📍Rio de Janeiro, complexo do alemão. 03:21Am.
💐Ceci
Me movo na cama. Estou deitada desde as dez, mas não consigo pegar no sono. Meus pensamentos estão ligados a ele, e não tem música, série ou filme, que me tire desses pensamentos. Eu já jantei, conversei sobre alguns assuntos com a minha mãe que não demorou muito para ir dormir, pois estava cansada. mas nada me desliga, nada me tira dele.
Virada para a parede branca do meu quarto, encolhida na cama, que a essa hora da madrugada parece fria, eu tento organizar meus pensamentos e pensar em alguma decisão que me ajudasse a desligar minha mente de tudo aquilo. Quando fecho os olhos, mesmo estando com o corpo extremamente cansado, minha mente simplesmente não consegue desligar.
Meus pés estão gelados, nem o cobertor está mais sobre mim. Minhas mãos estão uma em cima da outra debaixo do travesseiro, e meus olhos estão fixos na parede. Parece uma cena de filme, uma cena muito perturbada inclusive. Eu até pensei em mandar mensagem para a Cibele, mas não quero incomodar ela com problemas idiotas em plena a madrugada.
E outra, provavelmente ela está dormindo uma hora dessas.
Eu me sento na cama, procuro alguma pregadeira para prender meu cabelo. Junto todo meu longo cabelo castanho em um rabo de cavalo alto rapidamente. Esfrego meu rosto com força, tentando afastar o estresse que quer me atingir. Bufo enquanto mordo o lábio inferior extremamente irritada e frustrada.
Me levanto e caminho até a janela, apoiando meus cotovelos na mesa e me debruçando sobre ela. Encaro a janela do seu quarto totalmente apagada. Solto o ar que está preso no meu pulmão enquanto me viro ficando de costas para janela, quase sentando na mesa. Olho para a toalha estendida no puxador do guarda-roupa e mordo o lábio inferior cogitando tomar um banho.
Então suspiro pela última vez rendida, caminhando até o guarda-roupa e pegando a toalha indo até o banheiro. Entro e fecho a porta atrás de mim, me despindo de toda minha roupa. Jogo a toalha em cima do box enquanto ligo o chuveiro, colocando ele na água morna. Sinto a água quente sobre minha pele fria, quase me fazendo gemer em resposta.
Será que eu lavo o meu cabelo?
Não, é muito tarde para isso. Pego o sabonete líquido jogando ele pela esponja, esfregando ela no meu corpo e vendo a espuma se formar. É quase terapêutico tomar um banho, namoral.
Fico um pequeno tempo debaixo do chuveiro, depois desligo saindo do box e pisando no tapete bege. Me enxugo indo para o meu quarto. Assim que entro no cômodo frio, olho mais uma vez pela janela encarando sua casa, agora seu quarto está com a luz acesa. Mordo o lábio inferior cogitando uma ideia ridícula que passa pela minha mente naquele momento.
Não, você não vai até lá Maria Cecília!
Meu Deus, é sério que isso passou pela minha mente?! É uma ideia ridícula, né? Mas meu Deus, e se não for uma ideia ridícula? Eu tenho muita coisa em jogo para perder? Não, eu não tenho. Mas o que eu tenho, eu posso perder...
O que eu deveria fazer?
Me sento na cama ainda enrolada na toalha enquanto encaro o guarda-roupa. Fecho os olhos por um momento, pensando no que fazer. Isso não é um filme, então eu não posso agir como se fosse. Mas só se vive uma vez, certo? Eu suspiro.
Mordo forte o lábio inferior, quase tirando sangue. Meus pensamentos brigam no meu cérebro, meu subconsciente parece em guerra para decidir o que fazer. Eu poderia me arrepender, mas também poderia me arrepender de não fazer nada.
Me levanto rapidamente indo até o guarda-roupa, ignorando totalmente a janela. Visto a primeira roupa que vejo na minha frente, um short jeans claro e uma regata branca. Não me importo de vestir sutiã, muito menos de soltar o cabelo. Apenas passo desodorante e um body splash, enquanto tento sair do meu quarto silenciosamente.
Piso no corredor percebendo o chão frio debaixo dos meus pés. Porra, eu estou descalça! Minha mente se fecha e mais uma vez luto para não me estressar, mas ignoro ao máximo todas essas sensações. Saio do lado de fora calçando um chinelo que vi ali, provavelmente era da minha mãe.
Abri o portão tentando não fazer barulho, o que parecia muito impossível. Minha preocupação nem tanto era minha mãe, mas também havia as vizinhas fofoqueiras que não pensariam duas vezes para criar uma grande fofoca pelo morro.
Isso tudo parecia tão errado. Mas é óbvio, não era certo.
Então encostei o portão trancando ele, colocando as chaves no bolso. Andei pelas pequenas ruas estreitas do morro, ruas mal iluminadas. A brisa fresca e gostosa da madrugada atingia meu rosto, e a incerteza atingia meu coração.
Naquele momento parecia que eu tinha desaprendido a andar, o que era vergonhoso pra caralho na real. Meu coração se acelerava cada vez mais a cada passo que eu dava, e minhas mãos e pés estavam frios. Eu sentia um nervosismo tomar conta de mim cada vez mais, e a sensação de que eu estava fazendo uma merda muito grande, me atingir.
De repente, me deparei com a casa dele. Eu estava na sua rua, no seu morro, em frente a sua casa, encarando a sua janela. A janela continuava acesa, e eu também. Acesa por dentro, acesa por fora, em pânico, na verdade. Eu andei em direção ao portão de correr cinza, mas não tive coragem de gritar e nem de bater.
Eu fiquei quieta, apenas encarando o seu portão. Meu Deus, aquilo era tão estranho e problemático. Era surreal, surreal de ridículo. Eu fiquei longos minutos ali pensando no que fazer, e a ideia mais cogitavel e inteligente era: ir embora.
Então eu resolvi que seria essa mesmo.
E então eu me virei, pronta para ir embora. Mas antes que eu realmente fizesse isso, o portão atrás de mim se abriu automaticamente. Um barulho tenebroso, eu diria. Um som frio, um som que parecia ter saído direto de um filme de terror. Eu fechei os olhos mordendo o lábio inferior..
Era a abertura para um futuro, ou a abertura para um fim?
Continua..
Apareci!!
Sinceramente, vocês gostaram? Ou ficou muito "irrealista"? De qualquer forma, já foi. Agora que eu fiz, é assumir o possível B.O.
Enfim, amo vocês!
Compartilhem e votem muito amores! Beijinhos😘
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Obsessão - Morro
Romance📍Rio de Janeiro, complexo do alemão. Duas almas, duas personalidades totalmente distintas. Uma doce garota, com uma grande obsessão. Maria Cecília se vê a mercê de uma paixão incurável pelo bandido mais perigoso do Rio de Janeiro. Obcecada em um oc...