Capítulo IX

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Não nos falamos depois do ocorrido, nós três seguimos nossos caminhos sem dizer sequer uma palavra. Eu não sei bem o que aconteceu para ter essa queda no clima.
No dia seguinte, o despertador tocou como sempre, mas levantar parecia mais difícil. A tensão do dia anterior ainda estava na minha cabeça, e eu não conseguia afastar a sensação de desconforto.
No caminho para escola, minha mãe percebeu que eu estava meio conturbado, mas como não queria preocupar eu somente sorri e afirmei que estava tudo bem.
Ao chegar na escola, tudo estava normal, fui diretamente à minha sala de aula. Sentei e a Fernanda imediatamente já se virou para falar comigo.

- bom dia Luke!

Na aula de matemática, minha mente vagava. Enquanto o professor explicava alguma coisa sobre funções, meus pensamentos voltavam para.ontem. O que poderia ter causado aquela tensão entre nós? Será que foi pra casa da Laura? Foi por causa de mim? Eu realmente não sabia como pensar naquele momento, talvez eu só precisava conversar e esclarecer as coisas..
A aula finalmente terminou, e ao sair da aula, vejo Arthur e Gabriel juntos no corredor, rindo de algo. Uma pontada de ciúme e confusão me atravessam. Gabriel sempre parecia ter uma influência estranha sobre Arthur, algo que eu não conseguia entender completamente. Eu sabia que os dois eram amigos e eu não tinha nada haver com a amizade deles, e creio que o Arthur não iria se afastar dele só por que eu não gosto dele.
Eu e a Fernanda fomos para a biblioteca conversar, eu senti que como éramos amigos eu poderia contar para ela, e talvez, ela possa me ajudar de alguma forma.
Ao chegarmos na biblioteca sentamos em uma mesa perto a janela e começamos a conversar sobre várias coisas diferentes.
Estava com medo de puxar assunto sobre as coisas que queria falar com ela, na minha mente, ela deixaria de ser minha amiga por causa disso, já aconteceu algumas vezes comigo.

-Fer, posso falar uma coisa? Quero saber sua opinião sobre..

-Pode falar- Ela ajeitava sua postura para me ouvir de uma maneira mais séria

-Entao, eu gosto de uma pessoa. E eu acho que essa pessoa gosta de mim também. Só que ontem, eu fui com a Laura encontrar essa pessoa na praia.- Suspiro desanimado- E pelo jeito, a pessoa queria conversar algo sério comigo, e como eu tava com a Laura, eu não percebi. E agora está um clima tão estranho entre a gente.. ele nem quer olhar na minha cara

-Primeiramente, "ele"?- Concordei- Tá, explica direito. Você foi na praia, e levou a Laura, só que ele não gostou de você ter levado ela, e ficou de mal contigo?

-Tipo isso. Tá um clima estranho entre a gente agora..

-Tenta falar com ele mais tarde, se ele realmente gostar de você ele vai entender. Mas a pergunta que não quer calar. "Ele" é quem?

- Então.. sabe o Arthur? O menino do segundo ano que eu sempre ando junto? É ele...

Fernanda ficou em silêncio por um momento, digerindo a revelação. Seus olhos mostravam uma mistura de surpresa e curiosidade.

- Isso é... inesperado, mas faz sentido agora que penso sobre vocês dois. - Ela sorriu. - Mas olha, o Arthur parece ser um cara legal. Talvez ele só tenha ficado chateado porque queria conversar a sós com você.

- É, eu também acho isso - suspirei. - Mas estou com medo de falar com ele. E se ele não quiser mais saber de mim?

Fernanda balançou a cabeça me compreendendo.

- Se ele realmente gosta de você, ele vai querer resolver isso. O mais importante é que você seja honesto. Fale com ele, diga o que você está sentindo. E lembre-se, ninguém pode ler mentes, então se você não explicar, ele nunca vai saber o que se passa na sua cabeça.

Eu assenti, sabendo que ela estava certa, mas ainda sentindo um nó de ansiedade no estômago.

- Certo, vou tentar falar com ele depois. Mas, e se ele estiver com o Gabriel? Eu realmente não quero fazer isso na frente dele.

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