

— Eu e a Isadora terminamos. — As palavras saíram lentamente, como se cada uma fosse uma admissão de fracasso. — Não estava funcionando. E... eu percebi que fiz muita coisa errada. Uma delas foi te deixar de lado para ficar com a Isadora só para me sentir amado, por isso sinto que devo te pedir desculpas agora

Meu coração deu um salto. A notícia do término não deveria me trazer alegria, mas não pude evitar um misto de alívio e preocupação. Mesmo depois de ele ter “me largado” eu sentia um carinho enorme pelo simples fato de ele esteve presente na nossa amizade

 obsession Onde histórias criam vida. Descubra agora