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Deckard e eu saímos daquele quarto na madrugada para voltar ao hotel, assim que acordamos

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Deckard e eu saímos daquele quarto na madrugada para voltar ao hotel, assim que acordamos. Não encontramos nenhum dos nossos amigos e talvez fosse melhor assim, não estávamos com uma aparência apresentável naquele momento.

Repetimos a dose quando chegamos no quarto de hotel. Quando peguei no sono novamente, o céu estava clareando. Eu sentia o peso da despedida em nossos beijos, a tensão e as emoções que ele tentava transmitir pra mim em suas carícias.

Era impossível se afastar mais do que cinco centímetros dele naqueles momentos no emaranhado de lençóis que virou nossa cama. Parecia que algo tinha desencardeado dentro de mim e me afastar dele fosse a mesma coisa que me matar.

Não queria pensar que talvez fosse nossos últimos momentos a sós. Sabia o quanto já era difícil para ele. A mulher que ama, bem ali na sua frente, sem nenhuma memória dele prestes a ir a uma missão suicida. Ele corria o risco de me perder e eu corria o risco de perder aquilo que ganhei.

Uma família.

Quando acordei, o sol ainda brilhava pela varanda aberta, a cortina se arrastando pelo chão graças ao vento.

Percebi estar sozinha na cama, mas não me importei muito. Tirei esse tempo a sós para tomar um banho. Já era tarde e tínhamos que nos preparar, imaginei que todos estejam com o mesmo clima de despedida que eu.

— Qual a sua dificuldade? — murmurei pra mim mesma ao me olhar no espelho embaçado. — São só lembranças. Você precisa se lembrar, antes que seja tarde demais. — Apontei o dedo pra mim mesma, completamente irritada.

Qual é o meu problema?

Fiquei me encarando por alguns longos minutos antes de decidir que era hora de me trocar.

Quando saí do banheiro já arrumada, encontrei nele uma certa pessoa olhando para a cama bagunçada com um sorriso malicioso.

— Nem bate na porta? — Cruzei os braços enquanto sorria.

Letty deu de ombros.

— A noite foi boa? — Ela arqueou a sobrancelha pra mim e eu não consegui evitar ficar vermelha.

— E a sua? — Fugi da pergunta, a fazendo só sorrir mais.

— Foi ótima. Poucas horas de sono, mas valeu a pena. — a malícia em seu olhar dizia claramente o que havia acontecido durante a sua noite.

Letty e eu ficamos conversando, repassando o plano e nossas estratégias. Quando chegou a hora de irmos, nós nos arrumamos e encontramos os outros no estacionamento. Deckard e eu trocamos alguns olhares, mas nenhum dos dois abriu a boca para dizer alguma coisa.

Nos dividimos e fomos pra base. Durante todo o percurso, minha cabeça parecia que iria explodir cada vez mais, como se eu estivesse chegando cada vez mais perto de um som agudo que estourava meus tímpanos.

De sangue - Deckard Shaw (Livro Dois)Onde histórias criam vida. Descubra agora