capítulo IV

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Acabei adormecendo com o celular na mão esperando a resposta de Arthur. Minha noite foi tranquila, não tive nenhum sonho.
Acordei com minha mãe do meu lado tentando me acordar, ela estava com uma feição preocupada

—Você foi dormir muito tarde e não jantou ontem, tá tudo bem?

Balancei a cabeça concordando.
Eu estava cansado demais, ou talvez só estivesse esperando a resposta de Arthur e não dormi direito. Seria estranho eu ser sincero com ela?
Afinal, porque eu dormi com o celular? Eu dormi esperando que o Arthur me respondesse, mas isso não tinha utilidade nenhuma.
Ainda estava tudo muito confuso, minha mãe saiu do meu lado e aos poucos saiu do meu quarto

—Você tem que ir para escola. levanta, rápido!— Ela me dá a ordem antes de sair de meu quarto

Eu ainda estava com sono, mas com muita persistência consegui levantar, meu corpo estava mole, eu estava me sentindo um pouco fraco.
" deve ser por causa do sono" pensei.
Continuei fazendo as coisas normalmente, me arrumei e fui à cozinha para ir à escola.
Minha mãe percebeu minha movimentação lenta e fraca, então andou rapidamente em minha direção e segurou meu pulso

—Voce não jantou ontem, por um acaso você comeu no almoço!?— Sua voz ressoava uma mistura de raiva com preocupação.

—Não, eu não almocei..— ela me olhou fixamente, suspirou e colocou suas mãos em meu rosto

—Porque? Porque você não almoçou e nem jantou?

—Me desculpe, mãe. No almoço de  ontem eu estava com muito sono e ontem também e acabei não comendo.— respondi me sentindo um pouco culpado

Ela continuou a me olhar com uma expressão que misturava preocupação e frustração. Sua voz, embora carregada de raiva, também tinha um tom de preocupação.

—Seu sono está desregulado, deveria dormir melhor a noite. Você não vai para escola hoje, vou se certificar que você melhore ainda hoje.

Eu realmente não queria ficar em casa hoje, estar na escola com meus novos amigos seria muito melhor do que ficar entendiado em casa.
Ela me guiou até a cozinha, ainda segurando meu pulso com firmeza. Era evidente que sua reação era movida por uma preocupação genuína com meu bem—estar. Sentamos à mesa, e minha mãe começou a preparar algo para eu comer. enquanto isso eu refletia sobre tudo que estava acontecendo.
As duas refeições puladas de ontem tem haver com o Arthur, de certa forma sim.
No almoço, eu estava com sono por causa do sonho que não me deixou dormir a noite, e também estava muito curioso qual o motivo do sonho. E no jantar eu estava conversando com ele, e acabei adormecendo. Eu estava doido, deve ser o sono, porque eu estou pensando tanto no Arthur ultimamente? A gente se conheceu faz uns dois dias
Minha mãe tinha terminado, ela me serviu uma refeição que era simples, mas o suficiente para "me trazer de volta na vida", e aos poucos, meu mal estar estava melhorando. Ela permanecia ao meu lado, observando—me com olhos que ainda transmitiam preocupação.

—Acho que você precisa de um dia para descansar, Luke. Não quero ver você exausto desse jeito. — Ela sugeriu, agora com uma voz mais calma.

Concordei, reconhecendo a necessidade de dar um tempo para meu corpo se recuperar.
Durante minha refeição, meus pensamentos retornaram a Arthur. Será que ele se preocupou comigo ao perceber minha ausência na escola? Ainda não havia conferido as mensagens.

—Mãe, eu gostaria de verificar meu celular. — Pedi, esperando encontrar alguma explicação de Arthur sobre a escola.

Ela assentiu, e peguei meu celular. Ao desbloqueá—lo, vi a mensagem de Arthur:

"Luke, fiquei sabendo que você não foi para a escola. Está tudo bem? Algum problema?"

Respondi explicando a situação e agradeci por ele ter se preocupado. Uma sensação estranha pairava no ar.
Eu não conseguia entender completamente esse desespero por ele me responder, ou por sua aprovação.
Eu não precisava, e nem fazia isso com as outras pessoas, será que é por ele parecer um amigo de longa data? Mas ele não é um amigo de longa data. Nem mesmo com a Laura, minha amiga da outra escola, eu fazia isso.
Minha mãe me tocou de leve, parecendo curiosa

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